sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

II Encontro Estadual do Movimento Mulheres em Luta Piauí. Apenas começamos!

Por Jullyane Teixeira, do MML Piauí

Aconteceu no último sábado (12) o II Encontro Estadual do Movimento Mulheres em Luta Piauí, voltado para as mulheres da classe trabalhadora e juventude, das 08 às 18h, no Auditório Maestrina Clóris Oliveira, do IFPI Teresina Central. 


Entendendo que a organização da luta das mulheres trabalhadoras e juventude passa, necessariamente, pela construção de espaços de debate em que as mães possam participar, o encontro teve uma creche montada especialmente para o evento com quase 30 crianças atendidas. O encontro foi bastante representativo e contou com a participação de mais de 120 mulheres, dentre elas, operárias, trabalhadoras rurais, servidoras públicas, professoras, estudantes, desempregadas, ativistas da luta por moradia na periferia, quilombolas, discutindo conjuntura política, defesa de direitos, contra a violência à mulher e contra as opressões do machismo, racismo e LGBTfobia. 
Foram aprovadas resoluções políticas que vão nortear o próximo período de lutas, como a reafirmação da campanha nacional de luta por 1% do PIB para o combate à violência contra a mulher (votada no I Encontro Nacional do MML, realizada em 2013, em Sarzedo-MG), bem como uma campanha estadual de luta por creches, já que essa é a principal demanda das mulheres trabalhadoras, sendo a responsável pelo abandono do emprego dessas mulheres e o maior motivo de evasão escolar das estudantes, por não terem onde deixar os filhos. 


O encontro também elegeu uma nova direção estadual do MML/PI. Participaram mulheres de Campinas do Piauí, Parnaíba, Picos, Piripiri, Teresina, São Raimundo Nonato e Floriano. Ao final, foram aprovados duas moções das mulheres presentes ao encontro, uma de repúdio, contra a declaração machista do senador Hélio José, recém filiado ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) e uma de apoio aos funcionários terceirizados do IFPI, que estão há dois meses sem receber salário, demonstrando que a solidariedade de classe, um dos princípios fundamentais do movimento, continua sendo praticado em todos os seus espaços de discussões políticas. 
O lugar das mulheres é junto ao movimento geral dos trabalhadores, incorporando as demandas das mulheres por creche, equiparação salarial e salário igual para trabalho igual, combate a violência, legalização do aborto, entre outras, como parte das reivindicações gerais da classe trabalhadora. 
Engana-se quem acredita ser Dilma o mal menor, os trabalhadores com sua força podem derrotar o governo e suas medidas, sendo que as mulheres tem um papel importante nesse processo. O Movimento Mulheres em Luta está se forjando cotidianamente nas principais demandas das mulheres trabalhadoras e é nesse espaço que temos que cumprir o papel de construir junto dessas mulheres uma alternativa independente para responder a crise e fazer com que não sejamos nós a pagar essa conta. Apenas começamos!





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