Os integrantes da banda baiana New Hit foram indiciados por estupro de duas adolescentes no interior do estado da Bahia, há 5 meses. Essa acusação gerou protestos na realização de shows da banda, que seguem ocorrendo agora durante o verão em todo o Nordeste. Shows que aconteceriam em Maceió, João Pessoa e Salvador foram cancelados e as mobilizações continuam perseguindo a agenda de shows, agora com pressão pelas redes sociais para o show ser cancelado em São Luis do Maranhão.
O estupro aconteceu no ano passado, no dia 26 de agosto, quando os músicos tocavam na micareta da cidade de Ruy Barbosa (BA). As duas adolescentes, fãs do grupo, pediram pra tirar foto com a banda após o show. As meninas, uma de 16 e outra de 17 anos, foram encaminhadas ao ônibus da produção quando foram brutalmente violentadas pelos nove integrantes da New Hit. Um policial militar que fazia a segurança do grupo também foi indiciado por ter sido conivente com o crime. Os resultados dos exames de corpo delito confirmaram o estupro coletivo. Os estupradores ficaram presos durante 38 dias, mas conseguiram um habeas corpus e aguardam o julgamento, previsto para fevereiro, em liberdade.
O Movimento Mulheres em Luta esteve presente em diversos desses protestos, junto a outros movimentos de mulheres e movimentos sociais que chamaram a população a repudiar essa prática violenta e absurda.
Como é de praxe diante de situações de violência contra as mulheres, muitos tentam culpar as adolescentes pelo ocorrido, como se elas tivessem se insinuado aos integrantes da banda. Entretanto, nenhuma mulher, por mais fã que fosse da banda, sente prazer em ser abusada sexualmente por 9 rapazes, que utilizaram a força física para impor uma vontade sexual sobre as garotas.
Em um país em que a cada dia, 1 mulher morre como fruto da violência machista, ou em que a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada, esse tipo de atitude de uma banda relativamente reconhecida é um absurdo e releva a necessidade de combatermos a cultura que as mulheres devem ser dominadas pelos homens. A jovens eram fãs da banda e ainda que se interessassem em se relacionar sexualmente com um ou todos os integrantes da banda, isso não dá direito para que eles possam abusá-las e violenta-las.
No período do verão, com o carnaval logo em seguida, cansamos de ver estímulos ao abuso sexual das mulheres, seja na forma como o carnaval é construído, seja na forma de confraternização que estimula a imposição de relações sexuais sobre as mulheres.
O Movimento Mulheres em Luta estará em quantos mais atos for necessário para que a banda New Hit não continue se apresentando e seja punida criminalmente pelo o que fez com as adolescentes. Não queremos a banda New Hit nos palcos e nenhuma violência contra as mulheres.
Gente, isso que vcs estão fazendo é um equivoco. Nós vivemos num país democratico de direito, cujas Leis são baseadas numa Constituição Federal, que reza que "todos são iguais perante a Lei" e que "todos são inocentes até que se prove o contrário". Os rapazes sequer foram julgados (!)
ResponderExcluirAté onde eu saiba a banda é formada por jovens negros e de origem humilde. No passado já houve casos de celebridades que forma presas injustamente por estupro, como o caso do boxeador Mike Tyson, cuja inocencia era reconhecida em todo mundo, inclusive com campanhas exigindo sua soltura. Tem certeza que a banda realmente é culpada? Quem deve decidi-lo numa democracia é um magistrado devidamente destacado e preparado para tal e não um movimento social. Para isto existem LEis nesse pais, que infelizmente não costumam ser cumpridas.
Outra coisa: musico e artista também é trabalhador. É imoral e perverso afastar um trabalhador de sua obra, indiferente da situação ou crime que ele tenha cometido. O que se deve e espera, não só neste caso, mas em relação a qualquer cidadão brasileiro, é que, uma vez julgado e condenado, pague sua pena e tenha GARANTIDO o direito de retorno a sua profissão, tendo seus debitos e sua ficha criminal deletada- o que infelizmante nunca ocorre no Brasil. É contradtório e inadimissível que uma organização que se diz socialista atente contra o direito de trabalhadores de acesso a sua profissão, sob qualquer hipótese e contexto.
O que podemos e devemos fazer, como movimento social, é cobrar das autoridades competentes lisura no processo, que justiça seja feita, os responsáveis sejam punidos com o rigor da Lei (e não com linchamentos publicos) e cuidar para que inocentes não venham a ser punidos.