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terça-feira, 6 de março de 2012

8 de março: seguimos lutando!

Rosas, presentes, cumprimentos farão parte do dia das mulheres nos locais de trabalho, em casa, nas propagandas da TV. As grifes de perfumes, jóias, roupas vão falar para as mulheres gastar mais e mais, para ficarem mais bonitas.

Quem vive isso no dia, muitas vezes nem imagina que o 8 de março surgiu como uma data de luta, para homenagear mulheres trabalhadoras que enfrentaram seus patrões contra a exploração e a opressão. E também é uma data que surgiu para estimular as lutas pela igualdade e contra o machismo.

Há quem diga que hoje isso não é mais necessário, que as mulheres já atingiram a igualdade em relação aos homens. Mas infelizmente, essa não é a realidade da maioria das mulheres trabalhadoras no Brasil e no mundo.

Com a eleição de uma mulher para presidir o Brasil, há também quem diga que os problemas das mulheres vão acabar de vez. Infelizmente, com a experiência de um ano de governo, vemos poucos avanços no sentido da resolução dos problemas das mulheres trabalhadoras. E vemos muita iniciativa em favor dos grandes banqueiros, empresários e latifundiários.

Por isso, nós seguimos lutando...

Por saúde pública integral, para não morrermos mais em decorrência dos abortos clandestinos.
A cada ano, 1 milhão de mulheres realizam aborto no Brasil e 200 mil morrem em decorrência dos abortos clandestinos. A maior parte das mulheres que fazem aborto são as mesmas que frequentam as igrejas católicas, evangélicas, que pregam que o aborto é um crime. As mulheres abortam porque na maioria das vezes não tem condições criar e sustentar os filhos. E elas engravidam porque boa parte não possui orientação do serviço público de saúde do Estado sobre como evitar a gravidez.

A mortalidade materna pode e deve ser combatida com a legalização do aborto, pois essa prática demanda um procedimento simples, que qualquer hospital público poderia desenvolver. Ao contrário de perseguir e criminalizar as mulheres que fazem aborto, o Estado deveria garantir a realização dessa prática de forma segura. Para as mulheres ricas, o aborto já é legalizado, pois elas possuem dinheiro para pagar caríssimo pelo aborto e clínicas clandestinas com mais recursos. As mulheres pobres amargam a dor e o sofrimento de procedimentos amadores, com agulhas, pinças, alicates. Com isso e mais recursos para o atendimento integral à saúde das mulheres, a MP 557 não seria necessária, tampouco seu efeito de criminalização sobre as mulheres.

Pelo direito à maternidade, por creches públicas, gratuitas e de qualidade.
Ao mesmo tempo em que as mulheres não podem optar se querem seguir com a gravidez, não podem exercer o direito de ser mãe, pois o Estado não lhes garante licença maternidade efetiva, tampouco creches públicas de qualidade para uma etapa muito importante da vida das crianças.

No Brasil, apenas 18,4% das crianças de 0 a 3 anos estão matriculadas em creches, logo o acesso a esse direito é muito restrito. O machismo atribui a responsabilidade do cuidado e da educação dos filhos apenas às mulheres, logo quem mais sofre com essa realidade são as mulheres. O Anuário das Mulheres brasileiras de 2011 revelou que a maior dificuldade para as mulheres conseguirem emprego, ou se manterem nele é a falta de creches. A presidenta Dilma prometeu a construção de mais de 6 mil creches, mas não cumpriu nem a meta do primeiro ano de governo.

Pelo direito à moradia
O episódio do Pinheirinho demonstrou que a luta por moradia é uma luta fundamental para as mulheres trabalhadoras que não tem acesso a direitos sociais básicos, como a moradia. Exigimos que o governo Dilma desaproprie o Pinheirinho e invista em mais moradias para atender as mulheres pobres, chefes de família que não tem condições de pagar aluguel e se organizam nos movimentos por moradia pelo país.

Contra a violência machista, que nos mata, nos machuca, nos desmoraliza.
A cada 2 minutos, 1 mulher é espancada no Brasil. Casos extremos como os de Eloá, Mercia e Elisa Samúdio são recorrentes no nosso país. Mas a violência cotidiana, os xingamentos, as agressões físicas, os empurrões, o assédio sexual no transporte público compõe o dia a dia de muitas mulheres que trabalham fora de casa e ainda amargam a violência machista dos seus companheiros dentro de casa. A Lei Maria da Penha não vem sendo implementada e os programas de combate à violência têm seus recursos cada vez reduzidos. Assim, as mulheres seguem sofrendo com essa triste realidade.

Com independência, junto aos homens da classe trabalhadora
A experiência com o governo de Dilma mostra que não basta ser mulher, pois na medida em que defende os interesses dos grandes empresários, se contrapõe aos interesses das mulheres trabalhadoras. Dessa forma, nesse 8 de março, queremos fortalecer o pólo de oposição de esquerda ao governo de Dilma Roussef, composto por homens e mulheres da classe trabalhadora. Para isso, necessário seguir lutando de maneira independente contra homens e mulheres das classes dominantes.

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