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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

MILITANTE DO MML DE SÃO CARLOS É VÍTIMA DE MACHISMO

No início do mês de dezembro uma companheira nossa, integrante da ANEL e do MML de São Carlos, foi exposta nas redes sociais, tendo fotos suas sendo compartilhadas por várias pessoas em seus perfis e também em grupos do Facebook, dedicados principalmente a ridicularizar os movimentos sociais de esquerda. Uma agressão absurda e criminosa com o objetivo de atacar uma mulher de esquerda e de luta.

Pessoas desconhecidas entraram em sua página, a qual ela faz uso para várias denúncias, e de maneira absurda e violenta começaram a desqualifica-la nas redes sociais. Chegaram em um nível tal de machismo e preconceito a ponto de nossa companeira se sentir profundamente abalada em nível pessoal, moral e agredida em sua militância. Além disso, outra companheira nossa do MML, que estava junto com ela em uma das fotos, também foi atingida e agredida em sua moral e dignidade.

Palavras de extremo baixo calão foram usadas para ofendê-la física e psicologicamente. Ela recebeu dezenas de mensagens de pessoas desconhecidas, em sua maioria homens, que incluíam, além de um discurso machista, também lesbofóbico e ofensas pessoais quanto a sua aparência física, estilo de vida e escolhas políticas. Em diversos compartilhamentos de suas fotos essas pessoas tentaram fazer de seu ativismo uma piada. Agravando a situação, seu número de telefone foi descoberto (através de hackers) e divulgado de maneira ilegal e ela começou a receber diversas ligações e mensagens ofensivas.

Tanto nos comentários nas postagens como nas mensagens recebidas pela companheira ficou claro o discurso de ódio presente em uma sociedade machista, homofóbico e conservadora. Um discurso que quer desqualificar a militância política e feminista de esquerda, ridicularizando opiniões que denunciam e combatem as opressões.

Infelizmente, essas manifestações de ódio ainda são recorrentes no nosso cotidiano e são corroboradas e incentivadas por pessoas como o deputado Jair Bolsonaro, que em uma seção afirmou que só não estupraria uma deputada porque ela não merecia. Opiniões como a de Bolsonaro, Feliciano e Levy Fidelix  só fortalecem a opressão na nossa sociedade que todos os dias atinge mulheres, negros e negras e pessoas Lgbts. Por isso é tão necessário seguirmos na luta para combater cada um desses machistas e também para mudar o mundo acabando com esse sistema capitalista que lucra com a opressão.

Nós do Movimento Mulheres em Luta queremos manifestar nosso total apoio às nossas companheiras, assim como a todas as mulheres que sofrem qualquer tipo de agressão ou exposição, e também repudiar essas atitudes opressoras.  Essa agressão contra nossa companheira é uma agressão a todas nós. Tentam nos atacar e desmoralizar achando que desistiremos, mas seguimos firmes e fortes na luta contra toda forma de opressão e exploração.


sábado, 20 de dezembro de 2014

MOVIMENTO DE MULHERES EM LUTA/RJ PRESENTE NO ATO CONTRA O DEPUTADO FEDERAL JAIR MESSIAS BOLSONARO!


No dia 17 de dezembro  às 17h  de 2014 na Cinelândia  vários partidos e movimentos sociais estiveram no ato à favor a Cassação do deputado federal Bolsonaro. O deputado já é conhecido pelas suas declarações cheias de ódio e preconceito e sendo assim, dispara mais uma de suas pérolas.  Insulta a deputada Maria do Rosário dizendo que “Ela não merece ser estuprada porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.

 Sua trajetória na política nos mostra como é machista, racista e homofóbico. Em 2003, empurra e ameaça mesma  deputada Maria do Rosário. Em 2011 dá uma declaração afirmando que tem orgulho de ser preconceituoso.  Bolsonaro  defende torturadores  e a ditadura militar. Sabemos que as técnicas de tortura neste período mulheres levavam chutes na barriga quando estavam grávidas, eram torturadas na frente de seus filhos, tinham seus seios dilacerados a sangue frio , sofriam estupros ou seja, utilizavam todo tipo de tortura para se obter informações.  Sendo assim, percebe-se que seu pensamento é que a mulher não passa de uma mero objeto ou mercadoria. Ainda na semana do ato o deputado envia carta a moradores do RJ  dizendo  que a culpa da falta d’água é causado pelo fato das pessoas não fazerem laqueadura de trompas e vasectomia. Seus insultos às mulheres são feitos há tempos e continua a impunidade ao deputado federal.

