Os metroviários de São Paulo deram a resposta ao governo Alckmin e
demonstraram a disposição de luta da categoria, com uma forte greve
nessa quarta-feira (23).
Foi a primeira grande greve da categoria desde 2007. E sob a nova
direção, que derrotou a CTB/CUT nas eleições do Sindicato em 2011.
O fim da greve foi possível a partir do recuo da direção do Metrô e
do governo Alckmin, que aceitaram ampliar vários itens negados até a
última negociação.
O fim da paralisação foi definido em assembleia realizada no começo
da tarde, que contou com a presença de mais de mil pessoas. Foi
apresentada aos metroviários a proposta feita durante a audiência de
conciliação realizada no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Cerca de
80% dos trabalhadores aprovaram os itens da pauta e votaram pelo fim da
greve.
A proposta trouxe alguns importantes avanços, dentre eles o reajuste
de 6,17%, o que equivale a 1,94% de aumento real, vale-refeição de R$
23,00, vale alimentação de R$ 218,00, pagamento de um adicional de risco
de vida de 15%, esse último considerado um avanço significativo, pois o
adicional era de 10%. Além disso, não será descontado o dia de greve
dos metroviários.
O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Altino
Prazeres, enfatizou que houve progresso, mas não o ideal, ainda assim,
representa uma conquista para a categoria, que mostrou a força de sua
mobilização.
Essa paralisação também impulsionou o avanço na organização da
categoria. Fica marcada na história do movimento como uma das maiores
mobilizações realizadas pelo setor.
A greve desmascara Geraldo Alckmin (PSDB) – Em
nenhum momento o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) se
preocupou com a população. Os metroviários propuseram o desafio de
liberar as catracas para que os paulistanos não fossem prejudicados,
entretanto, a proposta não foi aceita. Ao invés disso, Alckmin colocou
em funcionamento o sistema do Paese (Plano de Atendimento de Empresas em
Transporte de Atendimento de Emergência), com ônibus rodando de graça,
mas isso não resolveu o problema e só aumentou o caos nas ruas de São
Paulo.
O metrô poderia ter rodado sem cobrar, evitando o congestionamentos e
o transtorno. Mas Alckmin preferiu enfrentar a categoria e tentou jogar
a população contra os metroviários.
Se realmente houvesse a preocupação com a população, o governo teria
aceitado o desafio dos metroviários, mas preferiu manter a sua postura
autoritária.
O verdadeiro culpado por São Paulo parar é o governador - Mesmo
diante da ofensiva do governo de tentar jogar a população contra os
metroviários, esses trabalhadores mostraram com a proposta de catraca
livre, que o verdadeiro culpado é o governador, que além de recusar o
desafio, não apresentou nenhuma proposta de melhorias no transporte e
muito menos melhorias nas condições de trabalho desses trabalhadores.
Todos os dias a população enfrenta as péssimas condições no
transporte público, a superlotação, os acidentes nas linhas de metrô de
trem, a lentidão nos serviços, o sucateamento do transporte, a falta de
funcionários, etc. São esses problemas cotidianos que causam transtornos
para os paulistanos e foi para acabar com esses problemas que a
Campanha “Chega de Sufoco” foi lançada pelo Sindicato, para trazer
melhorias efetivas para o transporte sobre os trilhos. Entretanto, o
governador e a empresa permaneceram inertes.
Os metroviários de São Paulo, unidos e mobilizados, deram a resposta
ao governador Alckmin. A CSP-Conlutas parabeniza os trabalhadores e a
direção do Sindicato pela retomada das lutas e a importante conquista em
suas reivindicações.
Fonte: cspconlutas.org.br
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