Marcela
Azevedo – Executiva Nacional do MML
O movimento mulheres em luta lançou a
campanha “Não me encoxa, que eu não te furo”, em resposta a propaganda do Metrô
e governo de São Paulo, veiculada na rádio Transamérica, na qual se afirmava
que trem lotado era bom para “xavecar” mulheres. A entrega de alfinetes e
material explicando a política do MML para o combate a violência contra as
mulheres ganhou a simpatia das jovens e trabalhadoras que dependem do
transporte público para se deslocar, além de ter uma repercussão rápida e
intensa na mídia.
Campanha do MML: "Não me encoxa que eu não te furo!" |
Infelizmente esse tema não é apropriado para
piadas, como tentou justificar a empresa responsável pela propaganda citada
acima. Somente em São Paulo já foram presos 17 homens este ano acusados de
“encoxar” mulheres nos vagões, muitos desses casos chegaram ao extremo de
estupro, sendo que há até uma pagina nas redes sociais com mais de 12 mil
seguidores onde esse tipo de violência é incentivado.
Após a repercussão negativa da propaganda
financiada pelo Metrô e da campanha de denúncia do MML acerca dessa situação, a
mídia do metrô iniciou uma campanha na última sexta-feira contra o abuso sexual
de mulheres, através de cartazes, comerciais e informativos aponta que tem 1000
seguranças treinados, disponibiliza um telefone e um espaço no site da
companhia para denunciar tais casos.
Imagem da Campanha do Metrô de São Paulo |
Não há dúvidas de que essa campanha do metrô
foi uma vitória arrancada pela pressão do movimento. Contudo é necessário
avançar em medidas mais contundentes para garantir a segurança das mulheres.
Nós do Movimento Mulheres em Luta defendemos os vagões exclusivos para mulheres,
como uma medida pontual, mas imediata, para evitar que as mulheres sejam
violentadas. Defendemos mais investimentos nas políticas de combate a violência
contra a mulher, uma vez que o Governo Dilma vem fazendo cortes significativos
no orçamento dessa área.
Outro elemento fundamental é o investimento
do governo do Estado na melhoria do transporte público. Homens e mulheres
trabalhadoras são cotidianamente humilhados e desrespeitados quando vão ao
trabalho ou voltam para casa, contudo para as mulheres essa situação é ainda
mais desesperadora porque além do cansaço e do estresse que enfrentam no
transporte coletivo, precisam se preocupar com o constrangimento e a agressão
do abuso sexual. É bem verdade que vagão lotado não é justificativa para
“encoxadores”, mas é um espaço que favorece esse tipo de prática.
A entrega dos alfinetes vão continuar, não
porque achamos que vai resolver o problema, e sim porque queremos chamar a
atenção das mulheres e dos homens para lutarem conosco para combater qualquer
forma de violência contra as mulheres e para exigir dos governos uma política ampla
e responsável nessa área.
Bela defesa violência contra violência Repudio!
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