sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Vitória das mulheres no país que possuí a quinta maior população feminina encarcerada do mundo!

Por Aline Costa, do MML/RS

Nos últimos 18 anos uma situação trágica se aprofunda nos presídios femininos do país: 5.601 mulheres cumpriam medidas de privação de liberdade no ano 2000. Em 2016, esse número foi para 44.721. Um aumento de 700% na quantidade de mulheres encarceradas e quatro em cada dez mulheres presas ainda não estavam condenadas definitivamente. 622 presidiárias em todo o país estavam grávidas e amamentando até o último dia de 2017. Apenas 34% dos estabelecimentos dispõem de cela adequada para gestante, 32%, de berçários e 5%, de creches. Além disso, 36% das mulheres gestantes presas não tiveram acesso à assistência pré-natal adequada. Em 89% dos casos a família não foi sequer avisada de que a mãe entrou em trabalho de parto. As mulheres dão à luz acompanhadas apenas por agentes penitenciárias. São espaços inadequados, cheios de doença, violência, risco à vida e ambiente insalubre para cuidar das crianças. Esses fatos devem fazer a situação sair do âmbito da segurança e tornar-se um caso de saúde pública.

Os dados “oficiais” são do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), mas a quantidade exata de detentas nessa situação com certeza ainda não é conhecida publicamente.

Nessa terça-feira (21/02) um fato motivado por comoção popular causada pela prisão de uma jovem com pequena quantidade de maconha que entrou em trabalho de parto e teve o filho na cela, pressionou o Supremo Tribunal Federal (STF) a conceder habeas corpus coletivo para mais de quatro mil e quinhentas mulheres gestantes, com filhos(as) de até 12 anos e mães de crianças com alguma deficiência. A decisão é inédita no país, foi uma vitória para as mulheres do cárcere e causou impacto nos setores da burguesia que condenam mulheres pretas e pobres a ter muito menos que uma vida degradante e a largar seus filhos também na miséria. Acostumados com a soltura frequente de mulheres ricas, como a do ex-governador do Rio, Adriana Ancelmo, a medida foi atacada inclusive pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, do qual o Procurador-Geral do estado afirmou que a decisão vai beneficiar o tráfico de drogas, sem qualquer análise da situação degradante em que mulheres e filhos já se encontravam antes e agora, na prisão, estão expostas ainda mais.
Márcia Foletto / Agência O Globo / 21-11-13
Esse quadro é antigo e só cresce. É resultado de uma democracia que só beneficia os ricos e poderosos. O aumento dessa situação para as mulheres cresceu dentro do que muitos chamam de “Estado Democrático de Direito”. Democrático? Direito? Pra quem serve isso?

Essa é uma democracia de ricos contra pobres, dos que podem pagar por sua liberdade enquanto os filhos e maridos das mulheres negras e pobres da periferia são encarcerados ou mortos. Não foi diferente no governo Lula e nem na gestão de uma mulher no poder. Porque não é o fato de ter sido pobre, ou de ser mulher que garante uma vida digna para a população. É a população pobre, trabalhadora, massacrada pelos ataques diários contra seus direitos quem deve tomar as rédeas da situação. Nossas necessidades nunca caberão nas urnas. Para supri-las, só com muita luta. Porque entra governo, sai governo e as mulheres trabalhadoras continuam sendo vítimas cotidianas da violência que o estado exerce sobre as negras, indígenas, mulheres trans, Lésbicas. São essas as mulheres que compõem a maioria da população carcerária feminina. Na verdade, são condenadas antes mesmo de cometerem qualquer crime. Para o estado não importa se têm filhos, nem o que será dessas crianças.

Antes de serem presas são vítimas da violência machista, do feminicídio, da miséria, sofrem com jornada dupla de Trabalho e salários menores. Nos cortes das empresas são as primeiras a perderem o emprego que ocupam nos postos mais precários do mercado de trabalho. Os ataques contra todos os trabalhadores e que tem um impacto maior nas mulheres trabalhadoras são um grande pivô da situação nos presídios femininos e masculinos. E o período desse aumento significativo no número de mulheres encarceradas (2000/2016) deve ser observado com relevância. O peso desse impacto recai sempre em maior medida nas costas das mulheres que levam mais que culpas, sem qualquer avaliação sobre sua situação no mundo.

