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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras tomam as ruas de Brasília!

Hoje, dia 24 de abril, mais de 20 mil pessoas, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, jovens estudantes, movimento sindical, popular, estudantil e de luta contra as opressões realizaram uma grande manifestação em Brasília em defesa dos direitos da classe trabalhadoras e contra a política econômica do governo Dilma.

Fomos marchar contra o Acordo Coletivo Especial
Um dos principais eixos da manifestação foi a luta contra o ACE, o Acordo Coletivo Especial, um projeto apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que retira direitos e ameaça conquistas uma vez que o projeto defende que o negociado com os patrões prevaleça sobre o legislado. O Movimento Mulheres em Luta foi com força lutar contra este projeto porque medidas que retiram direitos afetam principalmente as mulheres trabalhadoras. No ABC, esta lógica foi implementada na negociação do direito ao intervalo de amamentação, garantido pelo CLT, através do artigo 396. O resultado disso foi que este intervalo foi anexado ao período de Licença Maternidade. Essa ação do Sindicato do ABC inverte a lógica de nossa luta, pois em lugar de lutar por creches nos locais de trabalho, o Sindicato prefere retirar o direito historicamente conquistado pela luta das mulheres trabalhadoras.

Fomos marchar pela anulação da Reforma da Previdência comprada com dinheiro do mensalão
Esse projeto aprovado em 2003 ataca especialmente as mulheres trabalhadoras, com sua ameaça de igualar a idade mínima de aposentadoria, desconsiderando a dupla jornada de trabalho realizada pelas mulheres. Mas como se não bastasse, já foi comprovado e concluído pelo STF, que esta Reforma foi aprovada pela compra dos votos dos deputados. Portanto, reforma comprada deve ser anulada.

Fomos marchar contra o Fator Previdenciário 85/95
Mais dos eixos centrais da manifestação foi a luta contra o Fator Previdenciário, que também incide sobre o tempo de serviço a ser calculado para garantir a aposentadoria da classe trabalhadora. É mais uma forma de exonerar o Estado com a responsabilidade justa de garantir aposentadoria a todos aqueles e aquelas que trabalharam a vida inteira e que constroem esse país com a força de suas mãos.

Fomos marchar por Reforma Agrária, Saúde e Educação de qualidade
Os trabalhadores rurais, através da Federação do Estado de São Paulo, a FERAESP, e também do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST compuseram parte importante da Marcha que ocorreu hoje pela manhã. O centro das reivindicações é exigir que o governo reverta sua política econômica que favorece integralmente os empresários do agronegócio e ataca os trabalhadores rurais. Mudar essa lógica passa por realizar a Reforma Agrária no país, uma coisa que sob 10 anos do governo do PT ainda não vemos nem sinal de acontecer.

A manifestação contou com uma presença importante também dos trabalhadores da Educação básica que estão entrando em greve me vários cantos do país. Destaque para a delegação de São Paulo, que está em greve desde Sexta feira passada, dia 19, a partir do importante ato realizado na capital paulista. Destaque também para a forte participação dos professores do Rio Grande do Sul, representados pelo CPERS, que enviou mais 10 ônibus para a Marcha. 

Nós do Movimento Mulheres em Luta buscamos inserir nossas lutas no marco dessas campanhas, como a campanha por creches públicas e a luta contra a violência às mulheres, exigindo a implementação e ampliação da Lei Maria da Penha.

Fomos marchar pelo Fora Feliciano 
No processo de construção dessa grande marcha em Brasília, nos deparamos com a presença de um deputado racista, machista e homofóbico na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Participamos de diversos atos que ocorreram pelo país, e fizemos da Marcha em Brasília mais um capítulo importante para derrubar esse deputados deste cargo. Por isso, participamos do beijaço contra o Feliciano junto à ANEL e Setorial LGBT da CSP Conlutas.

Unidade importante deve continuar
A Marcha foi construída através de um processo de unidade fundamental entre várias entidades e setores importantes do movimento sindical, popular e estudantil. A CSP Conlutas, a CUT Pode Mais (agrupamento do interior da CUT), a CONDSEF e a FERAESP, junto com diversas outras entidades consolidaram uma importante plataforma de lutas e reivindicações conjuntas que devem ser eixos na continuidade das lutas pós manifestação em Brasília. 

Um comentário:

  1. Essa marcha foi decidida coincidentemente após a demissão de 598 operários da GM de SJC, cujo sindicato é dirigido pelo PSTU/Conlutas.Segue link de uma matéria publicada pelo site UOL:http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/03/26/gm-confirma-demissao-de-598-funcionarios-de-fabrica-no-interior-de-sp.htm
    Mas afinal para que serve uma marcha à Brasília? Para acenar bandeirinhas? Para exibir cartazes de espetáculos à la Panis et Circences, do tipo “filma eu”? Quais fábricas, quais setores produtivos estratégicos mobilizá-se numa cidade como Brasília?
    Na verdade essa marcha além de não significar nada, a não ser ao ativismo-turista de encostados sindicais e pequeno-burgueses desocupados; serviu para desviar o foco da absoluta inércia da direção do PSTU, que de forma vergonhosa limitou-se a apelos quixotescos à presidenta Dilma, "exigindo" de joelhos uma Medida Provisória (?!) para reverter as demissões!
    O engraçado é que no site oficial do PSTU à época, não foi dita uma palavra sobre o assunto: http://www.pstu.org.br/principal.asp. Só depois de muito pelejar encontrava-se alguma matéria oficial sobre o assunto: http://www.sindmetalsjc.org.br/multimidia/videos/100/acordo+garante+r+33+milhoes+a+ex-trabalhadores+da+gm.htmhttp://www.sindmetalsjc.org.br/imprensa/jornal-do-metalurgico/noticias/detalhe/892/metalurgicos+com+estabilidade++voltam+a+gm+depois+de+lay-off.htm E a justificativa era um desastre!
    Percebe-se como a degeneração militante é tão gritante, que usou-se até o episódio do pastor desmiolado, para que os "ativistas" através de redes sociais bradassem "heroicamente" pelo "Fora Feliciano".
    Mas por que a direção do PSTU deu ampla repercussão e ajudou a fazer tanto escândalo sobre o pastor Feliciano? É que outra cortina de fumaça estava em jogo: quase ao mesmo tempo que este assumia a presidência da Comissão de Direitos Humanos, a Comissão de Constituíção e Justiça, ganhava dois ilustres membros, trata-se dos Mensaleiros José Genoíno e João Paulo Cunha, ambos do PT de São Paulo: http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/03/07/condenados-genoino-e-cunha-integram-comissao-de-justica-da-camara.htm
    Aproveitaram o escândalo e o foco das atenções voltados para o excêntrico líder religioso da Igreja Universal, para tomar assento na referida comissão, mesmo tendo condenações judiciais por desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa (compra do parlamento para a votação da reforma de previdência) aguardando tão somente a pronuncia dos autos para declarar as condenações como transitadas em julgado.
    Pedir a cabeça de Feliciano para encobrir a própria traíção aos operários da GM, e “esquecer-se” dos mensaleiros e Renan, é a tática diversionista daqueles que direta, ou indiretamente, defendem o lulismo e ajudam o PT a criar uma cortina de fumaça aos seus próprios mal-feitos, esquecendo-se de se perguntarem, quem indicou e apoiou Feliciano? Quem fez coincidir a posse deste com a dos mensaleiros? Quem herdará milhões de votos da clientela evangélica na campanha à reeleição à presidência da república?
    E finalmente, perguntamos sinceramente: no que vocês acreditam em medidas provisórias ou reivindicações transitórias?


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