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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Força de trabalho feminina cresceu 24% em uma década, diz IBGE


O desempenho foi sete vezes maior do que o masculino


O nível de ocupação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro apresentou um salto considerável na última década. Em 2000, 35,4% das mulheres tinham uma ocupação, número que aumentou para 43,9% em 2010, uma diferença de 24%. O desempenho foi sete vezes maior do que o masculino, que também cresceu no período, de 61,1% em 2000 para 63,3% em 2010: uma diferença de 3,5%.

Em 2010, o nível de ocupação no país [pessoas ocupadas na semana de referência, com 15 anos ou mais] registrou um índice de 58,9%, com ênfase nas regiões Centro-Oeste (64%), Sul (65,8%) e Sudeste (60,2%). As regiões com menores níveis de ocupação foram a Norte (55,9%) e a Nordeste (52,5%).

A expansão dos índices de ocupação, ao longo da última década, foi desigual entre as áreas urbanas e rurais, demonstrando que a criação de empregos está cada vez mais concentrada nas cidades, com pequeno crescimento no campo. Segundo o IBGE, de 2000 a 2010, o nível de ocupação urbana subiu de 47,6% para 53,8%, enquanto que no ambiente rural houve aumento bem menor, de 49,6% para 50,7%.

Na década, tomando-se a população ocupada a partir dos 10 anos de idade, as regiões que mais contribuíram com trabalhadores para o mercado foram a Sul, com 53,3% em 2000 para 60,1% em 2010, e a Centro-Oeste, de 51,3% para 57,9%. O Sudeste, que concentra a grande maioria da força de trabalho nacional, saiu de 48,7% de ocupação em 2000 para 54,8% em 2010, em um incremento de 6,1%.

A Região Norte teve crescimento mais modesto. Saiu de 45,3% em 2000 para 49,4% em 2010, uma diferença de 4,1 pontos percentuais. O pior desempenho coube ao Nordeste, que tinha 43,6% da população ocupada em 2000 e passou para 47,2% em 2010, em um crescimento de 3,6 pontos percentuais.

No tocante ao nível de ocupação na área rural, o Nordeste foi a única região que registrou decréscimo, saindo de 46,2% em 2000 para 45,2% em 2010. Os dados completos do Censo Demográfico 2010 podem ser acessados na página do IBGE na internet: www.ibge.gov.br.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Operários de Belo Monte completam 30 dias presos e comissão de sindicalistas retorna à Altamira

Operários presos e a advogada da CSP-Conlutas Anacely Rodrigues

Nesta quarta-feira (12), os cinco operários presos em decorrência de conflitos trabalhistas nos canteiros de obras de Belo Monte irão completar 30 dias em reclusão no município de Altamira, região sudoeste do Pará. Os trabalhadores são acusados pela Polícia Civil de praticar crimes de formação de quadrilha, incêndio e depredação do patrimônio.

Para a advogada da Central Sindical e Popular – Conlutas Anacely Rodrigues, os trabalhadores estão presos injustamente. “São acusados sem provas por crimes que não cometeram”, afirma. A situação processual dos presos de Belo Monte permanece quase inalterada, não fosse o pedido de habeas corpus impetrado no Tribunal de Justiça do Estado, para o qual o desfecho é aguardado para este dia 11. O inquérito policial, cujo início foi dia 12/11, esteve paralisado no Fórum de Altamira pro causa de problemas técnicos no sistema e seguiu para o Ministério Público apresentar denúncia em 07/12.

O recente vereador eleito pela categoria da construção civil Cléber Rebelo (PSTU) na capital paraense, Belém, integra a comissão e afirma ser injusta e totalmente desmedida a prisão dos trabalhadores. “Essas prisões são totalmente irregulares. Os problemas no interior dos canteiros são de cunho trabalhista. A verdade é que dentro dos canteiros de obras os operários são superexplorados e mal remunerados. Você já imaginou passar seis meses sem ver a família?”.