Sabemos que nenhuma medida paliativa mudará definitivamente essa situação. Mas o resultado da pressão sofrida pelo STF é uma vitória para as mulheres do cárcere e deve servir para impulsionar uma luta ainda maior e mais forte em defesa de condições dignas para essas mulheres e seus filhos, bem como para todas as mulheres trabalhadoras e suas famílias.

Estamos próximas de mais um dia de luta das mulheres no 8 de março e essa, sim, deve ser uma bandeira a ser levantada, não a defesa de um estado e sua democracia que vai no sentido contrário à luta que nós, trabalhadoras e trabalhadores precisamos travar contra a exploração e a opressão capitalista.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Toda solidariedade à ativista, artista e mulher indígena Katu Mirim!

Por Pri Lírios Kerexu e Marina Peres, militantes do MML/SP

No último dia 01 de Fevereiro, a camarada ativista Katu Mirim, de 31 anos, divulgou em seu canal no Youtube um vídeo com o nome “Fantasia de Índio(a)”, que esteve fora do ar até a ontem (12/02) após a grande repercussão que teve e por conta da perseguição que sua autora tem sofrido.

O vídeo teve mais de 15 mil visualizações no Youtube, mais de 200 mil visualizações no Facebook, e mais de 500 curtidas em forma de repúdio ao conteúdo do vídeo.

A camarada Katu Mirim trouxe no vídeo uma discussão importante neste carnaval sobre a forma pejorativa e folclórica com que a “fantasia” indígena é abordada. A “fantasia”, vista como um adereço fácil de se fazer no carnaval, retrata a mulher indígena de forma supersexualizada, irônica, remente a um esteriótipo e reforça o racismo contra as mais diversas populações indígenas existentes no país - lembrando que ser índio não é ser uma única etnia, pois estamos falando das mais de 305 etnias do nosso país.

A discussão é necessária e urgente. Como bem a camarada no vídeo relatou, ser índio, ou ter sangue indígena, nada tem a ver com os desfiles de carnaval, e para muitas índigenas se “vestir de índia” no carnaval não é sinônimo de exaltar a cultura indígena. Pelo contrário, é uma forma de opressão às mulheres indígenas, que reforça uma supersexualização dos seus corpos, uma imagem da “índia nua” e sensual.


Devemos lembrar que esse imaginário da mulher indígena acontece por conta do machismo muito forte que até hoje as mulheres sobretudo as indígenas sofrem cotidianamente nas ruas da cidade, levando a casos de abusos sexuais e estupros fora das aldeias.

As populações indígenas seguem ainda tão marginalizadas que até hoje não se tem pesquisas nos principais institutos sobre o índice de violência cometida contra mulheres indígenas no nosso país. O erro já começa com o IBGE apontando que somente 2% da população se declara indígena, quando sabemos que esses indígenas que os índices mostram são somente aqueles e aquelas com certidões de nascimento, e não aqueles que ainda não o tem e vivem de forma isolada. Ou seja, esse número, que deveria ser drasticamente maior, demonstra uma falha das pesquisas e também o esquecimento da população indígena. O único dado acerca da violência contra mulheres indígenas que temos, da ONU, diz que 1 a cada 3 mulheres indígenas é estuprada ao longo de sua vida. É urgente lutar contra a violência que sofrem as mulheres indígenas!

Há uma tentativa de apagamento de sua história e cultura de forma a não garantir políticas públicas, especialmente para as mulheres e crianças, que são profundamente negligenciadas pelos governos. Ao invés de se preocuparem com a violência sofrida pelas mulheres indígenas, os governos se aliam a latifundiárias como Kátia Abreu e outras tantas, e tornam-se repetidamente cúmplices da política de extermínio das populações indígenas. Vemos essas populações perdendo suas terras, sofrendo ameaças e enterrando suas lideranças, que lutam junto a seu povo por terra, por cultura, por resistência e existência.

A camarada Katu Mirim relatou que sofreu várias ameaças, inclusive de morte, por divulgar no canal do youtube a opressão, o racismo e o machismo combinados que sente por parte daqueles e daquelas que se “fantasiam de índios” no carnaval.

