O ano começa com mais uma perda irreparável de uma
companheira em Marília. Na manhã do dia 10 de janeiro, a professora e
ex-coordenadora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos, foi brutalmente
assassinada a facadas pelo seu namorado, que confessou o crime a sua família e
está desaparecido desde então.
Bete, como era conhecida, nasceu em Lins, SP, concluiu seu
mestrado em 2006 pela UNESP de Marília e era professora municipal na EMEF Prof.
Américo Capelozza, onde havia sido coordenadora substituta e trabalhava desde
2013. Estava na rede municipal de ensino há quase 10 anos e havia acabado de
ser efetivada numa escola da zona oeste.
Seu namorado, Jefferson Carlos da Silva, está desaparecido
desde que saiu de casa logo após falar para sua genitora o crime que havia
cometido. O rapaz de 28 anos apareceu ensanguentado e todo arranhado na casa de
sua família, supostamente logo após ter cometido o crime.
Como tantas outras mulheres trabalhadoras, Bete teve seus
sonhos mutilados nas mãos do machismo, que leva uma mulher a cada 2 horas no
nosso país. Somente no ano de 2016, foram 4.657 mulheres assassinadas, porém
apenas 11% dos casos foram classificados como feminicídio pelas delegacias no
Brasil a fora.
É triste constatar que o caso de Bete não está isolado, e
mais triste ainda saber que os assassinatos de mulheres vêm aumentando ano após
ano, por negligência dos governos que atuam a serviço dos patrões. Durante o
governo de Dilma vimos os casos de feminicídio crescerem ano após ano, e o
orçamento para combate à violência contra mulher diminuir de forma assustadora.
Agora no governo Temer, o descaso com o combate ao machismo
está ainda pior. Com a PEC contra o aborto, a PEC do teto dos gastos e outros
cortes de políticas públicas, vemos as vidas das mulheres entregadas a própria
sorte. Assim, denunciamos que a morte da professora não está somente nas mãos
do seu ex-companheiro como também dos governos e dos patrões que lucram com
seus cortes.
Exigimos o julgamento e a penalização do assassino de Bete!
Assim como verbas municipais para o combate ao machismo e suas consequências. A
professora não foi a primeira assassinada em Marília nessas condições e enquanto
não derrubarmos a sociedade de classes casos assim continuarão acontecendo. Não
aceitaremos nenhuma a menos!
Bete Ribeiro presente!
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