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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Repúdio Contra Violência Machista e Punição aos Criminosos


O MML Movimento de Mulheres em Luta da cidade de Mauá vem a público repudiar o machismo e exigir punição nos casos que envolvam violência contra a mulher.

Recentemente, a ex-deputada pelo PMDB, Vanessa Damo, valendo-se da Lei Maria da Penha, denunciou as agressões físicas que sofreu do seu marido Orosco (atual secretário de Obras do Município), figura política filiada ao mesmo ideário partidário que a ex-deputada.

Somos solidárias a Vanessa Damo, pois a violência contra mulher é algo que marca as nossas vidas e produz dores e perdas indesejáveis, mas frisamos que esse fato revela a dura realidade das mulheres, hoje no Brasil morrem 12 mulheres por dia assassinadas pelo simples fato de ser mulher.

 Nós mulheres negras, indígenas periféricas pertencentes à classe trabalhadora da cidade de Mauá, NÃO desfrutamos de Serviço de qualidade, de delegacia das Mulheres 24 h nas regiões e tantas outras iniciativas importantes de combate à violência contra mulher.

Compreendemos que as situações de violência contra a mulher precede a sociedade capitalista, pois o patriarcado é um modo de sociabilidade inaugurado com a propriedade privada dos meios de produção, portanto,histórico. No entanto, na atualidade mantém-se e assume novas configurações resultandona ideologia machista, ou seja, a supremacia do homem sobre a mulher.
Tal supremacia cotidianamente se reproduz por meio de inúmeras formas de violência e também através de desigualdades sejam elas salariais, políticas, entre tantas outras.

Mistificando a realidade, pois a ideologia machista constrói uma compreensão alienada das relações humanas, contribui para alimentar cotidianamente a violência que transpassa nossas relações sociais, o que não excluí as relações entre as classes sociais, no entanto, as mulheres pertencentes à classe trabalhadora estão mais expostas às situações de violência, pois não desfrutam das mesmas condições materiais que as mulheres pertencentes às classes abastadas e estão sujeitas as situações vexatórias, pois são pobres. 

Nós mulheres trabalhadoras da cidade de Mauá não temos apoio material, como Casas Abrigo, Centros de Referência com apoio psicológico e social. A Lei Maria da Penha, ainda não funciona como deveria, principalmente quando se trata das mulheres pobres, não contamos com o apoio e muito menos com a solidariedade da mídia, assim, como Vanessa.

Exigimos punição aos agressores, mas também políticas públicas de qualidade que não reproduzam o machismo como é caso de muitos serviços que culpabilizam as mulheres pelas situações de violência.

Também exigimos que as mulheres que possuem mandatos políticos à frente da gestão municipal, estadual e federal, eleitas através de votos, inclusive, das mulheres pobres e trabalhadoras devem impulsionar a criação de Políticas Públicas que obedeçam à laicidade e a qualidade dos serviços, conforme está na Lei Maria da Penha.

Se, Vanessa Damo, ex-deputada pelo PMDB pertencente a uma das famílias tradicionais da cidade de Mauá, foi exposta a situações de violência como a descrita, IMAGINEM, o que ocorre no cotidiano das mulheres pobres e trabalhadoras da cidade de Mauá.

Convidamos todas as mulheres trabalhadoras, para somar forças contra a sociabilidade machista e patriarcal que coloca em risco nossas vidas!
         
As mulheres pobres e trabalhadoras da cidade de Mauá precisam se organizar para combater as formas de violências e desigualdades que atingem nossas vidas cotidianamente.


Vamos à Luta! REVOLUÇÃO!

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