Houve xingamentos, comentários xenófobos, machistas e racistas, que levaram a camarada Katu a retirar o vídeo do ar temporariamente, excluir seu blog, e retirar os vídeos da sua página do Facebook. As pessoas marcavam Katu nos comentários racistas, e perseguiam a camarada pelas páginas da web.

Essa situação é lamentável! Devemos garantir o direito de Katu Mirim de se expressar onde e quando ela quiser. Foi dessa forma, sabendo que não está sozinha na luta contra as opressões que a ativista Katu Mirim reativou o vídeo no youtube como forma de resistência.

Toda solidariedade à ativista, artista e mulher índigena Katu Mirim! Mexeu com uma, mexeu com todas. Todo apoio à luta e resistência indígena!

Assista ao vídeo aqui!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

POR UM 8 DE MARÇO INDEPENDENTE DE GOVERNOS E PATRÕES!

Mais um 8 de março se aproxima e novamente milhares de mulheres no mundo inteiro, atendendo ao chamado à greve internacional de mulheres se preparam para tomar as ruas nesse dia para lutar por suas demandas e gritar basta de violência, de machismo e de ataques aos nossos direitos!

Também no Brasil, em várias cidades, já estão acontecendo reuniões e plenárias de organização do 8 de março, sendo que o que está colocado aqui é transformar esse dia de luta numa verdadeira rebelião das mulheres trabalhadoras contra o machismo e a exploração capitalista e que possa servir, como serviu no ano passado, de alavanca à construção de uma nova greve geral para derrotar definitivamente o governo Temer e suas reformas.

Entretanto, lamentavelmente, o PT e seus aliados, mais uma vez tentam impor sua própria agenda em detrimento da unidade das mulheres trabalhadoras contra o machismo e as reformas. Em São Paulo, que conta sempre com uma das maiores manifestações, o dia de luta das mulheres está sendo usurpado pelo PT à serviço de seus interesses eleitorais. Sob a justificativa de um suposto ataque aos direitos democráticos (leia-se o direito de Lula, mesmo condenado pela Lava-Jato, concorrer às próximas eleições) buscam transformar de maneira escandalosa o ato do 8 de março numa manifestação em defesa de Lula.

Não por acaso já na primeira reunião de construção do 8, antes mesmo de qualquer discussão mais séria, votaram a defesa da democracia e da soberania, como um dos eixos principais do ato. Não por acaso democracia e da soberania é também o nome da frente ampla que está sendo construída com partidos como PT, PCdoB, PDT, PSB e PSOL, além de figuras como Roberto Requião (do PMDB de Temer) cujo nome é Frente Ampla em Defesa da Democracia e da Soberania e que nada mais é do que uma frente de defesa pela candidatura Lula. O descaramento é tão grande que abandonam inclusive o Fora Temer substituindo pelo Sai Temer (pelas vias das eleições é claro!)

Não é a primeira vez que o PT e PCdoB, tentam impor às mulheres e lutadoras do país a defesa de seus governos. De forma burocrática e truculenta, romperam o ato unificado em 2016, quando quiseram transformá-lo em manifestação de apoio à Dilma, já completamente desmoralizada depois de ter traído a confiança de seus eleitores e atacado os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Fizeram algo parecido em 2017, com a ajuda inestimável do PSOL e da Frente Feminista de Esquerda, ao vetar a fala no ato de quem não assinasse o manifesto cujo o centro era a narrativa do golpe, como se a queda de Dilma e do PT não tivesse sido motivada pela perda total de apoio popular após tal traição, mas um plano arquitetado pela burguesia e o imperialismo para tirá-los do governo. E o que é ainda pior, quando o que estava colocado era a unidade dos trabalhadores para derrotar as reformas de Temer e botar pra fora esse governo e todos os corruptos, se posicionaram contra unificar o dia de luta das mulheres à greve das professoras e assim potencializar a construção da greve geral. Em ambas ocasiões foram derrotadas.

