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quarta-feira, 10 de abril de 2013

A ONU e sua política para as mulheres

A Organização das Nações Unidas tem vindo à mídia com frequência para anunciar suas políticas para mulheres. Neste último oito de março, por exemplo, lançou uma campanha contra violência às mulheres, denunciando que até 76% das mulheres no mundo sofrerão algum tipo de violência no decorrer de sua vida.

O direcionamento da ONU às mulheres se fortaleceu em 2010 quando os países membros votaram pela criação da “ONU mulheres”, que tinha, até fim de março, como coordenadora a ex-presidenta chilena, Michelle Bachelet.

Autointitulada como: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres, a “secretaria de mulheres” da organização encampou campanhas sobre o desenvolvimento econômico entre as mulheres, contágio de doenças sexualmente transmissíveis e agora, lança com força, a campanha contra a violência às mulheres.

Estudos patrocinados pela própria entidade juntaram dados alarmantes: entre as mulheres de 15 a 44 anos os casos de violência matam mais do que câncer, a malária os acidentes de trânsito e a guerra juntos, que uma entre quatro mulheres sofre violência física durante a gravidez ou ainda que entre 100 e 140 milhões de mulheres sofreram mutilações genitais ao redor do mundo.

No entanto, a campanha se resume a alguns aconselhamentos aos países e população de como agir para coibir esse tipo de violência. Os dados divulgados são limitados e não tocam em pontos importantes, como o conflito árabe-israelense ou os efeitos da retirada de direito às mulheres nos países em crise.

A ONU, em diversos momentos, tirou suas intenções do papel e agiu. Na invasão ao Haiti, por exemplo, organizou o envio de efetivos militares que na prática serviram para conter qualquer tipo de manifestação popular, inclusive as que reivindicavam melhores condições de vida.

Na questão do combate à violência às mulheres a postura é outra, ao invés de agir ou construir um plano efetivo junto aos países membros para conter o aumento da violência, tais como metas concretas de assistência econômica, jurídica e social às mulheres em situação de risco, a organização sugere apenas medidas de conscientização e contribuições a um Fundo que patrocina programas sociais.

A conscientização sobre a necessidade do combate à violência não pode ser uma ação individual e não se sustentará sem medidas efetivas para evitar as causas da violência doméstica. É preciso diminuir a pobreza, através do aumento de empregos e direitos sociais. Além de exigir que os países deem todo tipo de assistência às mulheres vitimas da violência. 

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