Por Rosemar Silva, do MML Guarulhos
Todos os dias milhares de brasileiras são vítimas da violência machista. O Brasil é o 7º país que mais mata mulheres no mundo e mesmo sendo mulher, a presidente Dilma Rousseff (PT) não tomou medidas consequentes para assegurar a vida, principalmente daquelas que mais precisam – as mulheres trabalhadoras, negras e LGBTs.
Enquanto as políticas públicas para as mulheres não saíram do discurso, o governo Dilma preferiu destinar 50% do orçamento do país para o pagamento de juros aos banqueiros. A Lei Maria da Penha, não consegue sair do papel, principalmente por não contar com uma estrutura para sua aplicação. Outro projeto que também não foi efetivado foi a construção da Casa da Mulher Brasileira. Anunciado em março de 2013, até agora as 27 casas prometidas não foram entregues. Além disso, em seu governo foi vetado o kit anti-homofobia, contribuindo ainda mais com a violência contra as mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais.
O fato é que a presidente não priorizou o combate à violência contra a mulher e seu segundo mandato segue da mesma forma. As primeiras medidas do governo após as eleições foram mais ataques e cortes nas áreas sociais e nos direitos históricos das mulheres trabalhadoras. O ajuste fiscal proposto pelo governo vai no sentido de retirar direitos básicos que atingem diretamente as mulheres trabalhadoras como a pensão por morte, o seguro desemprego, a aposentadoria, o abono e agora a possibilidade da diminuição da jornada de trabalho e salário que torna o orçamento das famílias ainda mais apertado. Em tempos de crise econômica, com a piora das condições de vida e de desemprego as relações humanas tendem a se deteriorar. Não podemos aceitar que as trabalhadoras sejam o saco de pancadas pela crise econômica!
Pesquisas recentes sobre o índice da violência contra a mulher no Brasil apontam uma crescente, conforme revelaram os dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, os quais apontam que 77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente. Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. A cada dois minutos, cinco mulheres são violentamente agredidas. Uma entre cinco mulheres consideram já ter sofrido algum tipo de violência cometida por algum homem, conhecido ou não.
Na cidade de Guarulhos não é diferente, o governo Almeida do PT também não tem nenhum compromisso de solucionar o problema das mulheres trabalhadoras que sofrem violência. As moradoras da cidade têm vivido casos assombrosos de machismo, causando mortes, violência e a assustadora média de um caso de estupro por dia, sendo Pimentas, São João e Taboão os bairros com maior índice de violência contra a mulher. Guarulhos conta com apenas uma Delegacia de Defesa da Mulher, localizada no Jardim Santa Mena, região central da cidade, a qual é insuficiente para o atendimento da demanda da cidade e deixa as mulheres moradoras da periferia sem o atendimento adequado, é na periferia onde moram as trabalhadoras que sofrem com ruas escuras e perigosas, com transporte precário e pontos de ônibus distantes de suas casas. A delegacia existente não funciona 24horas nem aos finais de semana, ou seja, não funciona nos momentos que existe mais necessidade de atendimento. Para piorar a situação, Guarulhos não possui nenhuma Casa Abrigo, ou seja, muitas mulheres são obrigadas a voltar para a casa do agressor pois o Estado não garante proteção.
As mulheres de Guarulhos exigem a imediata implementação e funcionamento de DDMs nas áreas mais afastadas do centro da cidade e de difícil acesso, com atendimento 24 horas e aos finais de semana, para acolhimento adequado e agilidade no atendimento àquelas que sofrem agressões domésticas, sexuais e psicológicas.
Sabemos que esse é um pequeno passo que podemos dar frente a opressão vivida por nós mulheres todos os dias. Nós do MML nos organizamos pois sabemos que somente com luta e organização poderemos avançar no combate a todas as formas de opressão e exploração.
Junte-se ao MML nesta Campanha!
Assine o abaixo-assinado!! Vamos exigir do Poder Público providências imediatas para combater a violência contra a mulher!!
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