Novamente esse ano, agora sob a justificativa do ataque à democracia, querem impor a pauta da defesa de Lula. Isso é um grave erro, não só porque significa alimentar as ilusões de que o PT foi um governo progressivo quando na verdade traiu o conjunto dos trabalhadores e inclusive as mulheres trabalhadoras, ou porque canaliza nossas energias para o processo eleitoral, quando deveria fortalecer a iniciativa direta das mulheres, mas, além disso, porque transformar o ato numa manifestação em defesa de Lula, é impor a ruptura com os setores que não tem acordo nem com a defesa de Lula, nem com a defesa de uma democracia que nada mais é do que a democracia dos ricos contra os pobres, dos que podem pagar por sua liberdade enquanto os filhos e maridos das mulheres negras e pobres da periferia são encarcerados ou mortos, quando o que está colocado é a unidade das mulheres trabalhadoras pra lutar.

Não é tarefa das mulheres trabalhadoras defender Lula e nenhum governo burguês, mas unir o conjunto das trabalhadoras e dos trabalhadores para lutar contra o machismo e a violência e derrotar Temer e esse congresso de picaretas e corruptos, enterrando de vez a reforma da previdência e qualquer projeto de lei que retire direitos. Por isso resolvemos nos retirar do Fórum de Mulheres de São Paulo e construir um outro 8 de março, que tenha como centro as lutas das mulheres trabalhadoras e jovens contra a violência, os feminicídios, a retirada de direitos, o aborto legal (PEC 181) e a Reforma da Previdência.

Nos retiramos também porque além de secundarizar as lutas das mulheres pra defender Lula e a via eleitoral como saída para a crise que vivemos, as mulheres do PT e do PCdoB, e das Frente Brasil Popular/Frente Povo sem Medo (com o apoio envergonhado do PSOL e da Frente Feminista de Esquerda, que apesar de ter acordo com a política, se abstiveram da votação) querem impor goela abaixo das que discordam de sua linha política de colaboração de classes a defesa da ordem democrática-burguesa, não admitindo discordâncias e confronto de ideias e concepções. Neste fórum não cabem mulheres independentes nem coletivos classistas que não comungam com a ideia de que estamos diante de um "novo golpe" cuja principal vítima é Lula, e que todas as lutas devem ter como centro garantir que Lula seja candidato.

O MML e a CSP-Conlutas/SP lamenta o rumo sectário tomado pelo Fórum de Mulheres de São Paulo e a traição deste não só às lutas históricas das mulheres trabalhadoras, mas ao seu papel democrático de aglutinação dos diversos movimentos e correntes de pensamento presentes no movimento de mulheres. A elas responsabilizamos a ruptura e a necessária construção de um outro 8 de março em São Paulo!

Diferentemente desses setores que defendem a democracia burguesa, que nos concede como único direito o de escolher de tempos em tempos, nossos próprios capatazes, nós defendemos outro tipo de democracia, a democracia pra lutar por nossos interesse como mulheres e como classe, contra a opressão, a exploração e o capitalismo. Nesse sentido, queremos reforçar o chamado a todas as mulheres que enfrentam no dia a dia o machismo e a violência, todas as mulheres que foram vítimas de abuso, assédio e discriminação, as que estão desempregadas e sem creche para seus filhos, as que perderam suas casas e lutam por moradia, as que têm seus filhos encarcerados ou que foram assassinados pela polícia, as que sofrem com o racismo, lesbofobia e transfobia, enfim, todas as mulheres jovens e trabalhadoras para nos unificarmos em torno a esses eixos, que já são muitos e exigem de nós grande disposição de luta para enfrentá-los.

À todas as organizações de mulheres que lutam contra as mazelas do machismo e da opressão e a sanha da exploração capitalista nosso convite a que venham construir conosco um 8 de março independente, de governos e patrões, pela vida das mulheres, contra a reforma da previdência, por emprego, creche e moradia, pelo fora Trump, fora Temer e fora todos os que oprimem e exploram as mulheres.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

CARTA ABERTA AOS MOVIMENTOS E MULHERES INTERESSADAS NA CONSTRUCAO DO 8 DE MARCO UNIFICADO EM 2018 (BH)

Companheiras, se aproxima mais um 8 de Março, dia Internacional das Mulheres. Essa é uma data em que precisamos reunir as diversas lutas das mulheres contra todos os tipos de violência e ataques que sofremos. O Governo Temer, aplica uma política machista e reacionária contra os direitos do povo, e atinge principalmente as mulheres trabalhadoras.  Temer agora joga todo seu peso para votar a reforma previdenciária, que irá tornar ainda mais precária nossas vidas. 

