Por Luciane Santos do MML Piauí
Mais uma mulher tombou em Teresina vítima da violência. O crime bárbaro aconteceu na madrugada de segunda feira (19/06), num bar da zona leste da capital. O tenente José Ricardo da Silva Neto assassinou a jovem Iarla Lima Barbosa e feriu gravemente mais duas mulheres: uma irmã e a amiga da vítima.
O Movimento Mulheres em Luta (MML) manifesta a sua indignação e repúdio a mais um caso de feminicidio que aconteceu no Piauí. A violência contra a mulher está enraizada na cultura da sociedade machista, que banaliza e muitas vezes culpabiliza a vítima. A violência de gênero é marcante nas relações desiguais de poder entre homens e mulheres, e essa relação se potencializa no tocante às mulheres da classe trabalhadora.
Vivemos num país mergulhado numa profunda crise social que tem reflexos diretos na vida das mulheres. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking dos países que mais matam mulheres no mundo, a cada uma hora e meia uma mulher é assassinada. A cada 11 minutos uma mulher é estuprada. Na contramão da crueldade a qual as mulheres estão submetidas, os governos cortam verbas e investimentos em políticas públicas de combate à violência contra a mulher. A impunidade também é um fator determinante no aumento dos casos de violência contra a mulher.
No estado do Piauí, os casos de violência de gênero vêm numa crescente assustadora. Basta ver os casos de estupros coletivos que ocorreram no último período, escancarando para a sociedade o quão vulnerável estão as mulheres, sobretudo as da classe trabalhadora.
Acompanhando uma lógica de entrega de dinheiro para os financiadores de campanha, o governador Wellington Dias/PT também se furta do dever de investir em políticas públicas de combate a violência contra a mulher. Na mesma linha seguem os governos Temer/PMDB, em nível federal, e Firmino Filho/PSDB, no município de Teresina.
Apesar dos avanços na Lei Maria da Penha, a mulher continua sendo vítima de repressão e violência e em muitos casos é assassinada, por causa da falta de investimento em políticas públicas, como medidas protetivas, por exemplo.
Segundo o Atlas da Violência divulgado no início de junho, o Piauí aumentou em 65% os casos de violência contra as mulheres em cinco anos. Não podemos admitir que estes números aumentem e mais Iarlas não possam realizar seus sonhos!
Por isso, o MML exige que o Estado tome medidas efetivas para que assassinatos como este não ocorram mais e expressa toda a sua solidariedade a família de Iarla Lima Barbosa. Mas para além disso, fazemos um chamado às mulheres da classe trabalhadora, oprimidas e exploradas a se somarem na luta contra a violência machista. Para isso, devemos nos organizar e exigir dos governos tanto a nível federal, estadual e municipal o investimento de politicas públicas de combate à violência contra a mulher, bem como a punição dos agressores.
Basta de machismo e exploração!
Basta de violência contra a mulher!
Nem uma a menos!
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