Diante da
continuidade e ampliação das chamadas detenções administrativas de palestinos,
teve início em 24 de abril deste ano uma nova onda de greves de fome nos
cárceres israelenses. O movimento começou com 90 adesões e hoje há mais de 200
presos políticos palestinos participando do protesto, consumindo somente água e
sal. As detenções administrativas são aquelas em que são encarcerados
palestinos pelas forças de ocupação inicialmente por seis meses, sem qualquer
acusação formal, o que por si já é mais uma violação entre as inúmeras
praticadas por Israel ao direito internacional, em especial à IV Convenção de
Genebra, e aos direitos humanos.
Não bastasse essa
situação ilegítima, esses detentos são mantidos presos mesmo após o período
inaugural, renovado automática e regularmente, sem qualquer julgamento. Alguns
perdem dez anos de suas vidas sob detenção administrativa. O direito à defesa
lhes é negado, não sendo permitido sequer tomar conhecimento de o porquê estão
presos ou acesso a advogados. Israel havia se comprometido, após onda recente
de protestos, a libertar os detentos nessas condições, mas fez o contrário.
Desde o início do ano, retomou a prática com ainda maior intensidade e dos
cerca de 5 mil presos políticos palestinos, 200 encontram-se nessa situação.
Os presos em greve
de fome reivindicam o fim imediato das detenções administrativas. Israel tem
aplicado medidas punitivas e severa repressão contra mais esse protesto
legítimo: têm lhes sido negadas visitas familiares e de advogados. Além disso,
Israel recusou-se a fornecer sal durante os primeiros 15 dias de greve de fome,
na tentativa de enfraquecer o movimento. Produtos de higiene básicos e
pertences pessoais têm sido confiscados. A empresa transnacional inglesa G4S é
cúmplice dessas violações. A G4S, que provê sistemas de controle e segurança
aos cárceres israelenses, tem ampliado sua atuação no Brasil, que se soma na
cumplicidade com as violações cometidas nas prisões israelenses – em que a
prática de tortura é institucionalizada. Segundo organizações palestinas, no
Brasil, a G4S está prestando serviços para a Petrobras, Empresa Brasileira de
Aeronáutica (Embraer), Rede Globo, Itaú, HSBC, Santander, Bradesco, Citibank,
Caixa Econômica Federal, Ambev e HP.
A Frente em Defesa
do Povo Palestino, os demais comitês e organizações brasileiras abaixo
assinados manifestam sua solidariedade incondicional aos presos políticos
palestinos e exigem que o governo brasileiro se posicione contra mais essa
violação, inclusive ao cancelamento de contratos com a G4S.
Fim imediato das
detenções administrativas por Israel!
Liberdade a todos
os presos políticos palestinos!
Boicote à G4S!
Boicote a Israel!
Frente em Defesa do Povo Palestino/ BDS Brasil
Campanha Free Ahmad Sa´adat Brasil
Centro Cultural Árabe Palestino do Rio Grande do Sul
Comitê Brasileiro de Defesa dos Direitos do Povo Palestino
Comitês Democráticos Palestinos no Brasil
Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino do ABCDmrr/SP
Comitê Gaúcho de Solidariedade ao Povo Palestino
Comitê Pró-Haiti
Sociedade Árabe Palestina Brasileira da Grande Porto Alegre
Anel – Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre!
Assisp - Associação Islâmica de São Paulo
Centro de Memória e Resistência do Povo de Mauá e Região
Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada
CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular
CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular
CUT - Central Única dos Trabalhadores
Fórum Sindical dos Trabalhadores-SP
Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo
MML- Movimento Mulheres em Luta
Movimento Palestina para Tod@s
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
PSOL-SP – Partido Socialismo e Liberdade
PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
Quilombo Raça e Classe
Tribunal Popular
Armando Gomes
Clovis Pacheco F., sociólogo, professor universitário e jornalista
Francisco Horus Moura de Almeida Pacheco, estudante
Nenhum comentário:
Postar um comentário