Há alguns anos que o 8 de Março, em BH, é marcado por atos distintos, devido às divergências na análise de conjuntura. Em 2017, fizemos um esforço de unificação das nossas intervenções e, apesar da chuva e de outros contratempos, realizamos um belíssimo ato. Em 2018, a situação se agrava e os Governos burgueses procuram a superação da crise, aprofundando ainda mais os ajustes que afetam a classe trabalhadora e o povo pobre. Se faz necessário e urgente que as mulheres se unam contra tais ataques.

Neste ano, já realizamos quatro (quatro) reuniões, convocadas abertamente via redes sociais, especialmente pelo WhatsApp, para discutir a organização do 8 de março de 2018. Avaliamos, que devemos aprimorar e aprofundar a confluência existente no ano passado. E construir um ato que, pela sua força, possa mexer com o restante da sociedade e abalar os alicerces deste governo.

Nesta última reunião, tomamos algumas deliberações importantes: 

- disponibilizar o adesivo Não é Não, para ser usado no carnaval. Estará no Sindirede com a Carol, na sexta feira dia 9 das 14 às 17hs para quem puder distribui-lo durante o carnaval.

- fortalecer a manifestação que está sendo chamada pelos movimentos sindicais e sociais para o dia 19, com concentração às 16h. na Praça Sete, contra a reforma da previdência. Para organizar uma intervenção mais coletiva das mulheres que organizam este 8 de marco, marcamos uma reunião para o dia 16, sexta feira, as 19horas no CRJ.

- Definimos o Eixo central do dia 8: E PELA VIDA DAS MULHERES. NENHUM DIREITO A MENOS,
com concentração a partir das 16horas na Ocupação Carolina Maria de Jesus e termino na Praça Sete.

Como vocês podem ver, conseguimos dar passos enormes rumo a organização do dia 8. Contamos com você para ampliar nossa mobilização e organização.  Na terça feira, dia 20, as 19 horas reunião para continuar a organização do 8 de marco no CRJ-Centro de Referência da Juventude (Praça da Estação).  Esperamos contar com a valiosa contribuição de cada uma e coletivamente, na construção deste processo.


Assinam:

#partidA MG

Baque de Mina

Benvinda Centro de Apoio

Bombos de Iroko – Meu Baque é de Luta

Brigadas Populares

Bloco Bruta Flor

Coletivo Calcinha de Palhaça

Coletivo Feminista e Classista Ana Montenegro

Coletivo Negro de Contagem

Coletivo de Mulheres do Bairro São Mateus

Comissão de Mulheres e Questão de Gênero do Conselho Regional de Psicologia

Coletivo Empodere-se Mulheres Quilombolas – Pinhões

Federação Quilombola N' golo do Estado de Minas Gerais

IPR - Instituto Pauline Reichstul

Maria Vai com as Outras

MML - Movimento Mulheres em Luta

MPM - Movimento Popular da Mulher

Movimento Revide RMBH

Movimento de Mulheres Olga Benario

Nepem - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher

Ocupação Carolina Maria de Jesus - MLB

Pão e Rosas

Quilombo Raça e Classe

Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

Sind-REDE - BH

UBM – União Brasileira de Mulheres

Visibilidade Feminina

Partidos, Sindicatos:  SITRAEMG, CST/PSOL, MAIS/PSOL, PCB, PSTU, PSOL-BH, INTERSINDICAL, CSP/CONLUTAS, PCdoB, UP.

Gabinetes: Marilia Campos, Arnaldo Godoy, Jo Moraes, Gabinetona Áurea Carolina e Cida Falabella.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

08 de Março - Dia Internacional de Luta das mulheres. Construir uma unidade que esteja a serviço dos interesses das mulheres trabalhadoras e jovens do país!


As mulheres tem sido incansáveis nas lutas do dia a dia. Demonstraram no último 8M toda sua força e poder de mobilização, construindo uma greve internacional que levou milhares de pessoas às ruas.
No Brasil, as manifestações do 08 de Março foram o início de grandes atos e ações contra a reforma da previdência. Mas não paramos aí! Estivemos nas ruas contra a cultura do estupro, contra a votação da PEC 181, para denunciar o projeto de “Cura gay”, contra o assédio e abuso no transporte público.
Tudo isso porque sentimos com maior peso os ataques dos governos e patrões, vivenciamos o aprofundamento do machismo e da violência como consequência do aprofundamento da crise econômica, do desemprego, da falta de investimento em políticas públicas e sociais, enfim, da falta de perspectiva para um grande setor da população.

Por um 08 de Março independente de governos e patrões!

As mulheres marcharam contra o Trump nos Estados Unidos, lutaram contra a reforma da previdência de Macri e por “Nenhuma a menos” na Argentina, seguem enfrentando Temer e seu pacote de maldades, denunciando Bolsonaro e a bancada conservadora do congresso que tenta retirar os já mínimos direitos democráticos que temos e repudiando o judiciário que mostrou estar do lado da reprodução do machismo quando não julgou ser constrangimento para uma mulher ser ejaculada dentro de um ônibus.
Sabemos quanto custou cada uma dessas lutas e lembramos bem que ela não começou recente. Até aqui nenhum governo foi consequente com a defesa de nossas pautas e, portanto, não são merecedores de nossa defesa. Mesmo o governo da primeira mulher presidente não enfrentou as desigualdades machistas reproduzidas no capitalismo, pelo contrário, se calou frente a demandas históricas como a legalização do aborto e dificultou o acesso a direitos básicos como seguro desemprego e PIS.
Infelizmente, um setor do movimento de mulheres tenta colocar como tarefa das mulheres lutadoras do país a defesa de Lula e seu governo, sob a justificativa de que o ataque é contra a democracia. Achamos um erro grave abrir mão da unidade entre os diversos setores de movimento de mulheres para levantar essa bandeira. Primeiro porque é alimentar ilusões de que o PT foi um governo progressivo, quando na verdade traiu o conjunto dos trabalhadores, inclusive as mulheres. Segundo porque canaliza nossas energias no processo eleitoral que vai acontecer em Outubro, quando deveria fortalecer a iniciativa direta das mulheres, fazendo com que cada vez mais ocupemos os espaços da rua, da luta e mobilização.

Nossa luta é em defesa de nossos direitos enquanto mulheres e trabalhadoras!

Por isso, nós fazemos um chamado a todas as organizações de mulheres que organizaram as lutas, que enfrentaram as dificuldades do machismo e da repressão do Estado, todas as mulheres que foram vítimas de violência, abuso, assédio e discriminação, as que estão desempregadas e sem creche para seus filhos, as que perderam suas casas e lutam por moradia, as que têm seus filhos encarcerados ou que foram assassinados pela polícia, as que sofrem lesbofobia e transfobia, enfim, todas as mulheres jovens e da classe trabalhadora que enfrentam as mazelas do machismo, racismo e a gana da exploração capitalista para nos unificarmos em torno a esses eixos, que já são muitos e exigem de nós grande disposição de luta para enfrentá-los. Sejamos parte da Greve Internacional de Mulheres, lutemos juntas pelos nossos direitos enquanto mulheres e trabalhadoras, mobilizemos mulheres e homens para combater o machismo em todas as suas faces e vamos impor uma derrota ao governo Temer e seus aliados.
Temos muitos pontos que nos unificam, não podemos cometer o erro de priorizar aquele que nos divide. Por um 08 de Março feminista, independente de governos e patrões, que represente as mulheres de baixo e assim possamos chacoalhar os que estão em cima!

ü  Basta de violência e retirada de direitos!
ü  É pela vida das mulheres, chega de feminicídios e estupros!
ü  Descriminalização e legalização do aborto já!
ü  Por emprego, creche e moradia dignos!
ü  Contra a Reforma da Previdência e pela revogação da reforma trabalhista!
ü  Fora temer e todos os corruptos do Congresso!   



