NENHUMA A MENOS. NENHUM DIRETO A MENOS!
GREVE GERAL JÁ CONTRA AS REFORMAS E A VIOLÊNCIA!
No último sábado, 04 de
fevereiro, mulheres de 11 estados e diversas categorias se reuniram em São Paulo
para compartilhar as experiências de luta em suas cidades e organizar a
participação do MML nas manifestações do 08 de Março- Dia Internacional de luta
das mulheres. Além de membros da Executiva Nacional e Estaduais do MML, grupos
organizadores locais do MML, participaram representantes da ANEL, Quilombo Raça
e Classe, Quilombo Brasil, ANDES/SN, Sindconir/RJ, Sindpetro AL/SE,
Sindunifess/PA, Sindscope/RJ, setorial lgbt da CSP Conlutas, SIMPERE/PE,
Sindmetal/SJC, Sind. Construção civil/CE.
Iniciamos a reunião a
partir de uma avaliação do aprofundamento da crise econômica no Brasil, e da
piora nas condições de vida da classe trabalhadora, principalmente refletida na
vida das mulheres. Desemprego, violência, feminicídio, governos com política de
ódio contra os setores oprimidos e corte nos orçamentos das políticas para
esses setores. Os ricos e seus governos representantes seguem com a política de
retirada de direitos justamente desses setores mais explorados entre os
trabalhadores (mulheres, negros, lgbt’s, imigrantes,etc.).
Companheiras dos
estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais que sofrem com a
forte crise de orçamento relataram as dificuldades de atraso nos salários e
como tem sido as manifestações que exigem os direitos dos trabalhadores.
Outro tema importante
que emocionou a todas presentes foi o relato de Conceição, mãe de uma filha
Trans que impactou-se com o dado de que uma pessoa Trans tem expectativa de
vida de 35 anos. Ela compartilhou com o plenário o preconceito e as
dificuldades que enfrenta com a filha e disse ainda que sua participação no
movimento também tem o objetivo de apoiar a luta LBT.
Esse e outros dados evidenciaram
o aumento dos índices de violência contra as mulheres, sendo as negras as
principais vítimas. Uma vez que elas correspondem a 64% das vítimas de
assassinato por agressão no país.
Contudo, elas também
são, junto com as mulheres não negras, as principais protagonistas da resistência
que a classe trabalhadora e a população pobre vêm mantendo, no último período. Manifestações
como a marcha de mulheres contra Trump que levou 3 milhões de pessoas às ruas
nos Estados Unidos e impulsionou marchas em mais de 50 países é só um dos
exemplos de iniciativas de luta das mulheres.
Também tiveram importância
na conjuntura atual, as manifestações de “Ni Uma a Menos” na argentina que
levou a 01 dia de paralisação nacional, a greve de mulheres na Polônia contra
ataques ao direito ao aborto legal. A greve de operárias têxteis na Índia
contra mudanças na previdência. No
Brasil, as mulheres estiveram a frente das ocupações de escola, das lutas por
moradia, foram as primeiras a exigir o Fora cunha, denunciaram a cultura do
estupro e a negligência dos governos, além de serem linha de frente nas greves
de diversas categorias.
Maria Ivanir, diretora do
Sindicato da Construção civil de Fortaleza, é uma dessas mulheres e afirma que
esse ano vai para a mesa de negociação na campanha salarial exigir o salário
igual para trabalho igual, negado as mulheres do setor.
Greve
Internacional de mulheres deve impulsionar a greve geral no Brasil!
Frente a esse cenário,
a construção do 08 de Março ganha um caráter internacional e se apresenta como
um importante espaço de unidade das lutas das mulheres trabalhadoras e jovens. Intelectuais
feministas como Angela Davis e Nancy Fraser, conhecidas pela defesa dos
direitos civis e das mulheres nos Estados Unidos, lançaram um manifesto conclamando
uma greve internacional de mulheres que combata o machismo e todas as formas de
opressão, mas que também se coloque contra a política neoliberal de retirada de
direitos e precarização das condições de vida dos trabalhadores.
No Brasil, essa
política se expressa na reforma da previdência que vai impor para as mulheres,
uma jornada de trabalho ainda mais extenuante, além de vários outros prejuízos.
Além da retirada de verbas das políticas públicas que poderiam coibir a
violência e o machismo. Contudo, não são medidas iniciadas de agora, mesmo no
governo da primeira mulher presidente tivemos muitos ataques e retirada de direitos
e para avançarmos em nossas conquistas é preciso não esquecer que Dilma nunca
representou as mulheres trabalhadoras.
Por isso, como parte da
construção dessa greve internacional der mulheres, devemos impulsionar também em
nosso país a construção de uma greve geral, que derrote o governo Temer e barre
suas reformas. Essas foram as tarefas que assumiram as mulheres presentes em
nossa plenária nacional. Voltar para os Estados, organizar as mulheres pela
base e construir importantes manifestações no 08 de Março que apontem a
continuidade da luta e resistência.
Contamos
com você para estar ao nosso lado!
Veja todas as resoluções
da plenária abaixo:
·
Participar das reuniões gerais de
construção do 8/3, procurando construir a unidade entre as organizações, desde
que não haja mudanças nas definições tomadas coletivamente quanto ao eixo,
caráter e objetivo dos atos.
·
Nas cidades em que não haja reuniões
amplas de construção do 8/3 que o MML possa impulsionar essa organização.
·
Construir atividades próprias do MML
para envolver e preparar nossa base para as manifestações e aproveitar para
explicar a reforma da previdência e o aprofundamento da violência, no intuito
de ganhar as mulheres trabalhadoras para a necessidade de construção de uma
greve geral no país, que possa derrotar o governo Temer e os ataques aos
direitos da classe trabalhadora.
·
Utilizar o eixo “Nenhuma a menos, Nenhum
direito a menos. Greve geral já contra as reformas e a violência”!. Todas contra Trump!
·
Aproveitar a preparação do 8/3 para
iniciar uma forte campanha contra a reforma da previdência e trabalhista, atuar
em parceria com a CSP-Conlutas.
·
Nos Estados em que seja possível,
realizar atividades sobre a resistência da mulher palestina e organizar uma
coluna de mulheres imigrantes e refugiadas nos atos de 8/3.
·
Manter as intervenções do MML nos
pré-carnavais denunciando o machismo e os ataques sofridos pelas mulheres.
·
Preparar um material nacional que não
seja muito pesado e possa dialogar com o conjunto das mulheres trabalhadoras e
jovens, atentando-se para a forma e atratividade do mesmo.
Outros
encaminhamentos:
·
- Desenvolver o tema da gordofobia e tirar políticas de combate a esse tipo de opressão;
- · Desenvolver o tema das mulheres encarceradas e buscar intervir na defesa de seus direitos;
- · Incorporar a luta das mulheres LBT’s dando visibilidade as suas pautas;
- · Atentar para que os textos da CSP-Conlutas expressem as necessidades e a luta das mulheres
- · Organizar, junto com o ANDES/SN, uma intervenção na CSP-Conlutas que dê destaque a luta contra o assédio moral e sexual nos locais de trabalho e ativismo.
- · Moções de apoio: à ocupação da creche da USP, aos trabalhadores em greve do Supermercado SETA e à ocupação Vila Itália (S José do Rio Preto) que corre risco de despejo.
- · Convocar a reunião da executiva Nacional para final de março ou início de Abril.
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