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terça-feira, 29 de março de 2016

Basta de mentiras! Contra Dilma, temer, Cunha e Aécio - Trabalhadoras às ruas no 1º de abril!

Nós mulheres trabalhadoras somos as mais afetadas pelos efeitos da crise econômica e as medidas que os governos vêm tomando para evitar que empresários e banqueiros diminuam seus lucros. Somos aquelas que estão sendo demitidas, que perderam o PIS, seguro desemprego e auxilio saúde, somos aquelas que teremos que trabalhar mais 5 anos, caso a proposta de reforma da previdência da presidente Dilma seja aprovada.

Por isso, não é possível combinar nossas exigências com a defesa de lula, Dilma ou o governo do PT. Pois, foi justamente esse governo, em unidade com a oposição de direita, que aplicou todos esses ataques aos nossos direitos.

Achamos um equivoco que organizações de mulheres, como a Marcha Mundial de Mulheres, faça o chamado ao conjunto das trabalhadoras e jovens para atos como os do dia 18 ou 31, sob a justificativa de um golpe e a defesa da democracia. Como é possível defender a democracia junto com um governo que encaminhou e possibilitou a aprovação da lei Antiterror no congresso? Uma lei que criminaliza os movimentos sociais e tenta impedir a sua manifestação. Como é possível convocar os movimentos sociais para se mobilizarem por essa pauta, se desde as jornadas de 2013 vários jovens respondem a processos sob a acusação de formação de quadrilha porque ousaram criticar o governo democrático do PT?

Dilma é mulher e utilizou bastante esse fato para dizer que teria sensibilidade com as demandas das mulheres, porém não foi o que vimos em seu mandato. Seguiu aplicando apenas R$ 0,26 por cada mulher vítima de violência doméstica, mesmo quando a economia crescia; das 27 casas da mulher brasileira (centros integrados de atendimento as mulheres vítimas de violência) prometidas somente 01 foi inaugurada em 2015; também passou longe de concretizar as 6 mil creches prometidas na campanha eleitoral. Ou seja, mesmo sendo mulher a política e a prioridade do governo seguiu sendo os interesses dos empresários e ricos do país.

Também não temos nenhuma ilusão de que as manifestações do dia 13 ou que os representantes da oposição de direita reflitam nossas pautas. Não damos nenhum credito para esse setor encaminhar qualquer ação, seja de impeachment ou qualquer outra coisa, em nosso nome. Pois são esses governos do PSDB, PMDB, PSB e etc. que estão aplicando os ajustes nos estados e desmantelando os serviços públicos. Além disso, quando convêm esses setores se unem ao governo do PT para nos atacar, como aconteceu no aprofundamento da privatização da Petrobrás e no apoio já declarado pelo PSDB a reforma da previdência.

Frente a isso, nós acreditamos que o movimento organizado de mulheres tem um papel central de mobilizar as trabalhadoras e jovens em torno às pautas de combate a opressão, entendendo que para avançarmos em nossas reivindicações como combate a violência, acesso a creche pública, legalização do aborto; salário igual para trabalho igual, dentre outras, é necessário derrotar o governo e sua política de ajuste fiscal, é necessário impedir que a nossa classe siga pagando a conta dessa crise econômica.

Em todo o país as mulheres vêm dando exemplos categóricos de que estão dispostas a ir para o enfrentamento seja nas ocupações de escolas pelas secundaristas, seja nos atos de rua contra o PL 5069/13, seja nas greves e mobilizações, elas estão sendo protagonistas da resistência e não tem escolhido alvo, pois são atacadas de todos os lados. É PSDB, é PMDB e também o PT.

Defendemos a organização independente dos trabalhadores e a construção de uma manifestação que possa colocar todas as nossas bandeiras nas ruas, sem defender o sujo e tão pouco o mal lavado, ou seja, nem o governo e nem a oposição e esse congresso. Esse polo alternativo vem sendo construído por diversas entidades e organizações de esquerda, a partir do Espaço de Unidade de ação, que chama um ato para o dia 1º de Abril contra as mentiras do governo e da oposição de direita, contra a reforma da previdência e o ajuste fiscal, em defesa do emprego e dos serviços públicos de qualidade. Contra a opressão e a exploração capitalista.

Nós, do Movimento Mulheres em Luta, estaremos nas ruas no dia 1º porque entendemos que a nossa luta é ao lado da classe trabalhadora. Chamamos todas as organizações feministas e entidades de classe a se somarem nessa construção.


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