quarta-feira, 9 de abril de 2014

Alfinetada no governo do estado, faz com que metrô lance campanha contra o assédio de mulheres!


Marcela Azevedo – Executiva Nacional do MML


O movimento mulheres em luta lançou a campanha “Não me encoxa, que eu não te furo”, em resposta a propaganda do Metrô e governo de São Paulo, veiculada na rádio Transamérica, na qual se afirmava que trem lotado era bom para “xavecar” mulheres. A entrega de alfinetes e material explicando a política do MML para o combate a violência contra as mulheres ganhou a simpatia das jovens e trabalhadoras que dependem do transporte público para se deslocar, além de ter uma repercussão rápida e intensa na mídia.

Campanha do MML: "Não me encoxa que eu não te furo!"


Infelizmente esse tema não é apropriado para piadas, como tentou justificar a empresa responsável pela propaganda citada acima. Somente em São Paulo já foram presos 17 homens este ano acusados de “encoxar” mulheres nos vagões, muitos desses casos chegaram ao extremo de estupro, sendo que há até uma pagina nas redes sociais com mais de 12 mil seguidores onde esse tipo de violência é incentivado.
Após a repercussão negativa da propaganda financiada pelo Metrô e da campanha de denúncia do MML acerca dessa situação, a mídia do metrô iniciou uma campanha na última sexta-feira contra o abuso sexual de mulheres, através de cartazes, comerciais e informativos aponta que tem 1000 seguranças treinados, disponibiliza um telefone e um espaço no site da companhia para denunciar tais casos.

Imagem da Campanha do Metrô de São Paulo

Não há dúvidas de que essa campanha do metrô foi uma vitória arrancada pela pressão do movimento. Contudo é necessário avançar em medidas mais contundentes para garantir a segurança das mulheres. Nós do Movimento Mulheres em Luta defendemos os vagões exclusivos para mulheres, como uma medida pontual, mas imediata, para evitar que as mulheres sejam violentadas. Defendemos mais investimentos nas políticas de combate a violência contra a mulher, uma vez que o Governo Dilma vem fazendo cortes significativos no orçamento dessa área.
Outro elemento fundamental é o investimento do governo do Estado na melhoria do transporte público. Homens e mulheres trabalhadoras são cotidianamente humilhados e desrespeitados quando vão ao trabalho ou voltam para casa, contudo para as mulheres essa situação é ainda mais desesperadora porque além do cansaço e do estresse que enfrentam no transporte coletivo, precisam se preocupar com o constrangimento e a agressão do abuso sexual. É bem verdade que vagão lotado não é justificativa para “encoxadores”, mas é um espaço que favorece esse tipo de prática.
A entrega dos alfinetes vão continuar, não porque achamos que vai resolver o problema, e sim porque queremos chamar a atenção das mulheres e dos homens para lutarem conosco para combater qualquer forma de violência contra as mulheres e para exigir dos governos uma política ampla e responsável nessa área.  

Um comentário:

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

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Chega da violência contra as mulheres!

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