 Hoje no Brasil, a cada duas horas, uma mulher é assassinada vítima de violência machista o que nos coloca no ranking em 7 lugar dentre 84 países. Na última década houve um aumento de 217% de estupros no Brasil. 50 mil mulheres são estupradas ao ano o que representa que a cada 10 segundos uma mulher é estuprada. No Estado do Rio de Janeiro onde Bolsonaro foi eleito, segundo o Dossiê Mulher de 2014 houveram 4.872 casos de estupro ou seja, 13 mulheres são estupradas por dia, números de uma verdadeira epidemia. A declaração de Bolsonaro incita a violência contra a mulher.
Por isso, o Movimento de Mulheres em Luta está sendo solidário a Maria do Rosário e a qualquer outra mulher que sofra qualquer tipo de violência. Exigimos a CASSAÇÃO e PRISÃO do Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro!

Em todo o país estão sendo organizados atos e o Movimento Mulheres em Luta está participando para fortalecer a mobilização! Fora Bolsonaro!


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Todas as trabalhadoras merecem respeito e só a nossa luta vai garantir isso!

Nota de Repúdio contra assédio moral  -  Via MML - Ceará

Gerente chama mulher trabalhadora e sindicalista de “vagabunda”: Todas as trabalhadoras merecem respeito e só a nossa luta vai garantir isso!

Uma trabalhadora da confecção e diretora do Sindicato foi vítima de violência verbal e calúnia por parte do gerente da fábrica Bundys. A trabalhadora e sindicalista Maria Santana foi chamada de “vagabunda” por estar juntamente com o sindicato realizando uma atividade em defesa das trabalhadoras. Denunciavam o abuso do gerente que para aumentar os lucros do patrão, tenta até impedir às trabalhadoras de ir ao banheiro com o argumento que precisam bater suas metas.

O sindicato não deixará essa agressão passar impune por dois motivos. Primeiro porque nossa obrigação é defender todas as trabalhadoras do nosso setor contra a superexploração, ataques, abusos e ignorâncias dos patrões. Lutamos contra toda forma de exploração, opressão e agressão. Assim como não aceitaremos a desqualificação e ação machista. Segundo porque a atitude do gerente também configura uma prática anti-sindical. Que significa isso? Ele está indo contra a lei e o direito do sindicato que representa as trabalhadoras a realizar seu trabalho. Com qual objetivo? O de todo e qualquer patrão: jogar as trabalhadoras contra o sindicato, fazer com que elas pensem que o sindicato não serve para nada. Nenhum patrão quer que as trabalhadoras se associem ao sindicato porque assim eles ficam mais à vontade para nos explorar, não garantir nossos direitos e até nos humilhar. Nossa força é nossa organização coletiva no nosso sindicato.

Abaixo a violência contra as trabalhadoras!

Vivemos no dia a dia a grosseria, o assédio e a violência contra as mulheres, principalmente nós trabalhadoras. Isso é fruto da desigualdade social e do machismo que impera nessa sociedade que faz com que as agressões contra as mulheres já seja uma epidemia. A Organização Mundial da Saúde divulgou que a cada 3 mulheres, 1 é vítima de violência. No Brasil, a cada 2 horas uma mulher é assassinada. A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas, e a cada 10 segundos 1 mulher é estuprada. No Ceará 3.084 mulheres sofreram violência de janeiro a outubro de 2014. É preciso parar essa escalada de violência! Exigir ao governo Dilma que pelo menos 1% do PIB do país seja destinado ao combate à violência. O Movimento Mulheres em Luta (MML) já está fazendo essa campanha. Participe você também! Assine o abaixo-assinado!

A luta em defesa das trabalhadoras da confecção contra a exploração e contra toda forma de machismo, assédio e intimidação, é nossa meta permanente! Sindicato de luta é assim, não baixa a cabeça para patrão! Fortaleça essa luta, filie-se ao sindicato!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Apurar a violência sexual na USP não é prioridade para deputados da ALESP!



Por Marcela Azevedo da Executiva Nacional do MML

Hoje, pela terceira vez, aconteceu uma audiência na assembleia legislativa de São Paulo para instaurar a CPI que vai investigar os casos de violência sexual contra estudantes na Universidade de São Paulo- USP. Infelizmente, mais uma vez esse propósito foi adiado por falta de quórum de deputados para garantir tal CPI. 

