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terça-feira, 20 de junho de 2017

NOTA DE REPÚDIO DO MOVIMENTO MULHERES EM LUTA AOS CONFRONTOS ARMADOS DURANTE OS HORÁRIOS DE AULA NA REDE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO



O Movimento Mulheres em Luta vem por meio desta nota repudiar a ação da PM dentro das favelas/comunidades/periferias em vários horários de maior circulação de moradores e funcionamento de escolas/creches públicas do Rio de Janeiro.

Os confrontos armados que tem ocorrido cotidianamente demonstram a farsa das UPPs e falência da segurança pública no Estado do RJ. As maiores vítimas são as crianças, profissionais e seus responsáveis quando as unidades ficam sem aulas para preservar suas vidas.

A banalização da vida dos alunos que frequentam as unidades escolares fica evidente pelas estatísticas que dizem que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado. As mulheres negras são as que mais morrem. Em média 2.875 mulheres negras são assassinadas por ano, o que representa 45% das mulheres assassinadas anualmente. O extermínio hoje tem números superiores aos países em guerra. 

A cidade do Rio de Janeiro vive em estado de guerra, onde mulheres e crianças são usadas como escudo. Criadas pelo governo do PT/PMDB, as UPP’s foram construídas ao lado de escolas/creches que, infelizmente, passaram a ser um espaço que não está livre da violência, o que coloca em risco de vida tanto os alunos como das profissionais que na sua maioria são mulheres existentes nas unidades.

As crianças convivem cotidianamente com armas nas entradas e saídas das unidades escolares. Frequentemente as atividades escolares são suspensas para preservar suas vidas. Os profissionais destas unidades da educação que adoecem devido a constante pressão psicológica. 

Ambientes educacionais que deveriam ser espaços libertários e destinados ao desenvolvimento vem tendo um outro sentido na maior rede da América Latina de escolas públicas, onde o direito a infância vem sendo negado e a vida das profissionais comprometida. 

O elevado índice de mortes nas favelas/comunidades/periferias onde foram instaladas as “ditas” Unidade Policial de Pacificação – UPP, demonstram que, na verdade sua real função foi realizar uma limpeza social e étnica. Mulheres, pobres e negros das favelas e periferias do Rio de Janeiro estão cansados de viver sob o medo e terror. 

A segurança pública está falida e, é necessário barrar e construir uma segurança que desmilitarize a polícia bem como descriminalize as drogas oferecendo um tratamento a dependentes químicos público e de qualidade.

A educação vem sendo precarizada e sucateada e com a falta de investimentos esta situação só se agrava. Com a aprovação da PEC 55 que corta investimentos da saúde, educação e serviços básicos, reforma do ensino médio, aprovação das MP's 664/665, terceirização e em curso as reformas da previdência/trabalhistas é não realizar nenhuma perspectiva para o futuro destas jovens. 

As políticas de educação e segurança dos governos do PMDB, PT e demais em não permitem que a população pobre e negra tenha o direito a sonhar com um futuro!

Por isso, o MML exige que o Estado tome medidas imediatas para que alunos e profissionais da educação pública existente nas favelas/comunidade/periferias não sofram qualquer tipo de violência ou ação truculenta na entrada e saída das escolas/creches bem como durante o funcionamento do ambiente educacional público.


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