Recentemente, a ex-deputada pelo PMDB, Vanessa Damo, valendo-se da Lei Maria da Penha, denunciou as agressões físicas que sofreu do seu marido Orosco (atual secretário de Obras do Município), figura política filiada ao mesmo ideário partidário que a ex-deputada.
Somos solidárias a Vanessa Damo, pois a violência contra mulher é algo que marca as nossas vidas e produz dores e perdas indesejáveis, mas frisamos que esse fato revela a dura realidade das mulheres, hoje no Brasil morrem 12 mulheres por dia assassinadas pelo simples fato de ser mulher.
Nós mulheres negras, indígenas periféricas
pertencentes à classe trabalhadora da cidade de Mauá, NÃO desfrutamos
de Serviço de qualidade, de delegacia das Mulheres 24 h nas regiões e tantas
outras iniciativas importantes de combate à violência contra mulher.
Compreendemos
que as situações de violência contra a mulher precede a
sociedade capitalista, pois o patriarcado é um modo de sociabilidade inaugurado
com a propriedade privada dos meios de produção, portanto,histórico. No
entanto, na atualidade mantém-se e assume novas configurações resultandona
ideologia machista, ou seja, a supremacia do homem sobre a mulher.
Tal
supremacia cotidianamente se reproduz por meio de inúmeras formas de violência
e também através de desigualdades sejam elas salariais, políticas, entre tantas
outras.
Mistificando
a realidade, pois a ideologia machista constrói uma compreensão alienada das
relações humanas, contribui para alimentar cotidianamente a violência que
transpassa nossas relações sociais, o que não excluí as relações entre as
classes sociais, no entanto, as mulheres pertencentes à classe trabalhadora
estão mais expostas às situações de violência, pois não desfrutam das mesmas
condições materiais que as mulheres pertencentes às classes abastadas e estão
sujeitas as situações vexatórias, pois são pobres.
Nós
mulheres trabalhadoras da cidade de Mauá não temos apoio material, como Casas Abrigo,
Centros de Referência com apoio psicológico e social. A Lei Maria da Penha,
ainda não funciona como deveria, principalmente quando se trata das mulheres
pobres, não contamos com o apoio e muito menos com a solidariedade da mídia,
assim, como Vanessa.
Exigimos
punição aos agressores, mas também políticas públicas de qualidade que não
reproduzam o machismo como é caso de muitos serviços que culpabilizam as mulheres
pelas situações de violência.
Também
exigimos que as mulheres que possuem mandatos políticos à frente da gestão
municipal, estadual e federal, eleitas através de votos, inclusive, das
mulheres pobres e trabalhadoras devem impulsionar a criação de Políticas
Públicas que obedeçam à laicidade e a qualidade dos serviços, conforme está na
Lei Maria da Penha.
Se,
Vanessa Damo, ex-deputada pelo PMDB pertencente a uma das famílias tradicionais
da cidade de Mauá, foi exposta a situações de violência como a descrita,
IMAGINEM, o que ocorre no cotidiano das mulheres pobres e trabalhadoras da
cidade de Mauá.
Convidamos
todas as mulheres trabalhadoras, para somar forças contra a sociabilidade
machista e patriarcal que coloca em risco nossas vidas!
As
mulheres pobres e trabalhadoras da cidade de Mauá precisam se organizar para
combater as formas de violências e desigualdades que atingem nossas vidas
cotidianamente.
Vamos à
Luta! REVOLUÇÃO!
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