sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Nota de repúdio do Movimento Mulheres em Luta as ações de violência praticadas pela chapa da CTB/PCdoB nas eleições do Sindicato da Construção Civil de Belém


No último dia 5 de Janeiro estava prevista para acontecer a eleição da diretoria do Sindicato da Construção Civil de Belém. Duas chapas concorriam ao pleito, uma da CSP CONLUTAS (PSTU e independentes) que está à frente do sindicato por vários anos e outra da CTB/PCdoB que já dirigiu o sindicato até a década de 90 e não demonstrou grande expressão na base da categoria.

Desde o início do processo a Chapa da CTB  deu mostras de queria impedir à força o decorrer da eleição. Colocou diversos homens, que se diziam seguranças, para seguir as urnas e amedrontar os mesários, em sua maioria mulheres e membras do MML. 

Ao perceberem que se refletia nas urnas o apoio a chapa da CSP Conlutas, começaram a roubar as listas de assinatura, as urnas e a agredir as pessoas que trabalhavam na eleição. Diversas companheiras, trabalhadoras, algumas idosas, outras muito jovens foram empurradas, jogadas ao chão, levaram socos e arranhões porque eram as que se encontravam em posse do material da eleição.
Tudo isso aconteceu com a platéia e participação de diversas mulheres da CTB e do PCdoB. As mesmas que enchem a boca para falar em microfones e programas de TV que estão na luta contra a violência à mulher e que muitas vezes reforçam as ilusões na cabeça das trabalhadoras de que basta ser mulher para nos representar.

Veja os videos das agressões  nos links abaixo
https://www.facebook.com/conlutaspara/videos/1790115967696570

https://www.facebook.com/campos.suzi/posts/1903312449696836

É lamentável e inadmissível toda a prática gangsterista realizada pela CTB/PCdoB. Contudo, é mais indignante ainda o uso do machismo, do racismo e de toda a opressão que vitima milhares de trabalhadoras e trabalhadores no capitalismo para inviabilizar a eleição de um sindicato da classe. Infelizmente esse não um caso isolado! A burocratização das praticas sindicais com muita frequência está ligada a reprodução do machismo nos sindicatos. Isso porque para manter privilégios é necessário submeter e controlar as pessoas ao redor. Para impedir que se expresse a verdade, se recorre a violência e a agressão. Foi assim no ato do dia 10 de Novembro, onde em diversas cidades as companheiras e companheiros da CSP–Conlutas foram agredidos ao fazerem críticas ao governo do PT e a postura traidora das grandes centrais sindicais na construção da greve geral.

Também não é novidade o discurso da solidariedade entre as mulheres ir pelo ralo quando se trata de defender aparatos e impedir a expressão de posicionamentos diferentes. No 8 de Março de 2016, em São Paulo, as companheiras do MML foram agredidas por homens e mulheres da CUT e CTB ao defenderem que Dilma não representava as mulheres trabalhadoras e no ano de 2017 a proposta era retirar nosso direito de fala durante o ato para mais uma vez nos impedir de colocar nossas opiniões.

São esses tipos de acontecimentos que afastam as mulheres trabalhadoras da construção de suas entidades sindicais. É essa reprodução do machismo por setores do movimento e partidos políticos que fortalecem os patrões e sua capacidade de super-explorar as mulheres trabalhadoras. Por isso declaramos nosso total repúdio a ação da CTB/PCdoB durante a eleição do Sindicato da Construção Civil de Belém. Por cada companheira nossa que foi agredida e ameaçada, mas também, por todas as trabalhadoras que são vitima da reprodução do machismo, nossa luta seguirá forte e firme para denunciar e coibir esse tipo de prática no movimento sindical e nos espaços de organização social, até que consigamos destruir o capitalismo e com ele toda a reprodução do machismo.


Em nome de todo o trabalho construído com as mulheres da categoria da construção civil, que passou pela fundação da secretaria de mulheres do sindicato, n

a luta pela classificação profissional e contra o assédio moral e sexual nas obras, nós do Movimento Mulheres em Luta nos solidarizamos com a categoria e com as companheiras e companheiros da chapa 1 que estão na batalha para manter o sindicato no caminho das lutas e resistência aos ataques dos governos e patrões! Exigimos a punição a todos os agressores! Basta de violência contra a mulher! Total repúdio ao gangsterismo no movimento sindical!



Um comentário:

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

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Chega da violência contra as mulheres!

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