Movimento Mulheres em Luta

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Boletim Eletrônico 1/2018

1. 08 de Março: Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora

2. 2º Encontro Nacional do MML

3. MML vai ao 3º Encontro da Rede Sindical Internacional 


08 de Março: Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora


   Depois do grandioso 08 de Março de 2017, as mulheres de todo o mundo já estão se preparando para ampliar as mobilizações para esse ano. No aniversário de 01 ano da posse do Donald Trump, nos Estados Unidos, mais 250 mil mulheres voltaram às ruas para protestar contra o presidente americano. 
   No Brasil, ocupamos as ruas contra a PEC 181, conhecida como cavalo de Tróia, que visava criminalizar o aborto mesmo nos casos já previstos em lei, contra a cultura do estupro e a “cura gay”. Também estamos na batalha para barrar a reforma da previdência prevista para ser votada pelo governo em 19 de Fevereiro.
   Na reunião Nacional, que aconteceu dia 21 de Janeiro, apontamos o seguinte eixo para iniciarmos a preparação de nossas atividades:

Basta de violência e retirada de direitos! É pela vida das mulheres, por emprego, creches, contra reforma da previdência e pela revogação da reforma trabalhista!

   Acreditamos que a luta das mulheres será novamente um importante momento para impulsionar as lutas gerais dos trabalhadores e seria bastante fortalecedor se as manifestações do 08 de Março se dessem de maneira unificada, entre os diversos movimentos feministas e também entre as centrais sindicais do país. Contudo, já tem setores do movimento como a Marcha Mundial de Mulheres e União Brasileira de Mulheres/PCdoB colocando o 8 de Março no calendário de defesa da candidatura de Lula e se escondendo atrás do discurso de defesa da democracia para iludir mais uma vez as mulheres pobres e trabalhadoras com um governo que traiu nossos interesses. Achamos muito importante que em todas as cidades o MML convoque e participe das reuniões preparatórias das ações do 08 de Março, fazendo esse diálogo de que é preciso fortalecer o que nos unifica e não priorizar o que nos divide. Para isso, estamos lançando um Manifesto que possa publicizar essa nossa posição. Caso isso não seja possível, que nós possamos impulsionar iniciativas independentes e que reflitam de fato as demandas de luta das mulheres. Se liga nas iniciativas que devemos ter: 

• Chamar reuniões com os diversos coletivos e entidades para apontar ações conjuntas do 08 de Março;
• Caso não seja possível atos unificados, impulsionar a organização de ações alternativas
• Discutir nas categorias a participação na Greve Internacional de Mulheres, que em nossa opinião, devem contar com o apoio irrestrito dos homens trabalhadores; 
• Que se aprove paralisações de, pelo menos, 2 horas. Onde seja possível, aprovar paralisação de 24 horas;
• Construir junto com as entidades sindicais e populares espaços de debate alusivos ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras

   Para contribuir com os espaços de debate e formação, tiramos uma serie de artigos que serão publicados no blog do MML a partir do dia 26 de fevereiro, os temas serão: 

    1. Políticas para a Educação e acesso às creches públicas
    2. Políticas para a saúde integral da mulher e a legalização do aborto
    3. Reforma da Previdência e as mudanças para as mulheres trabalhadoras
    4. Condições de vida das mulheres na 3ª idade
    5. Trabalho, Categorias e Sindicatos
    6. Políticas de combate à violência machista
    7. Mulheres LBT
    8. Mulheres Negras
    9. Origem do Dia Internacional das Mulheres e a defesa da democracia operária 


