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sábado, 13 de janeiro de 2018

Toda solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores do Rio Grande do Norte

Por Nanda Psoa , do MML RN

A classe trabalhadora e a população do Rio Grande do Norte estão vivendo dias cada vez mais dramáticos. Mergulhado no caos econômico, político e social, o RN se aproxima da situação em que se encontrava o Rio de Janeiro. Aqui, assim como em outros lugares do país, os efeitos da crise econômica também são descarregados nas costas da nossa classe.

Desde janeiro de 2016, o governador Robinson Faria (PSD) está atrasando os salários do funcionalismo e o pagamento é feito de forma escalonada: primeiro recebem aqueles com salários mais baixos; depois, conforme entram recursos, os demais servidores. O atraso no pagamento tem afetado as necessidades mais básicas das trabalhadoras e trabalhadores, em especial os da saúde pública. Falta dinheiro para ir ao trabalho e até mesmo para se alimentar.

Como se não bastasse os salários atrasados, o governo resolveu enviar à Assembleia Legislativa um pacote de ajuste fiscal com 18 medidas para "combater" a crise financeira, mas que na prática afetam os direitos dos (as) servidores (as), a exemplo do aumento na alíquota da contribuição previdenciária, de 11% pra 14%. O pacote chamado de "RN Urgente" também prevê demissões e venda de patrimônio público.

Insatisfeitos (as) com o pacote de maldades do governo, servidores públicos do Rio Grande do Norte, amanheceram o dia da última quinta-feira (11), em frente à Assembleia Legislativa para impedir que os deputados votassem as medidas. Porém, a “Casa do Povo” estava cercada com grades de ferro de ponta a ponta para impedir o acesso à entrada.

Mas, as grades de ferro não foram capazes de recuar a luta dos (as) servidores (as) e sem medo de qualquer repressão que pudesse acontecer, trabalhadoras e trabalhadores derrubaram as grades, ocupando a entrada principal da AL. Não demorou muito para que as demais grades das laterais fossem abaixo e a Assembleia fosse totalmente cercada, mas dessa vez por trabalhadores (as).
Agora, as medidas do governador Robinson Faria serão analisadas nas comissões e uma nova sessão extraordinária está marcada para terça-feira (16), quando as servidoras e servidores estaduais prometem um dia de greve geral contra o ajuste fiscal. 

Em meio a este caos e descaso do governo com a vida das trabalhadoras e  trabalhadores, duas categorias do funcionalismo têm dado exemplo de luta e resistência. Em greve há dois meses, a saúde e a UERN  vêm realizando manifestações conjuntas e mostrando que é preciso unificar o movimento, reforçando o chamado às demais categorias para a construção de uma greve geral no estado.

É importante enfatizar que as mulheres são predominantemente maioria nessas duas categorias em greve. E ao lado dos homens vem dando exemplo de protagonismo e enfrentamento nas lutas. Participando ativamente das lutas, nas praças, ruas,  ocupações, exigindo salários em dia e condições dignas de trabalho. 

Não é a toa que todos esses ataques dos governos que afetam toda a classe trabalhadora, recai com mais força as mulheres trabalhadoras e pobres, que recebem menos que os homens, que estão nos empregos mais precarizados, que ainda enfrentam a violência machista e que não têm outra alternativa a não ser lutar.

O Movimento Mulheres em Luta acompanha essa luta de perto e presta a total solidariedade às lutadoras e lutadores que vem sacudindo o estado do Rio Grande do Norte. Acreditamos que a saída para derrotar esses ataques, seja do governo Robinson no RN ou seja do governo Temer com a reforma da Previdência e demais ataques, é uma nova Greve Geral, pra colocar pra fora Temer, Robinson e todos os corruptos que nos atacam e nos oprimem.




sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Nota de repúdio do Movimento Mulheres em Luta as ações de violência praticadas pela chapa da CTB/PCdoB nas eleições do Sindicato da Construção Civil de Belém


No último dia 5 de Janeiro estava prevista para acontecer a eleição da diretoria do Sindicato da Construção Civil de Belém. Duas chapas concorriam ao pleito, uma da CSP CONLUTAS (PSTU e independentes) que está à frente do sindicato por vários anos e outra da CTB/PCdoB que já dirigiu o sindicato até a década de 90 e não demonstrou grande expressão na base da categoria.

Desde o início do processo a Chapa da CTB  deu mostras de queria impedir à força o decorrer da eleição. Colocou diversos homens, que se diziam seguranças, para seguir as urnas e amedrontar os mesários, em sua maioria mulheres e membras do MML. 

Ao perceberem que se refletia nas urnas o apoio a chapa da CSP Conlutas, começaram a roubar as listas de assinatura, as urnas e a agredir as pessoas que trabalhavam na eleição. Diversas companheiras, trabalhadoras, algumas idosas, outras muito jovens foram empurradas, jogadas ao chão, levaram socos e arranhões porque eram as que se encontravam em posse do material da eleição.
Tudo isso aconteceu com a platéia e participação de diversas mulheres da CTB e do PCdoB. As mesmas que enchem a boca para falar em microfones e programas de TV que estão na luta contra a violência à mulher e que muitas vezes reforçam as ilusões na cabeça das trabalhadoras de que basta ser mulher para nos representar.

