Páginas

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Solidariedade ao Pinheirinho!

Não à desocupação do bairro do Pinheirinho!
Fora PM de Alckmin!

Tragédia humana e social toma conta do bairro do Pinheirinho. Governo Alckmin suja suas mãos de sangue e esconde os mortos dessa tragédia

No dia 21 de janeiro, representantes do Movimento Mulheres em Luta da CSP Conlutas estiveram no bairro do Pinheirinho em São José dos Campos conversando com as mulheres trabalhadoras que moram lá. O objetivo era fazer um registro da luta dessas mulheres por moradia, por educação para seus filhos e por uma condição de vida mais digna.

Naquela ocasião, a luta contra a ameaça de reintegração de posse do terreno do Pinheirinho havia tido uma vitória jurídica, concretizada na transferência da competência judicial para a esfera federal, saindo das mãos da juíza estadual que “fazia justiça” a serviço de Naji Nahas e dos empreendedores da região que queriam acabar com o bairro do Pinheirinho.

Nas conversas, perguntamos como as mulheres haviam ido morar lá no Pinheirinho e por que. Todas responderam que era a dificuldade de pagar aluguel, pois seus baixos salários não garantiam a criação e alimentação dos filhos e o pagamento do aluguel. Perguntamos também por que elas achavam que a vitória havia ocorrido e todas responderam que o determinante foi a união do povo do Pinheirinho, homens e mulheres trabalhadores.

Também perguntamos se a presença das mulheres na luta era determinante e todas disseram que sim, porque a maior parte dos moradores do bairro é de mulheres. Por fim, pedíamos que todas elas deixassem um recado a todas as mulheres que lutam por moradia em todo o Brasil. A síntese dos recados é a seguinte: é necessário ter muita coragem, não desistir da luta, acreditar na luta e unir o povo em torno dos objetivos da luta.

Após a brutalidade realizada pela Polícia Militar do governo estadual de Geraldo Alckmin na madrugada de sábado para domingo, a realidade dos moradores do Pinheirinho, dessas mulheres que conversamos, das crianças “pinheirenses” é muito dura e muito difícil. Precisamos absorver ao máximo a mensagem das mulheres lutadores do Pinheirinho para enfrentarmos essa situação e disputarmos o balanço dessa tragédia.

A justiça mostrou que seus malabarismos jurídicos estão sempre a serviço da classe dominante. Qual justiça é mais justa de ser aplicada? A justiça que preserva a propriedade privada e assim permite que haja milhares de famílias sem teto pelo país afora, enquanto os milionários proprietários ficam especulando sobre a melhor forma de lucrar com essa propriedade? Ou a justiça social que reconhece que todas as pessoas têm direito a condições básicas de existência e assim ter um teto para morar?

E na briga pelo o que é mais justo, como considerar mais justa uma reintegração feita de surpresa, diferente que qualquer outro processo na justiça brasileira, em que policiais militares estão armados com todas as munições possíveis e atirando em crianças indefesas? A situação é que hoje, há algumas pessoas que foram mortas e há milhares de famílias que não tem para onde ir. Essa é a tragédia do Pinheirinho.

A Prefeitura da cidade não está tomando nenhuma providência social, parece estar esgarçando a situação, para pressionar para que as pessoas voltem para as suas cidades. Uma política preconceituosa que tem como referência, ainda que velada, um dos episódios mais obscuros da história da humanidade, que é o nazi-fascismo, que defendia a “pureza” de sua raça e exterminava outras raças.

O governo do estado mantém suas tropas na região do Pinheirinho e não permite que ninguém se reúna na região, sob pena de tomar mais bala de borracha e mais cassetete. O governo federal se diz contrário à ação. Mas, um governo não pode ter apenas opinião. É necessário que o governo tenha ações condizentes com sua opinião. Dilma tem o poder da caneta e com uma canetada pode desapropriar o Pinheirinho e garantir que a área seja concedida aos mais de 9 mil moradores.

O Brasil e o mundo estão escandalizados com o que está acontecendo. Não adianta a mídia tentar mudar, alterar os fatos, esconder a quantidade de mortos. A tragédia é tão grande, tão absurda que os vídeos denunciam os fatos e indignam uma grande parte dos trabalhadores e jovens brasileiros, assim como de outros países.

As pessoas que estão sensibilizadas com isso podem e devem ajudar. Uma das formas de ajuda é divulgar ao máximo nas redes sociais o que está acontecendo, para desbloquearmos a barreira de informações da mídia. Outra forma muito concreta de ajuda é ajudar com roupas, fraldas, materiais de higiene, mantimentos. Quem está longe de São José pode ajudar diretamente com apoio financeiro, depositando a quantia que quiser na conta que está sendo organizada para isso.

Entre em contato com a CSP Conlutas de São José dos Campos ou com o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, para ter mais detalhes sobre essas formas de ajuda: (12) 88280952, www.sindmetalsjc.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário