quinta-feira, 28 de junho de 2012

28 de Junho: Dia do Orgulho LGBT!


Em 1969, em um bar chamado Stonewall Inn, em Nova Iorque, uma rebelião histórica fez ressurgir a luta organizada contra a homofobia. Em quatro dias de confronto, os homossexuais responderam a violência policial que frequentemente os vitimava, levantando barricadas e ganhando o apoio da população. A partir de então, os participantes se organizaram para seguir lutando por seus direitos e, no primeiro aniversário desta rebelião vitoriosa, 10 mil homossexuais marcharam comemorando e protestando contra a discriminação. Surgiu assim, o Dia do Orgulho Gay, 28 de junho e a primeira Parada.

A incorporação dos métodos históricos de organização da classe operária na luta de Stonewall relocaliza a importância de que o combate à homofobia se dê no marco das lutas da classe trabalhadora. Permite, assim a associação das lutas classistas com as lutas contra a homofobia e nos dá hoje embasamento para colocar um marco de classe na ação homofóbica e também na resistência a ela.

A homofobia não surgiu com o capitalismo, mas este a utiliza para superexplorar um setor da classe trabalhadora, os LGBT, assim como o faz com as mulheres e negros/as. Além disso, o modelo familiar construído pela sociedade capitalista visa a transferência da herança, e uma localização das mulheres nas tarefas domésticas. Com isso, as relações homossexuais acabam por questionar essas atribuições construídas pela burguesia para fazer perdurar seu sistema, suas riquezas e sua dominação.

Por isso, fazer o enfrentamento com a homofobia deve ser uma ação política contra o sistema que a utiliza cada vez mais. Mas isso não quer dizer que não precisamos de medidas políticas imediatas que amenizem as condições que a homofobia submete a população LGBT. Os inúmeros casos de violência homofóbica que estão cada vez mais vindo a tona demonstram que a criminalização da homofobia pode ter efeitos concretos na vida de gays, lésbicas, bissexuais e travestis.

O Brasil tem encabeçado os índices de casos drásticos de violência, o que impõe também a necessidade de uma educação que questione a naturalidade com que a homofobia está incorporada pelos discursos oficiais, pelos programas de TV, pela reprodução ns escolas. O país poderia ter avançado nesse sentido com a implementação do kit anti-homofobia nas escolas, mas o governo Dilma recuou no kit e utilizou-o como instrumento de barganha política em defesa da cabeça de Palocci, então ministro questionado pelo crescimento estrondoso da arrecadação de sua empresa.

Por isso, hoje, a CSP Conlutas, através do seu Setorial LGBT, junto ao Movimento Mulheres em Luta, Quilombo Raça e Classe e entidades e organizações da classe trabalhadora levantam a cabeça em defesa do orgulho LGBT, exigindo medidas imediatas para combater a homofobia e localizam que a estratégia da luta LGBT deve ser o combate ao capitalismo.   

Um comentário:

  1. Ontem, às vésperas do Dia do Orgulho LGBT, mais uma vez a violência homofóbica choca o país: dois irmãos gêmeos se abraçam e são espancados por um grupo de facistas que ao vê-los acredita que eram um casal homossexual. Um deles é morto. Quantos mais precisam morrer?
    Dilma, criminalize a homofobia já!

    ResponderExcluir

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Chega da violência contra as mulheres!

Chega da violência contra as mulheres!