No dia 19, Haddad e Alckmin anunciaram a revogação do aumento das passagens de ônibus, trens e metrôs em São Paulo e a partir de 2ª feira, as passagens voltam a custar 3 reais. Esse anúncio veio após o anúncio das revogações em muitos outros estados, como Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, além de outras cidades.
A luta contra o aumento das passagens destampou uma insatisfação crescente em toda a população brasileira, com o aumento do custo de vida, com o caos nos serviços públicos básicos e fundamentais, como Saúde, Educação e Transporte. O contraste dessa situação com os gastos públicos alarmantes com a construção dos estádios da Copa gerou uma grande insatisfação que agora se expressa com mobilização e muita gente nas ruas. Para hoje, estão prometidas mais de 100 manifestações em todo o país.
Dessa forma, as manifestações estão muito maiores do que apenas as reivindicações pela revogação dos aumentos das passagens de ônibus pelo país. Agora, precisamos aproveitar esse novo momento político para avançar em conquistas.
Nós, mulheres trabalhadoras, temos muitos pelo o que lutar. A violência segue sendo um grande problema em nossas vidas, o assédio sexual e o estupro dentro dos transportes públicos, que são consequência da superlotação e da insuficiência das linhas de trens, metrôs e ônibus, ainda segue sendo motivo para estarmos nas ruas.
O Estatuto do Nascituro, um projeto que é um verdadeiro retrocesso no que diz respeito aos direitos reprodutivos das mulheres, é uma balização da violência sexual e amplia a criminalização das mulheres. Por isso também, precisamos seguir nas ruas, para que esse projeto seja retirado de tramitação o mais rápido possível.
Em meio a essa nova conjuntura, também precisamos retomar a luta pela saída de Marco Feliciano da presidência da Câmara dos Deputados. Além de todas suas declarações e ataques machistas, racistas e homofóbicos, ele acaba de aprovar nessa mesma Comissão, um projeto que se propõe à cura da homossexualidade, um verdadeiro absurdo, que deve nos mover para estarmos nas ruas.
Também precisamos lutar por mais recursos para os programas de combate à violência, assim como pela ampliação e implementação da Lei Maria da Penha. A batalha para que o governo Dilma reveja suas prioridades e invista em Saúde e Educação com muito mais ênfase do que investiu nos estádios da Copa é também uma luta que tem uma repercussão importante para as mulheres trabalhadoras, que precisam de creches públicas, gratuitas e de qualidade, assim como de melhorias significativas no atendimento médico especializado às mulheres.
Para que essas lutas tomem ainda mais corpo, ganhem mais força, é muito importante envolver mais setores sociais do país nas mobilizações, precisamos colocar a classe trabalhadora em movimento, junto com a gloriosa juventude que se manifesta e realiza grandes mobilizações pelo país. Precisamos discutir nas bases dos sindicatos, das organizações de bairro a importância de estarmos nessas mobilizações, como uma forma de elas terem uma continuidade efetiva, aonde toda a mobilização esteja a serviço de uma transformação real da sociedade, que favoreça o lado da classe trabalhadora.
Para isso, é muito importante que as organizações da classe estejam presentes: os sindicatos, as Centrais Sindicais, os partidos políticos que estão ao lado das lutas. Não podemos deixar que os grupos reacionários que tentam sequestrar toda essa manifestação em favor de demandas estranhas à classe trabalhadora ganhem a disputa sobre a presença das organizações políticas e sindicais nas manifestações. Essas organizações realizam manifestações mesmo nos momentos mais difíceis, em que há poucas adesões às mobilizações. Portanto, neste momento, precisamos unir e fortalecer.
- Todos e todas às ruas! Construir e fortalecer as manifestações!
- Chega de violência contra as mulheres nos transportes públicos!
- Mais investimentos públicos para a construção de mais linhas de trens, metrôs e ônibus nas cidades brasileiras!
- Não ao Estatuto do Nascituro! Veta, Dilma!
- Fora Feliciano! Contra o retrocesso da "Cura Gay"!
- Queremos investimentos nos programas de combate à violência!
- Pela implementação e ampliação da Lei Maria da Penha!
- Queremos creches públicas, gratuitas e de qualidade! 10% do PIB para a Educação Pública Já!
- Queremos hospitais "padrão Fifa"! 6% do PIB para a Saúde Pública Já!
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