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quinta-feira, 9 de maio de 2024

MML Rio Grande do Sul 

Diante da maior tragédia climática e social no RS, fruto da irresponsabilidade e ganância de governos e empresários, mulheres e meninas são as mais vulneráveis e enfrentam, não só as enchentes, mas também a violência sexual. Casos de estupros em abrigos vem à tona! Uma menina de 6 anos, resgatada sem os pais, foi para um abrigo em Viamão, sem água e luz, onde sofreu abuso sexual. Outros estupros em abrigos contra mulheres foram denunciados, e estão sendo apurados em Canoas e Vale dos Sinos. 5 já foram confirmados e 6 pessoas presas. Os abusadores seguem o padrão, são parentes e próximos às vítimas.

Há mulheres, com crianças, com medidas protetivas, convivendo no mesmo abrigo com seus agressores. Abrigos mistos sem banheiros separados e monitoramento. Falta de preparo para lidar com as vítimas de violência e canais adequados às denúncias. Situações inaceitáveis que exigem medidas dos governos para combater a violência machista e a cultura do estupro.

Não bastasse a população ter tido que sair de casa, deixando para trás todos os seus pertences, por negligência de governos que não fizeram ações preventivas a mais esta tragédia anunciada, as mulheres padecem também pela falta de recursos em políticas contra à violência machista e a naturalização da violência sexual. 

Em tempos comuns, o Centro Estadual de Atenção às Vítimas de Violência já funcionava na garagem do Centro Administrativo na capital. A cada duas horas um estupro vinha sendo registrado no estado, e apenas 8,5% chegava ao conhecimento do poder público. 

Exigimos que os governos das 3 esferas (municipal, estadual e federal) assumam suas responsabilidades, e executem medidas efetivas para garantir a segurança e dignidade das pessoas nos abrigos, locais adequados, preparados para acolher a população, seguros e que coíbam todo tipo de violência, principalmente o abuso sexual contra mulheres e meninas.

O conjunto dos(as) trabalhadores(as) tem dado exemplo de auto organização e solidariedade de classe, que sejam eles(as) então que decidam o destino dos valores arrecadados em doação, com conselhos populares e transparência nas destinações. Nada de deixar o dinheiro na mão do setor privado!

Que parte do valor destinado à dívida público estadual seja destinado à estruturação da rede de atenção às vítimas da violência machista. 

Que tenha um plano de obras públicas para reconstrução das moradias e que mulheres em medida protetiva tenham prioridade no realojamento.

Não temos dúvida que a combinação do machismo e do capitalismo é que impõe essa realidade tão cruel para nós mulheres. Por isso, os governos não assumem a concretização dessas medidas, pois administram os interesses dos ricos e poderosos. Para arrancar, de fato, a garantia de todas as nossas demandas, devemos enfrentar os governos de plantão e também destruir o sistema capitalista que lucra com a nossa opressão e sofrimento. Vamos juntas fortalecer essa luta!



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