Por Nanda Psoa , do MML RN
A classe trabalhadora e a população
do Rio Grande do Norte estão vivendo dias cada vez mais dramáticos. Mergulhado
no caos econômico, político e social, o RN se aproxima da situação em que se
encontrava o Rio de Janeiro. Aqui, assim como em outros lugares do país, os
efeitos da crise econômica também são descarregados nas costas da nossa classe.
Desde janeiro de 2016, o governador
Robinson Faria (PSD) está atrasando os salários do funcionalismo e o pagamento
é feito de forma escalonada: primeiro recebem aqueles com salários mais baixos;
depois, conforme entram recursos, os demais servidores. O atraso no pagamento
tem afetado as necessidades mais básicas das trabalhadoras e trabalhadores, em
especial os da saúde pública. Falta dinheiro para ir ao trabalho e até mesmo
para se alimentar.
Como se não bastasse os salários
atrasados, o governo resolveu enviar à Assembleia Legislativa um pacote de
ajuste fiscal com 18 medidas para "combater" a crise financeira, mas
que na prática afetam os direitos dos (as) servidores (as), a exemplo do
aumento na alíquota da contribuição previdenciária, de 11% pra 14%. O pacote
chamado de "RN Urgente" também prevê demissões e venda de patrimônio
público.
Insatisfeitos (as) com o pacote de
maldades do governo, servidores públicos do Rio Grande do Norte, amanheceram o
dia da última quinta-feira (11), em frente à Assembleia Legislativa para
impedir que os deputados votassem as medidas. Porém, a “Casa do Povo” estava
cercada com grades de ferro de ponta a ponta para impedir o acesso à entrada.
Mas, as grades de ferro não foram
capazes de recuar a luta dos (as) servidores (as) e sem medo de qualquer
repressão que pudesse acontecer, trabalhadoras e trabalhadores derrubaram as
grades, ocupando a entrada principal da AL. Não demorou muito para que as
demais grades das laterais fossem abaixo e a Assembleia fosse totalmente
cercada, mas dessa vez por trabalhadores (as).
Agora, as medidas do governador
Robinson Faria serão analisadas nas comissões e uma nova sessão extraordinária
está marcada para terça-feira (16), quando as servidoras e servidores estaduais
prometem um dia de greve geral contra o ajuste fiscal.
Em meio a este caos e descaso do
governo com a vida das trabalhadoras e trabalhadores, duas categorias do
funcionalismo têm dado exemplo de luta e resistência. Em greve há dois meses, a
saúde e a UERN vêm realizando manifestações conjuntas e mostrando que é
preciso unificar o movimento, reforçando o chamado às demais categorias para a
construção de uma greve geral no estado.
É importante enfatizar que as
mulheres são predominantemente maioria nessas duas categorias em greve. E ao
lado dos homens vem dando exemplo de protagonismo e enfrentamento nas lutas.
Participando ativamente das lutas, nas praças, ruas, ocupações, exigindo
salários em dia e condições dignas de trabalho.
Não é a toa que todos esses ataques
dos governos que afetam toda a classe trabalhadora, recai com mais força as
mulheres trabalhadoras e pobres, que recebem menos que os homens, que estão nos
empregos mais precarizados, que ainda enfrentam a violência machista e que não
têm outra alternativa a não ser lutar.
O Movimento Mulheres em Luta
acompanha essa luta de perto e presta a total solidariedade às lutadoras e
lutadores que vem sacudindo o estado do Rio Grande do Norte. Acreditamos que a
saída para derrotar esses ataques, seja do governo Robinson no RN ou seja do
governo Temer com a reforma da Previdência e demais ataques, é uma nova Greve
Geral, pra colocar pra fora Temer, Robinson e todos os corruptos que nos atacam
e nos oprimem.