Páginas

quinta-feira, 29 de março de 2018

NOTA DE REPUDIO AO CASO DE AGRESSÃO NA UNIFESP - Baixada Santista

Por Lilian Almeida, do MML SP


Em 22 de março deste mês, após o corte e redução de mais de 500 bolsas de auxílio permanência dos estudantes da UNIFESP - Baixada Santista, ocorria uma reunião para organizar a luta contra esse brutal ataque ao direito de permanecer estudando na universidade. Pela gravidade da situação, que nesse ataque atingirá principalmente os estudantes pobres que não tem dinheiro para pagar uma moradia em repúblicas, foi deliberada de forma coletiva a suspensão imediata das aulas, tendo como objetivo a garantia da participação dos estudantes nessa discussão.

No momento em que os alunos passavam em sala, com o objetivo de informar e convocar seus colegas a discutirem sobre os rumos da universidade, o Professor da Universidade Roberto Tykanori Kinoshita, agrediu uma das estudantes e em seguida a expulsou da sala de aula.

Kinoshita é professor de Universidade Pública Federal, e tem um histórico de ativismo em partido político (PT) e no movimento de luta antimanicomial, foi chefe do departamento de saúde mental do governo federal do PT. Ele agiu conscientemente, sabendo o peso que se tem ao agredir uma companheira em luta enquanto ela militava. Ele tem conhecimento de que a desmoralização, seja pela via psicológica seja pela via física, ás mulheres que lutam abala todo o movimento estudantil. Mas isso não o impediu de agarrar o braço da aluna, mostrando uma brutalidade similar a de um gangster de grupos fascistas, imobilizou-a e a empurrou para fora da sala de aula. 

Kinoshita usou todo seu conhecimento em artes marciais, já que é mestre nessa prática, contra uma jovem que lutava para que os estudantes pobres não fossem expulsos da universidade com a política de cortes na moradia estudantil que levaria a destruição do direito de permanência.

Nas redes sociais, o agressor se pronunciou, não negando a agressão e tentou se explicar como se isso fosse uma justificativa, mas o mesmo parece ter esquecido de mencionar e que sua primeira ação teve início com a estudante ainda de costas, na intenção de surpreendê-la.

Nenhum argumento justifica a ação de Kinoshita e nem atenua sua ação, além de ser uma incoerência sua trajetória militante e com sua linha política, onde se diz lutar contra o golpe e defender a democracia, mas na prática as coisas parecem ser diferentes.

Como se não bastasse essa atrocidade, digna de machista que odeia os movimentos sociais e os pobres, ao o movimento procurar a universidade, a mesma colocou-se em uma posição no mínimo retrógrada, culpabilizando a estudante por ser agredida. Como se o simples ato de convocar colegas a discutirem sobre políticas de permanência estudantil fosse crime, já agredir uma estudante covardemente é - para a Unifesp - aceitável. Frases como "é um cara pequeno, dificilmente poderia se prevalecer de força física”, “agora que você diz olhando nos meus olhos eu posso acreditar”, “não é possível que ele tenha feito algo assim”. Colocando-se ao lado do agressor.

Um crime como esse, que é apenas a ponta do gatilho em um país onde o feminicídio se inicia com agressões que são acobertadas pelo Estado, só mostra de que lado a Unifesp está. Não é a da luta por uma educação pública, onde a juventude pobre possa estar, mas sim ao lado dos mesmos cães raivosos que a cada dia tentam rasgar nossos direitos. A atitude de acobertar um agressor dentro da própria universidade só mostra que para a Unifesp ter "lattes" garante o latido livre de seus cães machistas treinados para nos atacar.

O Movimento Mulheres em Luta – MML se coloca ao lado da estudante agredida e se solidariza a luta dos estudantes contra os cortes. Repudiamos veementemente esta agressão, que não representa uma agressão somente aquela mulher trabalhadora, mas também a luta dos estudantes e de seu direito de lutar. Uma agressão ao direito de permanência dos setores pobres e negros da sociedade à universidade. 

É inadmissível o silencio diante desta situação e a tentativa de abafar o caso por parte da instituição, fazendo uso da trajetória histórica do professor para não confronta-lo, que no presente se mostra como algo que ele diz ser contra: um agressor que vive acobertado sob os braços do Estado.

Exigimos punição exemplar ao agressor! Fora machistas da Universidade!
Basta de violência contra a mulher!
Pelo direito à permanência na universidade! Livre de qualquer violência!


Fotos dos hematomas da estudante agredida.



domingo, 18 de março de 2018

Nota de apoio a greve da educação e servidores municipais de São paulo!