Os casos de estupro na universidade vieram a público após uma matéria publicada no site ponte.org, na qual várias estudantes relataram a violência que sofreram e como foram convencidas a não denunciar. Após romperem o silêncio, vem crescendo o número de denúncias e o movimento de mulheres organizado na Universidade está lutando para que haja punição dos culpados e medidas concretas da Instituição para responder a esse problema.   

A CPI poderia ser uma ferramenta importante para não abafar os casos de violência e garantir punição os agressores. Contudo, não parece ser esse o interesse do Governo do Estado, já que a pressão para silenciar as vítimas e paralisar a própria comissão de direitos humanos da ALESP, está sendo forte. 

Para que a CPI fosse aberta seria necessária a presença de cinco dos nove deputados estaduais titulares da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, mas apenas quatro compareceram. Nenhum representante da bancada do governo estava presente na sessão no horário marcado, às 14 horas. Às 15 horas, o deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB) chegou à sessão, o que possibilitaria a sua instalação, mas a CPI não pôde ser aberta porque o quórum deve ser confirmado até no máximo 15 minutos após o início da sessão, de acordo com o regimento da Casa.

Os demais deputados que compareceram à sessão foram Adriano Diogo (PT), os deputados Marco Aurélio (PT), Sarah Munhoz (PCdoB) e Carlos Giannazi (PSOL). Faltaram os deputados Bruno Covas (PSDB), Jorge Caruso (PMDB), José Bittencourt (PSD) e Ulysses Tassinari (PV), todos da situação.É inadmissível que um tema tão sério e devastador para as mulheres jovens e trabalhadoras, não apenas da universidade, mas de todo o país, seja tratado com tanta negligência por aqueles que se dizem representar os interesses da população. 
Amanhã (17/12), às 14 horas, acontecerá nova audiência na tentativa de instaurar a CPI. Vale ressaltar que, caso tal quórum não seja alcançado até sexta-feira, a CPI só poderá se efetivar após o recesso de final de ano. Ou seja, assistiremos mais um caso de relevância social ser jogado para baixo do tapete, para proteger uma meia dúzia de privilegiados.
Por isso, nós do Movimento Mulheres em Luta, fazemos um chamado para que todas as ativistas estejam amanhã na ALESP, porque não há dúvida de que sem a pressão do movimento, o machismo institucionalizado e os interesses políticos vão imperar sobre a apuração dos fatos, sabemos que sem uma luta cotidiana a violência contra a mulher vai seguir sendo naturalizada em todas as esferas da sociedade. 
Basta de violência contra as mulheres! Apuração dos casos de estupro na USP! Punição aos estupradores!
 
Letícia Pinho, estudante da USP e da Executiva Nacional do MML, em intervenção na audiência de hoje, dia 16/12/2014
 
Ato realizado pela frente feminista da USP no dia 25 de novembro na Faculdade de Medicina da USP

domingo, 14 de dezembro de 2014

Basta de perseguição! Pela Readmissão de todos os grevistas! Todo o apoio à luta dos Garis.

Nota do MML - Rio de Janeiro




Uma onda de greves se formou pelo país desde 2013, e em fevereiro de 2014 foi a vez das (os) garis.  Protagonizaram uma das maiores lutas da história brasileira, indo as ruas como o apoio da população, mostrando a precarização da COMLURB e a insatisfação com as condições de trabalho, fazendo uma linda greve em pleno carnaval contra a realidade de arrocho salarial e de ataques aos seus direitos básicos. Com sua força e unidade a categoria venceu o prefeito Paes (PMDB) que com o apoio do sindicato pelego ligado a central sindical CGTB, tentou criminalizar e desmobilizar o movimento. A luta dos garis impulsionou paralisações/greves como da educação, rodoviários, COMPERJ e ainda hoje estimula diversas outras categorias nos mostrando a força da classe trabalhadora. Porém, PAES MÃOS DE TESOURA deu início a onda de demissões arbitrárias contra a categoria como punição a este movimento vitorioso.



                                      NÃO A PRIVATIZAÇÃO DA COMLURB!

Sabemos que a política de Paes é retribuir com “mimos” aos empresários que investiram em sua campanha eleitoral e a retribuição é através de privatizações. Testes já foram feitos através da zona portuária /centro, e a bola da vez é a COMLURB. Uma das evidências foi a nomeação para presidência da empresa Carlos Vinícius de Sá Roriz um economista que veio da AMBEV e do grupo de Eike Batista. Não é a toa que vem uma pessoa do setor privado assumir a companhia. Uma política assim só poderia defender a iniciativa privada. A privatização para as(os) trabalhadoras (es) só traz demissões e piores condições de trabalho, e para a população consequências são as piores no serviço, a exemplo da Light ou da OI e transporte coletivo. Como vemos o governo municipal segue a cartilha da privatização do governo estadual/federal: - Alienar, escravizar e detonar a classe trabalhadora! Não aceitaremos a privatização da COMLURB! Vamos as ruas para denunciar!
BASTA DE VIOLÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO!
BASTA DE ASSÉDIO MORAL E SEXUAL!