2º Encontro Nacional do MML


   Nos dias 21 e 22 de Abril, em São Paulo, vai acontecer o 2º Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta. Se tomássemos apenas a conjuntura de lutas que as mulheres vêm travando no último período, o Encontro já se apresentaria com uma grande importância. Contudo, há muitos motivos para que nos encontremos novamente e fortaleçamos o nosso movimento classista de mulheres. Exatamente em 21 de Abril de 2018, o MML completará 10 anos de existência e cada uma que se dedica à organização das mulheres trabalhadoras para lutar de maneira independente contra o machismo e compreende que essa luta se dá combinada com a luta pelo fim do capitalismo, sabe que esses 10 anos foram de muitos desafios e batalhas. Enfrentamos o governo do PT quando grande parte das mulheres trabalhadoras acreditava que esse era um governo seu, pacientemente dizíamos que não bastava ter uma mulher na presidência, pois Dilma não defendia os interesses das mulheres trabalhadoras; denunciamos os baixos investimentos nas políticas de combate ao machismo e a insuficiência da rede de assistência às vítimas; construímos uma forte campanha denunciando o turismo sexual, o assédio, as encoxadas no transporte público, etc.; construímos junto com diversas categorias os encontros de mulheres e as secretarias/departamento de mulheres nos sindicatos. 
   Podemos dizer que muito nos orgulha cada companheira que encontrou no MML o apoio e o fortalecimento para seguir na luta e se tornar dirigente de sua categoria ou movimento; que temos satisfação em disputar a consciência dos homens da nossa classe para uma atuação conjunta de combate ao machismo e ao capitalismo; que demos passos importantes para diminuir a dívida histórica que tem o movimento de mulheres com as mulheres negras e reconhecemos que ainda temos muito para caminhar nesse e em outros campos. Até aqui fomos guerreiras e construímos muita coisa, mas a realidade se mostra cada vez mais exigente e a necessidade de apresentar uma alternativa classista de enfrentamento ao machismo e as desigualdades impostas às mulheres no capitalismo segue sendo fundamental. 
   Por isso o nosso Encontro deve ser construído com o empenho e o entusiasmo de todas. Nos nossos locais de trabalho, estudo e moradia devemos fazer com cada mulher tenha conhecimento do Encontro e se convença a vir construí-lo conosco. Desde já, devemos planejar os espaços de preparação política para o encontro, mas também o planejamento financeiro para que não fique nenhuma lutadora para trás. Sabemos do grande desafio, pois onde tem mulheres reunidas também tem muitas crianças para serem cuidadas e isso não pode ser impeditivo para a participação das mulheres. 
   O tempo é curto, mas a necessidade de nos encontrarmos para trocar experiências e apontar o caminho ser seguido nos próximos 10 anos é enorme. Por isso, acompanhe os encaminhamentos e prazos tirados em nossa reunião: 

    • Confeccionar uma rifa nacional, com bons prêmios, que ajude as delegações na movimentação financeira para vir ao Encontro. 
    • Cada estado deve informar até o dia 25 de Fevereiro com quantas mulheres pretende participar do encontro e quantos talões de rifa vão querer. (cada talão vem com 50 rifas e cada rifa custará R$5,00)
    • Estão sendo definidos os prêmios e a data do sorteio. 
    • É importante que cada dirigente grave um vídeo curto, de no máximo 1 minuto, convidando as mulheres para o encontro. Da mesma forma que todas as iniciativas de preparação do Encontro devem ser registradas e enviadas a companheira Juliana para ampla divulgação e construção da nossa memória (contato: julianabtrevine@outlook.com/11971305165)


MML vai ao 3º Encontro da Rede Sindical Internacional 


   O MML esteve presente no 3º Encontro da Rede sindical Internacional, da qual a CSP Conlutas é uma das entidades coordenadoras. O encontro aconteceu na Espanha, entre os dias 25 e 28 de Janeiro, tendo um dia inteiro dedicado a discussão sobre a situação das mulheres na sociedade capitalista. A partir de 07 temas (a luta contra o machismo é tarefa da classe trabalhadora; precarização das condições de trabalho; cuidado e justiça social; legalização do aborto; combate a violência; mulheres LBT’s e machismo no mundo sindical) foram socializadas realidades dos diversos países presentes e foi possível constatar que, de alguma forma, as mulheres enfrentam problemas muitos semelhantes. Ao final, a rede lançou uma nota convocando suas entidades participantes a construir um forte 08 de março, sendo parte da organização da greve internacional de mulheres, com apoio incondicional dos homens trabalhadores. Além disso, foi aprovado um manifesto sobre a conjuntura política e o apontamento de um calendário unificado de lutas.

Saiba mais em: http://cspconlutas.org.br/2018/01/3o-encontro-internacional-da-rede-reforca-necessidade-de-unidade-e-enfrentamento-internacionalista/

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Chega da violência contra as mulheres!

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