Texto compartilhado da CSP Conlutas

Todo apoio à luta dos servidores municipais de São Paulo
Repúdio à repressão e ação da polícia!
Fora Doria, Fora Temer!
Não ao SampaPrev! 


Tropa de choque, gás de pimenta, bomba de gás lacrimogêneo e cassetetes. Essa foi a resposta do prefeito João Doria (PSDB) aos educadores e demais servidores municipais em greve desde 8 de março. E que realizavam um ato em frente à Câmara Municipal nesta quarta-feira (14). O saldo da ação violenta provocou ferimento em diversos trabalhadores, alguns deles precisaram ser hospitalizados.

O protesto era contra o aumento da alíquota de contribuição da Previdência na esfera municipal. O projeto que ataca a Previdência dos servidores públicos paulistanos, o SampaPrev, pretende elevar a contribuição previdenciária de 11% para 14%, além da instituição de contribuição suplementar vinculada ao salário do servidor. Assim, o desconto poderá chegar a 18,2%, segundo a própria Prefeitura.

A greve tem adesão de 93% das escolas e deve atingir 100% após a repressão. Além de começar a se ampliar para diversos órgãos do município.

Veja o ato de mães de alunos, organizado para apoiar a luta dos educadores https://www.facebook.com/events/153429925329450/






Na saúde, Doria pretende fechar pelo menos 90 AMAS (Unidades Básicas de Saúde). Os condutores também estão sendo atacados pela atual gestão, que quer cortar diversas linhas de ônibus, o que provocará inúmeras demissões.

Repudiamos a gestão de Dória e a repressão à luta dos educadores por defenderem seus legítimos direitos.


quarta-feira, 7 de março de 2018

NOTA DE REPÚDIO!

Por MML/RS

No dia 23 de fevereiro o dirigente sindical Elias Luiz Tramontin, do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leo e Região ofendeu moralmente uma trabalhadora em seu local de trabalho, Juliana de Souza, integrante da Chapa 2 - Oposição Chão de Fábrica, em retaliação a sua participação nas últimas eleições.

Agora em resposta a essa denúncia encaminhada pela companheira, o sindicato disse “que não tem tempo para ficar ouvindo mi, mi, mi, de quem perdeu as eleições do sindicato, oportunistas que só aparecem em época de eleição se dizendo salvadores da pátria”.

Expressamos todo nosso repúdio às ações e declarações da direção desta entidade! Seus atos intimidatórios e antidemocráticos vamos combater e denunciar! Realizaremos as ações necessárias em apoio a Juliana, incluindo de autodefesa! Machismo e covardia não passarão!

No setor metalúrgico em São Leo tem sido assim, é intimidação e perseguição aos trabalhadores descontentes e ameaças aos familiares. Demissões deduradas pelos próprios dirigentes, um grupo que está há mais de 30 anos lá.

As últimas eleições foram antidemocráticas, a inscrição de chapa às vésperas do Natal e campanha no período de férias coletivas!!! A Oposição teve 15 dias para se organizar e não teve acesso à lista de sócios por locais de trabalho.

Essa diretoria de São Leo enfraquece a organização da classe como verdadeiros lacaios de governos e patrões! Certamente não é disto que precisamos frente aos desafios colocados!

Foi uma vitória ter tido Oposição! E mais ainda uma lutadora ter participado dela!

No lar, as mulheres cuidam da casa e educação dos filhos. Na rua enfrentam a violência e no trabalho, as piores condições, exploração e assédio! O machismo as afasta dos espaços sindicais!

Mas resistimos e lutamos! E neste 08 de março com o chamado da greve internacional de mulheres, vamos tomar novamente as ruas em vários países, gritando: NÃO ao machismo e a discriminação! Contra a violência e o sistema capitalista! Somos mulheres, não somos escravas, como diria Juliana!
Saudamos a participação da companheira, mãe e negra, que pela primeira vez ousou se colocar como alternativa de direção à categoria metalúrgica, levantando a bandeira em defesa da saúde da mulher operária!

A Oposição continua, é preciso fortalecer a luta das mulheres, sua participação em todos os espaços com horários flexíveis e creches nas atividades, promovendo a conscientização dos trabalhadores contra a violência e o preconceito, e para isso contem conosco! Nosso futuro depende da nossa luta!

Greve Geral! Nem uma a menos! Nem um direito a menos! Contra as reformas da previdência e a implementação da reforma trabalhista, por emprego, creches e moradia!

Juliana, estamos contigo!