As mulheres são 46% da classe trabalhadora do país. Sua entrada no mercado de trabalho foi uma conquista importante, mas não nos protegeu do machismo que toma conta dos ambientes de trabalho. E isto não é diferente com as mulheres garis na COMLURB que sofrem com a dupla opressão do machismo e do racismo. A situação se encontra caótica no dia a dia, elas são colocadas em postos mais precarizados nas ruas, são mais expostas a ataques sexuais, sofrem com a falta de banheiros, ameaça de corte de ponto quando seus filhos ficam doentes e precisam acompanhá-los, são obrigadas a ficarem na rua mesmo quando já cumpriram a sua função, são perseguidas/humilhadas/pressionadas por seus superiores. O MML sempre apoiou e esteve presente na luta das (os) garis, não tendo medo de denunciar as arbitrariedades do governo de Eduardo Paes, e entende que sem a presença das mulheres na luta a categoria só tem a perder. O assédio moral e o machismo são armas poderosas usadas pelos patrões para dividir e enfraquecer a categoria! 

- Inclusão das pautas das mulheres nas pautas gerais da categoria!
- Denúncia urgente dos casos de assédio moral por parte dos superiores!
- Chega de machismo, racismo, homofobia!
Fortalecer a luta das mulheres é fortalecer a luta de toda a classe!


Entre em contato conosco: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/
Curta a nossa funpage: Movimento Mulheres em Luta - RJ
 
 


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

NOTA DE REPÚDIO DO MOVIMENTO MULHERES EM LUTA A DECLARAÇÃO MACHISTA DO DEPUTADO JAIR BOLSONARO (PP/RJ).

          O Movimento Mulheres em Luta vem através dessa nota manifestar seu mais profundo repúdio e indignação a declaração feita na última terça-feira (09 de dezembro) em sessão oficial no Congresso Nacional, pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) contra a deputada e ex-ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT/RS), onde disse que ele só não a estupraria por que ela “não merece”. Aproveitamos para expressar toda nossa solidariedade para com a deputada, independente de todas as críticas feitas pelo MML ao PT inclusive em relação às políticas públicas para as mulheres, nos somamos ao coro de indignação e revolta contra essa absurda declaração realizada em sessão oficial no Congresso Nacional.

Bolsonaro já é conhecido pelas suas declarações cheias de ódio e preconceito. Em uma entrevista realizada para a revista Época em 2011, declara “Sou preconceituso com muito orgulho” e por debaixo de um discurso ultraconservador de defesa da família, da moral e bons costumes dispara ofensas em relação às mulheres, aos negros e aos LGBTs. 

Após insultar Maria do Rosário, em entrevista telefônica para o Jornal Zero Hora no dia 10/12, justificou sua declaração dizendo que foi uma “ironia” em resposta a outro episódio envolvendo debate com a deputada e justifica dizendo que “Ela não merece ser estuprada porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece” e conclui que quem é a vítima é ele e não a mulher que foi ameaçada de estupro.
                Declarações como de Bolsonaro não são nada menos do que incentivo ao estupro em um país onde a cada 10 segundos uma mulher é estuprada. Cabe lembrar que práticas machistas como o estupro foram historicamente utilizadas como armas políticas contra as mulheres, como relembrou o relatório da Comissão Nacional da Verdade. Não podemos tolerar essa postura machista de um deputado federal! Não podemos tolerar apologia à violência contra a mulher no Congresso Nacional! 

                Por isso nós do MML exigimos a cassação imediata e prisão do deputado federal Jair Messias Bolsonaro. É imprescindível que Bolsonaro seja responsabilizado pelos seus crimes e suas declarações. Por isso, nos somamos a todas as manifestações de repúdio público contra o deputado e ao abaixo-assinado pela sua cassação e construção de iniciativas para pressionar o poder público e judiciário. Deixar Bolsonaro impune significa corroborar com a violência contra a mulher e com a naturalização da violência machista! Nenhuma mulher merece ser estuprada ou  ser ameaçada de estupro! Cassação e prisão para Bolsonaro! Machistas não passarão! Fora Bolsonaro


domingo, 7 de dezembro de 2014

“Nos quitaron tanto que nos quitaron el miedo” - Somos Todos Ayotzinapa!

