Em Junho deste ano, as trabalhadoras da Siber (EVEREL) de São José dos Campos organizaram uma importante luta de resistência. A empresa faliu e o dono da mesma tentou fugir sem dar nenhuma garantia dos direitos trabalhistas. As trabalhadoras, junto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, organizaram, naquela ocasião, um acampamento de 4 dias na fábrica. Com essa pressão, conquistaram a decisão judicial de que ele teria que pagar tudo o que era de direito das trabalhadoras.
Uma das garantias foi colocar algumas máquinas da fábrica que estava fechando no nome das trabalhadoras. A primeira parte do acordo foi cumprida e as trabalhadoras receberam 600 reais como conseqüência da rescisão do contrato feita pelo empresário. O resto que deveria ser pago, dentro do prazo de 90 dias não foi cumprido.
Por isso, no dia 18 de outubro, as trabalhadoras se organizaram e foram, junto com o Sindicato dos Metalúrgicos e com o Movimento Mulheres em Luta, para a unidade da Siber (EVEREL) de Guararema, próximo de São José dos Campos. Fomos cobrar o que o dono da empresa deve e exigir respeito. Ao chegarmos lá, conversamos com as trabalhadoras da unidade e descobrimos que ele também estava deixando de pagar direitos para as trabalhadoras, como a cesta básica.
Dessa forma, fizemos uma manifestação em frente à unidade de Guararema, depois fomos à Prefeitura da cidade, para que esta também se obrigasse politicamente para não deixar que o dono da EVEREL deixe de arcar com os direitos trabalhistas das trabalhadoras de Guararema. Logo depois, fomos ao Fórum da cidade, local em que havia sido aprovada todas as responsabilidades do empresário em relação às trabalhadoras da EVEREL de São José.
Exigimos do juiz que ele bloqueasse os bens do empresário, como forma de exigir que ele pague imediatamente as trabalhadoras. Essa decisão ainda será tomada, está em meio à disputa judicial. A experiência que tivemos junto a todas as trabalhadoras foi de que apenas a luta organizada, a mobilização e a resistência podem garantir a vitória.
Este caso demonstra como o capitalismo é perverso com o conjunto da classe trabalhadora e particularmente com as mulheres trabalhadoras. As condições de trabalho nesta fábrica são terríveis. Na hora em que chegamos à unidade de Guararema, iniciamos nosso ato com 1 minuto de silêncio em homenagem a uma das trabalhadoras, companheira Lilian, que faleceu em função de um câncer. Os médicos desconfiam que ela tenha adquirido a doença como conseqüência do trabalho com a solda, que é um trabalho que todas as mulheres realizam nesta fábrica.
Essas mulheres estão hoje na busca por um novo emprego e na batalha pelos direitos roubados do senhor Anselmo, proprietário da SIBER/EVEREL. Além disso, essas mulheres lutam pelo direito de creche, que não é garantido para todas. Nós do Movimento Mulheres em Luta estivemos nesta manifestação e estaremos em quantas mais tiver para defender o direito dessas trabalhadoras. No dia 12 de novembro, haverá um Seminário de Creches na sede do Sindicato dos Metalúrgicos que irá organizar a luta por mais este direito.
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