Essa prisão é política. Não há nenhuma prova para mantê-los presos. O sindicato (SINTRAPAV), que deveria ser da categoria, age como um bom agente dos patrões e abandonou os trabalhadores presos, operários que pagam obrigatória e religiosamente esta entidade e que, depois, ficam à própria sorte.

Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário de Belém (filiado a CSP-Conlutas), Francisco, conhecido como ZÉ Gotinha, o Consórcio Belo Monte mostrou sua verdadeira face de inimigo dos trabalhadores. “Em nenhum momento esteve na Delegacia ou no Centro de Triagem da SUSIPE buscando ouvir seus funcionários presos que lhes serviram durante meses”, denuncia, dizendo que os trabalhadores não mereceram do patrão nem a presunção da inocência. “Pelo contrário, alguns foram demitidos e avisados através de telegrama, como foi o caso do Raimundo Nonato, um dos presos, que foi demitido em 21/11, apesar de encontrar-se encarcerado desde 12/11, o CCBM enviou correspondência para a residência dele comunicando que sua rescisão estava à sua disposição, sem “lembrar” que o funcionário ainda está preso”, lamenta.

Mais de dez trabalhadores prestaram declaração confirmando a inocência dos cinco presos, com exceção de dois depoimentos de dois encarregados ligados à administração que fazem parte da acusação.

A Comissão ainda vai ao Ministério Público conversar com o promotor responsável pelo caso sobre a denúncia que deverá ser apresentada até o dia 14/12. Se o habeas corpus for negado pelo desembargo, será reiterado o pedido de revogação de prisão preventiva junto ao Juiz que está respondendo pela 3ª Vara de Altamira.

Na última segunda-feira (10), uma manifestação exigiu a libertação dos presos em Altamira e o julgamento de mais de cinquenta ações contra a construção de Belo Monte que ainda não tiveram seu mérito apreciado. Em seguida, a comissão da CSP-Conlutas visitou os operários na delegacia de Altamira.

Participaram da manifestação: CSP – Conlutas – Central Sindical e Popular XVPS – Movimento Xingu Vivo Para Sempre SDDH – Sociedade em Defesa dos Direitos Humanos- SINTICMA – Sindicato dos Trabalhadores na industria da construção e madeira de Altamira -OTL – Oficina Território Livre – CIMI – Conselho Indigenista Missionário – SINTEPP – Sindicato dos trabalhadores em Educação Pública do Pará -SINTSEP – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Movimento Negro Altamira – PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.

Emiliano de Oliveira, Altamira (PA)

Veja manifesto divulgado e distribuído durante o ato:

Lutar não é crime!

Não podemos aceitar que todas as vezes que os operários se mobilizam por melhores condições de trabalho e de salários, ao final, só sobre pra eles. Isso é criminalização do movimento. É prisão, é demissão, é tropa da Polícia Militar, da Força Nacional de Segurança, é câmera por tudo que é lado, é segurança privada, chega! Essa é uma questão trabalhista, estamos ao lado da luta desses companheiros e exigimos sua imediata libertação.

O que se vê é regime de semi-escravidão nos Canteiros de Belo Monte. A falta de segurança à qual os operários estão submetidos  já causou diversas mortes na obra modelo do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento.

Os trabalhadores de Belo Monte não são vândalos, só estão lutando por seus direitos. São seres humanos corajosos, que mesmo com a traição e a falta de democracia de sua entidade sindical, foram capazes de se organizar para lutar, enfrentar as grandes empreiteiras e paralisar um monstro que está acabando com suas vidas.

O que se pode ver é a tentativa do CCBM de criminalizar as lutas sociais. Exigimos do governo Dilma que intervenha e assuma sua responsabilidade diante do caos que se impõe a vida dos trabalhadores nessas grandes obras. Não há provas contra eles, portanto trata-se de presos políticos e isso nãos não podemos aceitar!

Belo Monte: Para o CCBM é R$ 22,5 bilhões do dinheiro público; para os trabalhadores prisões e demissões. Basta!

