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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Basta de violência contra as Mulheres!

Há uma semana, fomos novamente surpreendidas com a notícia de um novo caso de assédio sexual dentro do metrô de São Paulo. Dessa vez, foi um advogado que assediou uma jovem de 21 anos no vagão que ia da estação República para a estação Belém. O advogado de 46 anos colocou seu pênis ereto para fora e passou a comprimir a garota por trás. A garota tentou fugir, mas ele a segurou e assim, a garota teve um leve desmaio, decorrente da tensa situação.

O advogado ficou preso por 3 dias, mas pagou uma fiança e foi liberado. A justiça perdoa e esquece o fato com o pagamento de uma quantia financeira. A jovem de 21 anos não vai esquecer o fato tão fácil assim. Este caso se somou aos outros 52 casos que ocorreram no metrô de São Paulo apenas neste ano de 2011.

Para a Rede Globo, isso é piada!

Nós do Movimento Mulheres em Luta assinamos em baixo da carta feita pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo à Rede Globo. A carta fala sobre o quadro do programa Zorra Total que faz piada com uma situação humilhante para as mulheres que pegam o metrô todos os dias, sob as condições de serem abusadas sexualmente.

A Rede Globo é um veículo de informação muito amplo e pode ser responsável pelo aumento dos casos de abuso sexual dentro do metrô, depois que este quadro passou a ser veiculado pelo programa. Nós iremos, junto com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, até o final para exigir a retirada deste quadro do ar. Abuso sexual não é piada e as mulheres que sofrem com isso não acham nenhuma graça essa humilhação.

Essa batalha não tem nada a ver com censura, pois estamos nos colocando contra um quadro que incita o estupro e o assédio sexual, e que por isso, priva as mulheres de utilizar um serviço público sem que estejam sujeitas a este tipo de humilhação.

A Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo Federal se mostrou solidária a essa iniciativa do Sindicato dos Metroviários de São Paulo. No entanto, questionamos este “empenho” em lutar contra a agressão das mulheres, uma vez que o governo Dilma e a Secretaria não destinam recursos necessários para que o atendimento às mulheres que sofrem violência seja integral. Da mesma forma que esta Secretaria e este governo (continuidade do governo Lula) não se empenharam em dar as mínimas condições para que a Lei Maria da Penha, mesmo com todas as suas limitações, fosse aplicada.

A novela das 21h como desculpa...
Na novela mais assistida pela população brasileira, a emissora está retratando uma triste realidade da mulher brasileira, que é a violência doméstica. Segundo pesquisa do Anuário das Mulheres Brasileiras, o local em que as mulheres mais sofrem agressão no Brasil é dentro de sua própria casa. Não adianta mostrar essa situação na novela e se mostrar totalmente irresponsável com a exibição de um quadro que incita a violência e o abuso sexual contra as mulheres.

Casos e mais casos
Mais um caso circula pelas redes sociais, o caso Rannah, uma jovem que foi violentamente agredida pelo seu namorado, dentro de uma boate. As câmeras de segurança do local mostram todas as imagens, desde a agressão, que ocasionou na quebra do braço da jovem, até a fuga covarde do agressor.

O machismo é uma ideologia do capitalismo
O machismo é uma ideologia, ou seja, um sistema de falsas idéias, que cria uma falsa verdade, de que as mulheres são inferiores aos homens. Essa ideologia é muito bem aproveitada pelo capitalismo, pois este sistema a utiliza para explorar mais as mulheres, que são metade da classe trabalhadora brasileira.

A violência física, moral, psicológica e sexual é mais uma expressão desta ideologia, que faz com que muitas mulheres sejam assassinadas ou sofram traumas para o resto de suas vidas. E quem mais sofre com isso são as mulheres trabalhadoras, porque sofrem a combinação entre opressão e exploração.

Defendemos que haja mais recursos e investimento para as iniciativas de amparo às mulheres que sofrem com qualquer tipo de violência. Defendemos também que a Lei Maria da Penha seja aplicada na sua integralidade, o que não vimos ocorrer nesses 5 anos desde que ela foi aprovada.

Mas essas medidas não bastam. Precisamos organizar a luta com o conjunto da classe trabalhadora para destruir o capitalismo, sistema que impõe essa dura condição às mulheres trabalhadoras.



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