Na Copa vai ter luta!
Como parte das manifestações que vem sendo preparadas para o período da Copa do Mundo no Brasil, o dia 15 de maio é um dia nacional de lutas contra as remoções forçadas ocasionadas pela “Copa das Injustiças”.
No dia 22 de março, parte importante do movimento social brasileiro se reuniu no Encontro “Na Copa Vai Ter Luta”, aonde se definiu um calendário de lutas que combina a luta das categorias organizadas, que começam a viver seu período de campanha salarial, com a luta da juventude e do movimento popular. Essa unidade direciona suas reivindicações contra uma das maiores injustiças que vivemos no Brasil hoje.
A Copa das Injustiças
A realização da Copa do Mundo no Brasil não vai deixar nenhum legado. O próprio governo já abandonou este discurso, porque o que o povo está vendo e vivendo é a militarização do país, sobretudo das cidades que vão sediar os jogos, as remoções forçadas, colocando famílias inteiras sem ter onde morar, além da morte de até hoje 10 operários que construíram os estádios da Copa.
Foi olhando a contraposição entre os investimentos do governo nas áreas sociais, como saúde, educação, moradia e transporte e os investimentos públicos na Copa, que o povo foi pra rua. Jovens trabalhadores e estudantes tomaram as ruas do país em Junho passado. E essa efervescência política, contra as injustiças sociais, não acabou! Prova disso é quantidade de greves que ocorrem pelo Brasil, a quantidade de ocupações urbanas que ganham força e o avanço da criminalização dos movimentos sociais, por parte dos governos, que apelam para a repressão, para acabar com a possibilidade de os trabalhadores lutarem.
Categorias preparam lutas no dia 15!
No dia 15, paralisações de algumas categorias vão acontecer, ações de diversos setores em luta, como o funcionalismo público federal, o transporte em algumas capitais, como Metrô e CPTM de São Paulo. Mas o que tende a marcar o dia 15 é a mobilização do movimento popular e da juventude, que preparam um grande dia de luta.
Mulheres trabalhadoras dão força para as Ocupações urbanas!
As mulheres trabalhadoras são parte fundamental da preparação dessas lutas. As ocupações urbanas contam com uma presença enorme de mulheres trabalhadoras, muitas delas chefes de família, que criam sozinhas seus filhos. É por isso que a luta por moradia nesse país tem a força das mulheres, e a ausência de uma política coerente do governo federal para resolver os mais de 20 milhões do déficit habitacional que existe hoje é uma expressão de um ataque sobre as mulheres trabalhadoras. O projeto Minha Casa, Minha Vida não resolveu o déficit habitacional das parcelas mais pobres da população, mas foi muito bem recebido pelos empreiteiros, e grandes construtoras, que possuem altos lucros com este projeto.
No 15M, a mulher jovem luta!
O 15M, como vem sendo chamado pela juventude, pretende contar com a presença de diversos estudantes em mobilizações por todo o país, aonde o questionamento se volta à injustiça de o governo investir bilhões na Copa, mas muito pouco para a Educação e Transporte. Essa é a motivação para que uma grande unidade de entidades e coletivos estudantis prometam colocar a garra da juventude no dia 15. E também não vai faltar a força das mulheres jovens, grandes alvos da injustiça que é a violência contra a mulher.
Basta de Violência contra as mulheres!
O Movimento Mulheres em Luta estará presente em todas as lutas, para somar forças às diversas reivindicações, e também para unificar a classe trabalhadora e a juventude na luta contra a violência à mulher, exigindo mais investimentos nos programas de combate à violência, assim como a aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha. Também nos sentimos violentadas quando vemos que 11 mil reais são gastos com um assento de estádio, ao passo que nos últimos 10 anos, os investimentos nos programas de combate à violência não passaram de 26 centavos por mulher.
Cartão Vermelho para o turismo sexual!
Com essa lógica injusta, os governos federal, estaduais e municipais não possuem nenhuma condição de combater o turismo sexual, uma prática muito presente no Brasil, que atinge, sobretudo, as mulheres jovens, negras e nordestinas. Apesar das propagandas e campanhas que o governo promete fazer no período da Copa, assim como a campanha que a FIFA orientou nos aviões que trazem turistas ao Brasil, a tendência é que nesse período, grandes pacotes turísticos estejam sendo fechados, com a presença de mulheres que são superexploradas sexualmente por grandes agencias de turismo sexual. Prova disso é a odiosa estampa que a Adidas criou para identificar a diversão dos turistas durante a Copa, associando a Copa no Brasil a uma bunda e ainda em uma das estampas desenhando uma mulher negra, comprovando a referência de que as mulheres negras brasileiras são “sexo fácil”. Um verdadeiro absurdo que foi rechaçado e fez com que a Adidas retirasse a camiseta do mercado.
O Movimento Mulheres em Luta quer concretizar sua campanha nacional contra a violência durante a Copa distribuindo cartões vermelhos para o Turismo Sexual e exigindo que o governo federal crie medidas e programas para acabar com essa prática machista e exploradora de jovens meninas. Parte dessa luta significa lutar contra o projeto de Lei que regulamenta a prostituição, do deputado Jean Willys, que na verdade regulamenta a cafetinagem e exploração de mulheres.
No dia 12 de Junho, #vemprarua!
A maior parte da articulação de entidades, lutadores e organizações que constroem o dia 15 de Maio tem por objetivo central fazer com que esse dia potencialize a construção de uma grande mobilização no dia 12 de Junho, dia da abertura da Copa do Mundo, sobretudo em São Paulo, cidade que sediará a abertura. Vamos aproveitar que o mundo olha para o Brasil neste dia e mostrar porque o Brasil está em péssimas colocações nos rankings internacionais em relação a diversas áreas sociais, como por exemplo, no que diz respeito à violência contra a mulher, em que o Brasil é o sétimo país do mundo mais perigoso para as mulheres. Vamos mostrar que a imagem que foi exportada de que era o país da redução das desigualdades está totalmente questionada, e que os trabalhadores, os jovens e o povo pobre está lutando e se indignando com isso.
Movimento Mulheres em Luta
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