Repudiamos a tentativa do Ministério Público e da reitoria da USP de condenar estudantes e trabalhadores como criminosos! Processos e punições: Não Passarão!
Depois da condenação de suspensão dirigida às dezenas de estudantes e trabalhadores processados pela reitoria da USP, em 2011, todos os setores da comunidade universitária e setores democráticos da sociedade ficaram perplexos diante das informações veiculadas pela imprensa no último dia 5, sobre a absurda e aberrante denúncia apresentada pela promotora Eliana Passarelli, do Ministério Público de São Paulo, que acusa 72 estudantes e trabalhadores que foram detidos durante a violenta reintegração de posse do prédio da reitoria em 2011, de quatro tipos de crimes diferentes. As acusações tentam atribuir aos estudantes e trabalhadores que lutavam contra a militarização da universidade a pecha de criminosos, sendo que os estudantes e trabalhadores seriam enquadrados por: danos ao patrimônio público; pichação; desobediência judicial; e formação de quadrilha por lutar contra o projeto privatista e elitista de universidade.
Esta denuncia evidencia que a reitoria da USP, que, até o momento anunciava penas aparentemente mais brandas aos estudantes e trabalhadores, não retrocedeu em seu objetivo de atacar implacavelmente todos os setores que se opõem ao seu projeto de universidade, desta vez articulando-se com instituições como o Ministério Público para tentar impor este enorme e histórico ataque ao movimento estudantil, sindical e ao direito democrático de livre expressão e manifestação.
Esta medida vem na esteira do recrudescimento de uma verdadeira escalada repressiva implementada conjuntamente com o governo estadual de Serra/Alckmin que estiveram dando sustentação à violenta repressão contra os moradores do Pinheirinho, Cracolândia, e nos assassinatos nas periferias, assim como no patrulhamento ideológico, perseguição e demissão política de dirigentes sindicais e na eliminação de 8 estudantes. Estas ações demonstram que o governo e suas instituições como o Ministério Público e em outra medida a própria reitoria só têm a oferecer à juventude, aos trabalhadores e aos pobres o aumento do custo de vida, do desemprego e da repressão enquanto mantêm impunes todos os corruptos que são os verdadeiros “bandidos de colarinho branco” que atacam irreversivelmente o chamado patrimônio publico.
Por tudo isso, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP vem repudiar esta verdadeira campanha inquisitória que faz reviver as práticas mais sombrias da ditadura militar contra os lutadores e que necessita ser abolida de uma vez por todas! Chamamos todas as entidades do movimento estudantil e sindical, intelectuais, parlamentares e todos aqueles que se colocam em defesa dos direitos humanos como a Comissão da Verdade da USP a tomar a frente desta campanha pela anulação desta absurda denuncia, pela revogação das suspensões, para não permitir qualquer tipo de punição aos estudantes e trabalhadores. Seguimos na luta pela reintegração dos 8 estudantes eliminados, pela reintegração imediata de Claudionor Brandão (diretor do Sintusp), a reintegração dos 270 funcionários aposentados, pela retirada de todos os processos contra estudantes e trabalhadores e pelo fim da perseguição política na USP que passa pelo fim do decreto de 1972, criado sob o regime militar e utilizado nos dias de hoje (pela reitoria) para fundamentar os processos e sindicâncias que ainda vigoram contra estudantes, funcionários e toda a Diretoria de nosso Sindicato.
São Paulo, 6 de fevereiro de 2013.
Diretoria Colegiada Plena do Sindicato dos Trabalhadores da USP
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