Em todos os noticiários deu-se destaque a “grande” notícia: “BNDES libera 22,5 bilhões em financiamento para construção de Belo Monte”; vejam isso é o equivalente a 132 anos de todo o orçamento da cidade de Altamira, um absurdo! O pior é ver a Dilma liberar toda essa farra com o dinheiro público exatamente depois do CCBM mandar prender e demitir operários.

Não há como não indignar-se. Estamos falando de dinheiro público liberado para a iniciativa privada, Enquanto, só em nossa região, existem 2,65 milhões de pessoas em situação de miséria. Trata-se de um total desprezo dos Governos de Dilma e de Jatene para com as causas dos mais pobres, dos ribeirinhos, dos pescadores, dos povos nativos e dos trabalhadores em geral.

Como se tudo isso não bastasse, a cidade está privatizada e militarizada. Pelas ruas do centro e entorno das obras, convivemos com a presença ostensiva de inúmeros veículos conduzindo homens armados, seja da segurança pública ou privada. Para reprimir os trabalhadores até o Exército tem sido usado em treinamentos em Belo Monte. Enquanto isso, o CCBM compra carros para bombeiros, auxilia a polícia e a Norte Energia patrocina um encontro nacional de magistrados em Belém. Lutemos contra tudo isso!

Liberdade imediata aos operários presos.

Não à criminalização dos movimentos social; justiça já!

Altamira, 10 de dezembro de 2012.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Número de mulheres assassinadas por mês no Brasil salta de 113 para 372


O número de mulheres assassinadas a cada mês no Brasil saltou de 113 para 372 em 30 anos. Os índices foram levantados pelo IAB (Instituto Avante Brasil) a partir de dados do Datasus, do Ministério da Saúde.

A CADA DUAS HORAS
No início da década de 1980, uma mulher era assassinada a cada 6h28m28s no país. A escalada da violência fez com que o intervalo diminuísse. Hoje, a cada 1h57m43s, há uma vítima de homicídio nesta parcela da população.

DELITÔMETRO
O IAB, criado pelo jurista Luiz Flávio Gomes, idealizou um "delitômetro" que apura em tempo real o número de homicídios de mulheres no país. O cronômetro está disponível no site da entidade, junto com outro índice que faz o cálculo de mortes no trânsito e assassinatos em geral.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Movimento Mulheres em Luta - MML/PIAUÍ realiza o I Encontro de Mulheres em Luta


O I Encontro de Mulheres em Luta ocorreu no sábado 01 de dezembro no auditório do Sindicato dos Correios -  SINTECT/PI contou também com o apoio do SINDSERM- THE, ANEL, CSP CONLUTAS. 

Contando com a presença de 40 trabalhadoras e trabalhadores de várias categorias dentre elas: servidoras públicas municipais, trabalhadoras dos correios, autônomas, estudantes, desempregadas, servidoras públicas federais e servidoras públicas estaduais.  O encontro proporcionou debates sobre a Reforma do Código Civil, lei Maria da Penha, mulher jovem e o machismo e ainda debateu-se sobre a Crise econômica mundial, os desafios postos para a classe trabalhadora e organização de mulheres.

Estavam presentes  homens que atuam nos sindicatos, no movimento estudantil e movimento social pois acreditamos que a luta da emancipação da mulher é a luta da classe trabalhadora de conjunto portanto para ser vitoriosa é necessário organizar o combate ao machismo com homens e mulheres. Para realização do encontro foi instalada uma creche. 

No encontro foi reafirmado a necessidade de impulsionar a Campanha contra o Acordo Coletivo Especial - ACE, as mobilizações contra a Criminalização das lutas, a Campanha por Creches e pelo direito de decidir pelo próprio corpo: legalização e descriminalização do aborto.

Ao final dos debates foi eleita a nova executiva do MML/ Piauí que conta com representação dos municípios de Teresina e Parnaíba e tem por objetivo organizar o MML, garantir seu funcionamento e integração com as principais campanhas da classe trabalhadora bem como impulsionar que a pauta específica das mulheres seja incorporada nas lutas de forma em geral. 


Movimento Mulheres em  Luta - Piauí