Relato da estudante de licenciatura em Letras da USP, Gabriela Hipólito, que está no México participando das lutas contra o desaparecimento dos 43 estudantes.

"Hoje, 06 de dezembro, foi um dia simbólico na Cidade do México. Há 100 anos atrás Emiliano Zapata e Pancho Villa entravam com tropas revolucionárias na capital do país. Nesse ano a data ganhou um novo sentido. Há 70 dias do sequestro dos estudantes de Ayotzinapa, o distrito federal foi tomado por ‘campesinos’, ‘obreros’ e ‘populares’ de todo tipo. As reivindicações também são pelas condições de vida e refletem o momento de desaceleração econômica que vive o país (a moeda nacional não se desvalorizava tanto desde 2009).



Peña Neto lançou essa semana um plano específico de desenvolvimento para Guerrero (estado no qual fica Ayotzinapa), mas longe de estancar a crise que assola o México, essa é uma política ainda sem reflexos de apaziguamento. Tanto é assim que o secretário de segurança do distrito federal (Cidade do México) se demitiu na última sexta depois das 14 prisões durante as Marchas e sua péssima repercussão. Até a Igreja Católica se pronunciou. Através da Conferência do Episcopado Mexicano exigiu do governo atenção às vítimas de violência e garantia da população manifestar-se (em resposta às medidas anti-protestos do governo).

Não há dias sem manifestações no México nos últimos dois meses. A maioria por Ayotzinapa, mas a ‘tampa aberta’ pela tragédia de Iguala revela muitas outras. Também na sexta feira um jovem de Chiapas ateou fogo ao próprio corpo pela libertação de seu tio, ativista político, preso desde 1º de maio. Longe de ser o único a auto imolar-se, o jovem foi seguido por outros manifestantes que costuraram suas bocas ou ‘apenas’ fazem greve de fome.



O México transpira agonia e raiva. A frase muito usada por aqui “Nos quitaron tanto que nos quitaron el miedo”* pode ser sentida e comprovada a todo momento. O grande aliado dos governos e do tráfico agora é dominado pela população. A Marcha de hoje é uma grande prova disso. Os grandes contingentes policiais não intimidaram a multidão nas ruas. Há muita certeza entre os manifestantes que a luta deve continuar, inclusive considerando um refluxo no próximo mês.

Cem anos depois a Cidade do México é tomada por um novo processo convulsivo de repercussão ainda desconhecida. O que os mexicanos voltam a conhecer, porém, é sua força em luta.
*Nos tiraram tanto, que nos levaram o medo."

 Nós do Movimento Mulheres em Luta do Brasil apoiamos a luta do povo mexicano! 

"Narco Estado: asesino!"
"Ayotzinapa vive! La lucha sigue!"
"Gobierno farsante, encierra los estudiantes!"
"Por que, por que, por que me asesina; se soy la esperanza de America Latina!"
"Libertad, Libertad, a los presos por luchar!"



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Luta Popular enfrenta despejo truculento na zona norte de Manaus.

Ocorreu um despejo violento na Zona Norte de Manaus. A ação truculenta teve início na manhã desta quarta-feira, dia 3 de dezembro, em uma ocupação apoiada pelo Luta Popular, com aproximadamente 300 famílias. 

Em nota divulgada há pouco pelas redes sociais, o Luta Popular informa que há vários feridos com balas de borracha, 13 pessoas detidas, e dois helicópteros bombardeiam a área. Boa parte dos ocupantes é indígena, e estão tendo seus Registros Administrativos de Nascimento Indígena (Rani) queimados, segundo denúncias dos ocupantes. Segue havendo resistência.

 Os moradores, sem opções de moradia, ocuparam há cerca de 3 meses um terreno próximo à área de treinamento do Departamento Nacional de Trânsito (Detran) e agora estão sendo brutalmente removidos.

Segundo o Luta Popular, os jornais locais só noticiam o trânsito causado por esta ação em defesa da propriedade privada, e orienta a todos os movimentos que denunciem a ação truculenta da polícia.

“Enquanto a polícia reprime aqueles que não aceitam esse sistema que só nos violenta, em Manaus há lutadoras e lutadoras que se enfrentam com os interesses econômicos da região na disputa pela terra e que impedem o povo pobre, preto, indígena e trabalhador de viver dignamente!”, destaca o movimento.

Notícias na imprensa: