Unir trabalhadores e trabalhadoras na luta contra o machismo e a exploração
Diante
da farsa da construção de uma alternativa “verde” para a economia capitalista
internacional, tema que está no centro dos debates da Rio +20, os movimentos
sociais se organizam através da Cúpula dos Povos para discutir e buscar uma
saída realmente válida para preservar o meio ambiente e acabar com a injustiça
social. O Movimento Mulheres em Luta vem colocar em pauta a situação das
mulheres trabalhadoras, que sofrem com a exploração e a opressão: são maioria
entre os mais pobres do mundo, seguem sendo vítimas da violência, da diferença
salarial, das péssimas condições de trabalho. Viemos à Cúpula dos Povos para
mostrar que o capitalismo é o grande responsável por toda essa situação e para
construirmos coletivamente a luta pelo socialismo.
Confira nossa programação:
Dia 15 de junho, 14 às 16h
Debate: A violação dos direitos humanos, sociais e ambientais nas favelas
Local: Tenda 6 – Clara Zetkin
Dia 16 de junho, das 11h30 às 13h30
Debate: Direito a Moradia versus Grandes obras. A Reforma Urbana Pendente e os Novos Pinheirinhos
Debatedores: Cyro Garcia, presidente do PSTU-RJ; Carlos Eduardo M. Silva, da Asibama RJ; Rumba Gabriel, do Movimento Popular de Favelas e Robson de Aguiar Oliveira, do MTST Nacional.
Local: Tenda 14 – Eliane de Grammont
Dia 16 de junho, das 14h às 16h
Mesa redonda: Anel, CSP-CONLUTAS e Comitê Social de Favelas para a RIO+20 – Os Direitos da Juventude nas periferias e favelas
Local: Tenda 12 – Egidio Bruneto
Dia 16 e 17 de junho
Assembleia Nacional da Anel
Local: ISERJ (Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro) Endereço: R. Mariz E Barros, 273 – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ
Mais informações: http://www.anelonline.org/?p=227
Dia 16 de junho, das 16h30 às 18h30
Painel: A contribuição do saber popular para a transição de um novo modelo sustentável
Participam: Comitê Social de Favelas para a RIO +20
Local: Tenda 18 – Galdino dos Santos
Dia 16 de junho, das 16h30 às 18h30
Painel: MML (Movimento Mulheres em Luta): Mulheres Trabalhadoras contra o machismo e a exploração – Um olhar feminista da luta pelo mundo que queremos.
Local: Tenda 12 – Egidio Bruneto
Mais informações: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/
Dia 18 de junho
Movimento Mulheres em Luta participa da Marcha de Mulheres, organizada pela Cúpula dos Povos
Dia 19 de junho, às 9h
Debate: Grandes obras versus meio ambiente
Debatedores: jornalista do Movimento Xingu Vivo, Ruy Sposati; representante do Movimento São Francisco Vivo, Rubens Siqueira; presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles, e o representante do Sindicato da Construção Civil do Pará e membro Secretaria Executiva da CSP-CONLUTAS, Atnágoras Lopes.
Local: Auditório do Sindsprev RJ.
Dia 20 de junho
Ato com passeata. Começa pela manhã próximo ao local onde está sendo realizada a Rio+20. Às 15h, passeata da Candelária à Cinelândia, junto com outras entidades do movimento sindical, popular e estudantil.
Dia 21 de junho, às 9h30
Atividade: Pinheirinho Vive!
Com o advogado das famílias do Pinheirinho, Aristeu Cesar Neto, e da CSP-CONLUTAS
Local: na OAB
Conheça algumas concepções
programáticas do Movimento Mulheres em Luta
Exploração
e Opressão na sociedade de Classes
A exploração é a
apropriação dos frutos do trabalho coletivo por uma minoria. Opressão é a
transformação das diferenças em desigualdades para submeter alguém ou um
determinado grupo social. A exploração atinge apenas as mulheres trabalhadoras.
As burguesas exploram para garantir suas boas condições de vida. Enquanto as
trabalhadoras sofrem a exploração, as burguesas são agentes dela. A opressão
atinge trabalhadoras e burguesas, mas a condição de explorada faz com que as
primeiras sintam a opressão de maneira distinta e mais intensa que as burguesas.
O capitalismo é incapaz de
acabar com o machismo e emancipar as mulheres
A crescente incorporação
das mulheres à produção tem servido aos capitalistas para ampliar a exploração.
Ao mesmo tempo, esse sistema não retira a mulher do espaço doméstico, com
tarefas que asseguram maior extração de mais-valia. Apesar de não ter começado
com o capitalismo, a opressão não pode ser derrotada nesse sistema, pois seus
componentes ideológicos e econômicos são necessários para a manutenção da
exploração, que é o sustentáculo do sistema.
A luta contra a opressão é
parte indissociável da luta contra a exploração
A incorporação de mais
mulheres nas lutas revolucionárias e a tomada de suas bandeiras por todos os
trabalhadores cumprem uma dupla função: permite que as mulheres se reconheçam
como sujeitos políticos, e contribui para a educação dos homens no combate ao
machismo. As “especificidades” das mulheres trabalhadoras são parte das
demandas da classe trabalhadora. Elas são específicas porque estão relacionadas
a uma condição de opressão que atinge somente as mulheres, mas não podem ser
vistas como um elemento menor, porque atingem a metade da classe trabalhadora.
Os debates no interior do
movimento de mulheres - Somos contra a compreensão burguesa, que
defende que as mulheres podem ser livres no capitalismo. Não concordamos com a
concepção stalinista, que defende que a luta contra a opressão das mulheres é para
depois da revolução. E também somos contra as posições que acreditam que o
sujeito da luta contra o machismo são as mulheres de todas as classes.
Acreditamos que o sujeito da luta contra o machismo são mulheres e homens da
classe trabalhadora, lutando também contra o capitalismo.
Não
basta ser mulher...
Há quem
diga que a presença de mais mulheres em espaços de poder seria a saída para os
problemas. Ocorre que o machismo é um instrumento do capitalismo para superexplorar
metade da classe trabalhadora. Por isso, acreditamos que o fim do machismo e da
opressão só virá com o fim do capitalismo. E isso é obra de mulheres e homens
da classe trabalhadora.
É
preciso defender a classe trabalhadora!
Há
mulheres que ocupam os espaços de poder, mas que governam para a classe social
que utiliza o machismo, para seguir sendo dominante. Ângela Merkel, diante da
crise econômica européia é a grande articuladora dos planos de austeridade, que
atacam as mulheres trabalhadoras. No Brasil, por mais que haja expectativas com
Dilma, seu governo está demonstrando uma prioridade clara: em seus dois anos de
mandato, mais de 100 bilhões foram cortados do orçamento das área sociais, ao
passo que metade do orçamento da União (924 bilhões) foram destinados aos juros
da dívida pública. Defendemos que as mulheres estejam no poder, mas que
governem para a classe trabalhadora e não para os ricos e poderosos.
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