No último dia 5 de Janeiro estava prevista para acontecer a eleição da diretoria do Sindicato da Construção Civil de Belém. Duas chapas concorriam ao pleito, uma da CSP CONLUTAS (PSTU e independentes) que está à frente do sindicato por vários anos e outra da CTB/PCdoB que já dirigiu o sindicato até a década de 90 e não demonstrou grande expressão na base da categoria.
Desde
o início do processo a Chapa da CTB deu mostras de queria impedir à força o
decorrer da eleição. Colocou diversos homens, que se diziam seguranças, para
seguir as urnas e amedrontar os mesários, em sua maioria mulheres e membras do MML.
Ao
perceberem que se refletia nas urnas o apoio a chapa da CSP Conlutas, começaram
a roubar as listas de assinatura, as urnas e a agredir as pessoas que
trabalhavam na eleição. Diversas companheiras, trabalhadoras, algumas idosas,
outras muito jovens foram empurradas, jogadas ao chão, levaram socos e
arranhões porque eram as que se encontravam em posse do material da eleição.
Tudo
isso aconteceu com a platéia e participação de diversas mulheres da CTB e do
PCdoB. As mesmas que enchem a boca para falar em microfones e programas de TV
que estão na luta contra a violência à mulher e que muitas vezes reforçam as
ilusões na cabeça das trabalhadoras de que basta ser mulher para nos
representar.
Veja os videos das agressões nos links abaixo
https://www.facebook.com/conlutaspara/videos/1790115967696570
https://www.facebook.com/campos.suzi/posts/1903312449696836
https://www.facebook.com/campos.suzi/posts/1903312449696836
É
lamentável e inadmissível toda a prática gangsterista realizada pela CTB/PCdoB.
Contudo, é mais indignante ainda o uso do machismo, do racismo e de toda a
opressão que vitima milhares de trabalhadoras e trabalhadores no capitalismo
para inviabilizar a eleição de um sindicato da classe. Infelizmente esse não um
caso isolado! A burocratização das praticas sindicais com muita frequência está
ligada a reprodução do machismo nos sindicatos. Isso porque para manter
privilégios é necessário submeter e controlar as pessoas ao redor. Para impedir
que se expresse a verdade, se recorre a violência e a agressão. Foi assim no
ato do dia 10 de Novembro, onde em diversas cidades as companheiras e
companheiros da CSP–Conlutas foram agredidos ao fazerem críticas ao governo do
PT e a postura traidora das grandes centrais sindicais na construção da greve geral.
Também
não é novidade o discurso da solidariedade entre as mulheres ir pelo ralo
quando se trata de defender aparatos e impedir a expressão de posicionamentos
diferentes. No 8 de Março de 2016, em São Paulo, as companheiras do MML foram
agredidas por homens e mulheres da CUT e CTB ao defenderem que Dilma não
representava as mulheres trabalhadoras e no ano de 2017 a proposta era retirar
nosso direito de fala durante o ato para mais uma vez nos impedir de colocar
nossas opiniões.
São
esses tipos de acontecimentos que afastam as mulheres trabalhadoras da
construção de suas entidades sindicais. É essa reprodução do machismo por
setores do movimento e partidos políticos que fortalecem os patrões e sua
capacidade de super-explorar as mulheres trabalhadoras. Por isso declaramos
nosso total repúdio a ação da CTB/PCdoB durante a eleição do Sindicato da
Construção Civil de Belém. Por cada companheira nossa que foi agredida e
ameaçada, mas também, por todas as trabalhadoras que são vitima da reprodução do
machismo, nossa luta seguirá forte e firme para denunciar e coibir esse tipo de
prática no movimento sindical e nos espaços de organização social, até que
consigamos destruir o capitalismo e com ele toda a reprodução do machismo.
Em
nome de todo o trabalho construído com as mulheres da categoria da construção
civil, que passou pela fundação da secretaria de mulheres do sindicato, n
a
luta pela classificação profissional e contra o assédio moral e sexual nas
obras, nós do Movimento Mulheres em Luta nos solidarizamos com a categoria e com
as companheiras e companheiros da chapa 1 que estão na batalha para manter o
sindicato no caminho das lutas e resistência aos ataques dos governos e
patrões! Exigimos a punição a todos os agressores! Basta de violência contra a
mulher! Total repúdio ao gangsterismo no movimento sindical!
Viva a luta das mulheres socialistas. Fora os entreguistas da CTB.
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