O carnaval de
2014 já antecipava um cenário de mobilização das trabalhadoras e trabalhadores
de todo o país com a greve histórica dos garis do Rio de Janeiro em pleno
carnaval. Segundo o “protestômetro” do site da Folha de São Paulo, nos últimos
30 dias, 33 categorias profissionais entraram em greve no Brasil. São greves
operárias como a dos trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(COMPERJ) e da Indústria de Materiais Bélicos (Imbel), dos trabalhadores da
educação Federal e da educação básica em várias cidades e estados.
A
realidade é que de norte ao sul a classe trabalhadora, homens e mulheres, não
tiveram outra alternativa que não a greve para responder a realidade de arrocho
salarial e ataque aos direitos a que
estão submetidos. Diante da realização da Copa do Mundo no Brasil, as
contradições ficam mais evidentes ainda: Enquanto que para a FIFA o governo
investe bilhões e não mede nenhum esforço, para os trabalhadores das
universidades federais, por exemplo, recusou-se inclusive a negociar as
reivindicações da greve.
O
Movimento Mulheres em Luta apoia as greves que tomam o país, pois acreditamos
que é com muita luta e mobilização que iremos conseguir vitórias. Estamos
atuando ativamente nessas greves das categorias que estamos inseridas, pois,
enquanto mulheres trabalhadoras, operárias, professoras, funcionárias públicas
nos somamos a essa indignação que percorre o Brasil. Estamos em luta por
melhores condições de trabalho, por salários dignos, pelo direito a creche,
entre outras pautas que construímos na luta.
Para nós é
significativo o fato de que parte dessas categorias em luta seja
majoritariamente composta por mulheres como a educação e o funcionalismo
público federal. Essa realidade apresenta uma combinação entre opressão e
exploração que intensifica os ataques e a precarização das condições de
trabalho. No caso da educação, por exemplo, a luta pela redução da jornada de
hora-aula, afeta diretamente e com maior peso as mulheres, porque são elas que
acumulam a dupla jornada de trabalho a partir do cuidado com os filhos e os
serviços domésticos e ainda o famoso “dever de casa” como correção de provas e
trabalhos que são feitos, na maioria das vezes, fora das escolas.
Infelizmente,
o governo Dilma (PT) não mudou a vida da classe trabalhadora, por isso a greve
segue sendo a única saída. Tão pouco esse governo tem maior sensibilidade com
as questões das mulheres trabalhadoras, que além de sofrerem com os baixos
salários e péssimas condições de trabalho, enfrentam a dura realidade da
violência contra a mulher, que atinge dados alarmantes no país devido ao descaso
de Dilma em garantir investimento público para que a Lei Maria da Penha saia do
papel e garanta a vida e a integridade das vítimas de violência que,
infelizmente, atinge principalmente as trabalhadoras, pois são estas que
necessitam de políticas públicas pela falta de recursos.
O
Movimento Mulheres em Luta apoia as greves que estão ocorrendo em todo o país, sobretudo
porque entendemos que é só com organização e luta da classe trabalhadora que
arrancaremos nossas conquistas, também acreditamos que a luta contra a opressão
das mulheres é tarefa da classe de conjunto, por isso esses momentos de
mobilização são fundamentais para incorporar as pautas especificas das mulheres
e para fortalecer a unidade entre homens e mulheres trabalhadores. Estivemos
juntos na construção do 1º de Maio classista por todo o Brasil, também
estaremos juntos nos atos contra as injustiças da copa e seguiremos ombro a
ombro nas diversas greves e manifestações de trabalhadores que varrem o país!
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