Marcela Azevedo da Executiva Nacional do MML
Nos dias 08 e 09 de Janeiro,
aconteceu a eleição da nova diretoria do sindicato dos trabalhadores da
construção civil de Belém. Este é um sindicato de referência para os
trabalhadores de diversas categorias em Belém e no país todo. Nos últimos anos
vem travando lutas e enfrentamentos importantes com a patronal e a repressão do
Estado.
Contudo, outra característica
dessa entidade nos faz ter orgulho de atuar conjuntamente e deve servir de exemplo
também: o trabalho entre as mulheres e a organização de suas pautas
específicas. Em Agosto de 2010, com apenas uma mulher na diretoria, foi
realizado o 1º Encontro de Mulheres da categoria, esse foi o marco no início de
uma atuação que só faz avançar na presença das mulheres em todas as atividades
da categoria, inclusive em sua nova direção sindical.
Na chapa recém-eleita, estão
presentes cinco mulheres, um companheiro transexual e muita disposição para
fazer da luta contra todas as ideologias opressoras uma tarefa da classe
trabalhadora, de fato. Apresentaremos abaixo, um pouco da experiência que foi
acompanhar esse processo eleitoral e perceber a participação massiva das
mulheres. Com vocês as operárias da construção civil de Belém!
Simone Rodrigues, está
há 08 anos na categoria, faz parte da secretaria de mulheres do sindicato desde
2010, como representante de base. A partir das discussões feitas nesse espaço,
se candidatou a CIPA e se tornou referencia de luta para as colegas de seu
canteiro.
“O sindicato nos ajuda muito, principalmente através da secretaria de
mulheres e das atividades de formação. Espero com a minha entrada e de outras
companheiras [no sindicato] poder fazer mais”.
Simone Rodrigues
Márcia Lobato |
“O aumento do número de mulheres na diretoria vai ser fundamental para
avançarmos no trabalho da secretaria de mulheres e fortalecer a luta pela
classificação profissional!”
Márcia Lobato.
Márcia Lobato.
Lilian Santos, 05 anos
na categoria. Destacou-se como grande ativista na greve de 2013. Enfrentou a
perseguição política no local de trabalho e a demissão como resposta a sua
persistência na luta, nada disso a intimidou.
Lilian Santos |
“Eu gosto da luta. Essa galera que está no sindicato, já vem atuando na
defesa da categoria há muito tempo, por isso decidi me unir a eles”... “A gente
percebe que as mulheres [como dirigentes sindicais] estão sendo mais
respeitadas nos canteiros e as trabalhadoras contam com a gente para ajudar nas
suas demandas. Por isso, é fundamental nossa presença nessa diretoria”.
Lilian Santos
Seu Alex |
Sobre a participação das
mulheres na diretoria Se Alex diz que:
“A tendência é avançarmos mais, para 30% de representação. Porque isso nos fortalece e ajuda no debate das opressões, tanto dentro do sindicato como na base da categoria”.
“A tendência é avançarmos mais, para 30% de representação. Porque isso nos fortalece e ajuda no debate das opressões, tanto dentro do sindicato como na base da categoria”.
Seu Alex
A chapa teve 3.919 votos
favoráveis, do total de 4.021 votos da eleição. Uma das principais lutas que
serão tocadas, no próximo período, é pela classificação profissional das
operárias pois, as mesmas entram na categoria como serventes, o nível mais
baixo da categoria e ainda que façam o mesmo trabalho dos homens, não são
consideradas como profissionais.
Além disso, o sindicato vai prosseguir com a campanha de combate ao assédio moral e sexual, que afeta diretamente as mulheres; e realizar o segundo Encontro de Mulheres da categoria.
Além disso, o sindicato vai prosseguir com a campanha de combate ao assédio moral e sexual, que afeta diretamente as mulheres; e realizar o segundo Encontro de Mulheres da categoria.
Elizana Neris, há 04
anos na categoria, afirma que ter mais mulheres na diretoria é muito
importante porque:
“Se o sindicato já faz
tudo que faz pela categoria, imagina com a mulherada fortalecendo a luta pela
classificação, que é um direito nosso?”
Eliziana Neris.
Gisele Santos |
Gisele Santos está há
apenas 08 meses na categoria, mas já compreendeu que a participação das
mulheres nas lutas da categoria é fundamental:
“As companheiras do sindicato estão à frente da nossa luta, nos
fortalece ter elas lá”.
Gisele Santos
Marinez Barros tem 30
anos de construção civil, atualmente está desempregada, já participou de muitas
greves e mobilizações da categoria e avalia como muito positiva a presença das
mulheres na diretoria.
“Elas vão poder
alavancar a secretaria de mulheres e fortalecer as companheiras que estão no
canteiro de obras”.
Marinez Barros |
Marinez Barros.
É com essa força e
determinação que a mulherada vai construindo junto com os homens de sua classe
a luta cotidiana contra a opressão e a exploração capitalista. É com essa garra
que ocupam um dos cargos de coordenação geral do sindicato, com a companheira
Danielle Schuterschitz, a "Lora":
Danielle Schuterschitz |
Danielle S.
Marcela Azevedo |
É também com o apoio do Movimento Mulheres em Luta que essas companheiras vão ocupando seu espaço como dirigentes sindicais e referência na organização das trabalhadoras. Temos orgulho de fazer parte dessa história e nos colocamos a disposição para seguirmos juntas na luta das mulheres trabalhadoras e sua classe!
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