Veja os videos das agressões  nos links abaixo
https://www.facebook.com/conlutaspara/videos/1790115967696570

https://www.facebook.com/campos.suzi/posts/1903312449696836

É lamentável e inadmissível toda a prática gangsterista realizada pela CTB/PCdoB. Contudo, é mais indignante ainda o uso do machismo, do racismo e de toda a opressão que vitima milhares de trabalhadoras e trabalhadores no capitalismo para inviabilizar a eleição de um sindicato da classe. Infelizmente esse não um caso isolado! A burocratização das praticas sindicais com muita frequência está ligada a reprodução do machismo nos sindicatos. Isso porque para manter privilégios é necessário submeter e controlar as pessoas ao redor. Para impedir que se expresse a verdade, se recorre a violência e a agressão. Foi assim no ato do dia 10 de Novembro, onde em diversas cidades as companheiras e companheiros da CSP–Conlutas foram agredidos ao fazerem críticas ao governo do PT e a postura traidora das grandes centrais sindicais na construção da greve geral.

Também não é novidade o discurso da solidariedade entre as mulheres ir pelo ralo quando se trata de defender aparatos e impedir a expressão de posicionamentos diferentes. No 8 de Março de 2016, em São Paulo, as companheiras do MML foram agredidas por homens e mulheres da CUT e CTB ao defenderem que Dilma não representava as mulheres trabalhadoras e no ano de 2017 a proposta era retirar nosso direito de fala durante o ato para mais uma vez nos impedir de colocar nossas opiniões.

São esses tipos de acontecimentos que afastam as mulheres trabalhadoras da construção de suas entidades sindicais. É essa reprodução do machismo por setores do movimento e partidos políticos que fortalecem os patrões e sua capacidade de super-explorar as mulheres trabalhadoras. Por isso declaramos nosso total repúdio a ação da CTB/PCdoB durante a eleição do Sindicato da Construção Civil de Belém. Por cada companheira nossa que foi agredida e ameaçada, mas também, por todas as trabalhadoras que são vitima da reprodução do machismo, nossa luta seguirá forte e firme para denunciar e coibir esse tipo de prática no movimento sindical e nos espaços de organização social, até que consigamos destruir o capitalismo e com ele toda a reprodução do machismo.


Em nome de todo o trabalho construído com as mulheres da categoria da construção civil, que passou pela fundação da secretaria de mulheres do sindicato, n

a luta pela classificação profissional e contra o assédio moral e sexual nas obras, nós do Movimento Mulheres em Luta nos solidarizamos com a categoria e com as companheiras e companheiros da chapa 1 que estão na batalha para manter o sindicato no caminho das lutas e resistência aos ataques dos governos e patrões! Exigimos a punição a todos os agressores! Basta de violência contra a mulher! Total repúdio ao gangsterismo no movimento sindical!



quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Mais um feminicídio em Marília, não aceitaremos! Bete Ribeiro presente!

O ano começa com mais uma perda irreparável de uma companheira em Marília. Na manhã do dia 10 de janeiro, a professora e ex-coordenadora Elisabete Aparecida Ribeiro, de 37 anos, foi brutalmente assassinada a facadas pelo seu namorado, que confessou o crime a sua família e está desaparecido desde então.

Bete, como era conhecida, nasceu em Lins, SP, concluiu seu mestrado em 2006 pela UNESP de Marília e era professora municipal na EMEF Prof. Américo Capelozza, onde havia sido coordenadora substituta e trabalhava desde 2013. Estava na rede municipal de ensino há quase 10 anos e havia acabado de ser efetivada numa escola da zona oeste.

Seu namorado, Jefferson Carlos da Silva, está desaparecido desde que saiu de casa logo após falar para sua genitora o crime que havia cometido. O rapaz de 28 anos apareceu ensanguentado e todo arranhado na casa de sua família, supostamente logo após ter cometido o crime.

Como tantas outras mulheres trabalhadoras, Bete teve seus sonhos mutilados nas mãos do machismo, que leva uma mulher a cada 2 horas no nosso país. Somente no ano de 2016, foram 4.657 mulheres assassinadas, porém apenas 11% dos casos foram classificados como feminicídio pelas delegacias no Brasil a fora.

É triste constatar que o caso de Bete não está isolado, e mais triste ainda saber que os assassinatos de mulheres vêm aumentando ano após ano, por negligência dos governos que atuam a serviço dos patrões. Durante o governo de Dilma vimos os casos de feminicídio crescerem ano após ano, e o orçamento para combate à violência contra mulher diminuir de forma assustadora.

Agora no governo Temer, o descaso com o combate ao machismo está ainda pior. Com a PEC contra o aborto, a PEC do teto dos gastos e outros cortes de políticas públicas, vemos as vidas das mulheres entregadas a própria sorte. Assim, denunciamos que a morte da professora não está somente nas mãos do seu ex-companheiro como também dos governos e dos patrões que lucram com seus cortes.

Exigimos o julgamento e a penalização do assassino de Bete! Assim como verbas municipais para o combate ao machismo e suas consequências. A professora não foi a primeira assassinada em Marília nessas condições e enquanto não derrubarmos a sociedade de classes casos assim continuarão acontecendo. Não aceitaremos nenhuma a menos!


Bete Ribeiro presente!