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quinta-feira, 31 de março de 2016

Neste 1º de abril temos a obrigação de desmascarar as mentiras de Dilma, de Temer, de Cunha, Aécio e de todo esse congresso!

Por Aline Costa, do MML- RS

O que a população brasileira necessita é construir um governo socialista dos trabalhadores. Para tanto, é preciso que quem colocou os governantes no poder, os tire de lá. Mas não para pôr seu vice, ou a corja que compõe o congresso nacional. Trocar seis por meia dúzia não é a solução.

Nessa briga pelo poder, quem tem que entrar na disputa é a classe trabalhadora, o povo pobre, a juventude negra das periferias e as mulheres, essencialmente as negras e LGBTs. É sobre essas pessoas que recai o peso de ter que pagar por uma crise engendrada pelos governos em conluio com empresários e banqueiros.

O momento do Governo Dilma é de se defender de um suposto golpe implementado pela oposição de direita que tantas vezes se beneficiou dos acordos e negociatas com esse mesmo governo. Mas quem continua sendo golpeado até hoje são os setores historicamente mais explorados e oprimidos da sociedade.

O genocídio da população negra nos morros e favelas tem aumentado em números exponenciais. Dados do último Mapa da Violência apontam que, entre 2004 e 2014, houve um crescimento de 18,2% de homicídios contra negros, e uma diminuição de 14,6% contra pessoas que não são pretas ou pardas. Junto a isso, a Câmara Federal leva à frente um projeto de lei que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, o que atinge em especial a população negra e o povo pobre das periferias.
Os dados oficiais de feminicídio também demonstram a barbárie da violência machista, que mata cerca de 6 mil mulheres todos os anos e se desdobra em crimes com requintes de maior crueldade quando se trata de mulheres trans.

Para aumentar ainda mais as estatísticas, Dilma vetou o Kit anti-Homofobia, que seria um passo inicial para um trabalho contra a intolerância nas escolas. A Presidente preferiu negociar com a bancada evangélica. A mesma que elabora e aprova projetos definindo conceito de família apenas como união entre homem e mulher.

Muitas organizações de esquerda, que em vários momentos estiveram na luta por conquistas e manutenção de direitos, estão hoje blindando o governo com o argumento de defesa contra um suposto "Golpe". Mas e as Medidas Provisórias do governo Dilma que mexeram com o seguro desemprego exatamente quando setores da direita criam leis para regulamentar a terceirização, formando assim uma combinação explosiva de ataques aos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente os que ocupam os postos mais precarizados?

Se é pra falar em golpe, falemos: As mulheres negras são as mais golpeadas, pois estão nas vagas rotativas do mercado de trabalho, ou sendo jogadas para lá e para cá em cooperativas que as exploram, as oprimem e as enrolam. Seguidas pelas LGBTS que, em sua maioria, em se tratando de gays e lésbicas, trabalham invisíveis nos setores de telemarketing, sofrendo assédio moral e sexual e sendo explorados em níveis cada vez mais profundos. No caso das mulheres trans, a grande maioria se prostitui para sobreviver e sofrem todas as formas possíveis de violência física e psicológica diariamente.

Portanto, não dá para defender um governo que não investe no combate à violência contra as mulheres, negras, negros e LGBTs e que não está nem aí para quem é mais atingido com os ataques desferidos, contraditoriamente, por uma presidente mulher. Também não há uma oposição de direita que reflita as necessidades mais básicas desses setores e muito menos que levante bandeiras em defesa dos mesmos. A briga é apenas pelo poder e não para melhorar as condições de vida da população.

A saída é unificar a nossa luta sim! Mas não de quem entra nessa falsa polarização que de uma maneira ou de outra beneficia um desses dois campos.
Há sim uma alternativa e esse é o momento para construí-la!

Mulheres, Negros e LGBTs nas ruas junto com a classe trabalhadora para construir um polo independente de combate a opressão e a exploração!


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