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segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mulheres e Homens da Revolução devem se unir contra a violência às mulheres no Egito

O mundo volta seus olhos para as manifestações multitudinárias no Egito. Veículos de comunicação chegaram a afirmar que a última grande manifestação, no dia 30 de junho, que derrubou o presidente Mohammed Mursi, chegou a levar às ruas 17 milhões de pessoas. A maior manifestação já registrada na história da humanidade.

As mulheres têm participado ativamente desta mobilização. No entanto, após a primeira revolução de janeiro de 2011, cresceram os casos de estupros e violência sexual contra as mulheres. Segundo a Anistia Internacional, foram entre 180 a 200 casos, fato que tem suscitado muitos debates se as mulheres devem ou não ir às ruas.

Ao contrário do que muitos imaginavam, os constantes casos de estupros ao invés de inibir a presença de mulheres nas mobilizações provocou a auto organização das mulheres e de homens voluntários. O “Tahrir bodyguard”, que teria uma tradução como “corpo de guarda da Praça Tahrir”, forma uma corrente humana que protege as ativistas que estão nas ruas. Além disto, as mulheres formaram grupos para aprender a auto defesa. A solidariedade de homens nesta luta contra a opressão à mulher é fundamental para fortalecer a Revolução. O machismo que tenta tirar as mulheres das ruas e da Praça serve aos militares e governantes, enfraquecendo a luta do povo egípcio.

Em entrevista à imprensa, ativistas declararam que, graças às manifestações, as mulheres que usam véus puderam se unir às que não usam para lutar por melhorias em suas vida. Isso teria mudado a visão que as muçulmanas tinham das demais egípcias.

A cultura da violência sexual é bastante disseminada no Egito. Durante os últimos anos, gangues que praticam estes ataques não sofreram nenhum tipo de punição pelas autoridades egípcias. O silêncio dos governantes sobre os ataques nada mais é do que o apoio à forma de tratamento dado às mulheres. Além disso, policiais e militares têm sido acusados de participarem dos estupros. Algumas ativistas quando presas em manifestações têm sido obrigadas a fazerem testes de virgindade.

Outra prática de violência muito comum são as mutilações genitais. Segundo a matéria publicada no Estado de S. Paulo e baseada em dados da OMS, 50% das mulheres egípcias tiveram seu clitóris cortado, o que além de provocar dor durante o ato sexual,provoca inúmeras mortes por hemorragias e outras complicações.

A presença das ativistas nas manifestações e a solidariedade dos mais diversos grupos, independentes da religião, fortalece a luta das mulheres a nível internacional.  É importante que o Movimento mulheres em Luta apoie a luta das mulheres egípcias, sua organização e reivindicações que muito se aproximam das bandeiras que levantamos aqui no Brasil, como melhores condições de vida.

Muitas destas ativistas afirmam que após estas mobilizações o nível de organização das mulheres egípcias não será mais o mesmo, assim também esperamos que seja no Brasil. Que as mulheres da classe trabalhadora possam levantar juntas as bandeiras por mais saúde, educação e direitos paras as mulheres.         

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