segunda-feira, 8 de setembro de 2014

ASSÉDIO ZERO NO ZARCÃO - MML JOINVILLE - SC



Assedio zero no zarcão!
MML Joinville

    A realidade de violência contra as  mulheres, é crescente e cada vez mais alarmante! Acompanhamos diariamente a naturalização dessa violência com propagandas como a do metro em São Paulo, onde afirma que” trem lotado é ótimo para xavecar mulheres”.  Ou a pesquisa do IPEA que apontava que uma parcela significativa da população defende que o tipo de roupa de uma mulher valida o estupro . Somente em São Paulo já foram presos 17 homens este ano acusados de “encoxar” mulheres nos vagões, muitos desses casos chegaram ao extremo de estupro, sendo que há até uma página nas redes sociais com mais de 12 mil seguidores onde esse tipo de violência é incentivado.

       Mas não precisamos ir muito longe, aqui em Joinvile, Santa Catarina, essa violência se dá no transporte público  todos os dias no famoso (zarcão). O transporte publico sem dúvida nenhuma, é aonde acontecem  vários  casos de abusos sexuais, passadas de mão, encochada, xaveco, nas cidades maiores existe inclusive homens que tem suas ejaculações na roupa de passageiras. É , isso é um absurdo, mas existe!
 
        O abuso sexual no transporte publico , é ainda  muito difícil de ser denunciado, pois as mulheres que sofrem esse tipo de agressão raramente denunciam , por vergonha, por medo dos julgamentos, e porque geralmente ao invés de serem as vitimas se tornam as culpadas pela violência. A justificas são várias, mas sempre culpando a mulher. Ou porque estavam “provocando”, estavam no “lugar errado”, na “hora errada”, ou porque poderiam ter pego outro ônibus menos lotado. Isso é um Absurdo! Não podemos mais aceitar o esses abusos fruto do Machismo nos culpando e abusando de nossos corpos todos os dias. A mulher não é nunca a culpa pelos abusos que sofre, seja ela , física, moral, verbal ou psicológica homem nenhum tem esse direito! 



             Todos esses fatos e acontecimentos diários, a falta de comprometimento da empresas Gidion e Transtusa e da prefeitura municipal, que simplesmente fecham os olhos para esses acontecimentos, reforçam ainda mais o  machismo e a falta de prioridade e atenção a essa grande de mulheres que sofrem com esse problema todos os dias. Outro elemento fundamental é o investimento dos governos  federais estaduais e municipais  na melhoria do transporte público. Homens e mulheres trabalhadoras são cotidianamente humilhados e desrespeitados quando vão ao trabalho ou voltam para casa, contudo para as mulheres essa situação é ainda mais desesperadora porque além do cansaço e do estresse que enfrentam no transporte coletivo, precisam se preocupar com o constrangimento e a agressão do abuso sexual. 

          Zarcão lotado não é justificativa para “encoxadores”, mas é um espaço que favorece esse tipo de prática. Precisamos exigir desses governos maiores investimentos no transporte publico, que ele seja de fato público, para aumentar numero de frotas, e diminuir o assedio sexual. Precisamos de  Transporte público 24h e iluminação dos pontos de ônibus, garantindo segurança para as mulheres!
A campanha foi de  25/08 e a 29/08 com panfletagens , nos grandes terminais de Joinville,norte ,sul, e central. Panfletagem em uma fabrica têxtil ( Döhler), onde a maioria das mulheres utilizam o transporte publico. E palestras na universidade Univille e outro espaço acadêmico chamado Ielusc.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

GLOBO, A MULHER NEGRA NÃO É UM PEDAÇO DE CARNE E NEM UM OBJETO


Nota pública do Quilombo Raça e Classe e Movimento Mulheres em Luta

Essa semana a Globo começou a divulgar a nova série que irá ao ar dentro das próximas semanas, “Sexo e as negas”. O seriado escrito por Miguel Falabella, vem para parodiar a série americana “Sex and the city".

Ainda sem data de estréia, o seriado tratará da vida de quatro mulheres negras, moradoras do Cordovil no Rio de Janeiro, que trabalham como camareira, operaria, costureira e cozinheira. Mesmo diante da pobreza em que vivem, essas quatro mulheres sonham em encontrar um parceiro sexual e para isso fazem de tudo.

Historicamente, nós, mulheres negras, ocupamos os piores postos de trabalho, fomos arrancadas das senzalas e jogadas nas favelas e periferias como se fôssemos objetos. Somos hiper sexualizadas, marginalizadas e por isso estamos sujeitas aos piores tipos de violência, seja sexual ou física e policial.

O Brasil tem a maior população negra fora do continente africano, mesmo assim, somos invisibilizadas nas novelas, séries e filmes e quando aparecemos somos as domésticas ou uma família pobre que tem o papel de entreter os telespectadores como o núcleo cômico da trama, ou então somos ridicularizadas como é o caso do programa Zorra Total, também da Globo.

O nome “Sexo e as Nega”, carrega todo o peso histórico construído pela ideia de que somos objetos, pedaços de carne, prontas para o sexo, seja ele a hora que for. Como se pelo fato de sermos negras, estivéssemos dispostas às vontades dos homens em transar com a gente.

Uma série como essa, não trás visibilidade nenhuma para a população negra e muito menos para as mulheres negras que são escondidas nas séries e novelas globais, muito menos têm como intuito mostrar a situação da população negra nos morros e favelas do país. Essa série não representa as mulheres negras!

Não somos um objeto e nem um pedaço de carne! Não vamos aceitar que mais uma vez se sustente a ideia de que somos objetos prontos para serem utilizados para o sexo! Queremos respeito tanto com os nossos corpos, quanto com as periferias e subúrbios que estão cheios de nós, que somos mulheres negras e trabalhadoras!

A nossa vida está longe de ser regada à alegria e sexo! Nós continuamos morrendo pela policia, continuamos ocupando os piores postos de trabalho, perdemos nossos filhos todos os dias por conta da violência policial nas periferias. Cada uma de nós temos um pouco de Beth que teve seu companheiro morto pela polícia; cada uma de nós temos um pouco de Cláudia que foi cruelmente arrastada como se fosse um objeto pela polícia. Somos mulheres negras e trabalhadoras, e o nosso cotidiano, diferente do que a Globo tenta pintar, é uma luta constante contra a exploração e a opressão. Nossa luta é por uma vida digna, onde não estejamos mais sujeitas às atrocidades de uma sociedade que nos violenta todos os dias.

Não aceitaremos que a grande mídia nos coloque como a carne mais barata e assim continue perpetuando um papel racista e nefasto que todos lutamos para desconstruir.

Queremos investimento em saúde nas periferias, trabalhos dignos, educação e de qualidade! Exigimos políticas públicas de combate à violência às mulheres negras!

 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

TOPO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES DA USP! ELA TEM QUE VENCER!


A histórica greve que os trabalhadores da USP vem construindo há100 dias contra 0% de reajuste e em defesa da educação pública e do Hospital Universitário (HU) é um exemplo para toda a classe trabalhadora. Enfrentando a reitoria e o governo Alckmin, que desde o inicio tenta quebrar a greve descontando os salários com um atentado ao direito de greve através do corte de ponto, os trabalhadores respondem com seus métodos históricos, como piquetes, atos de rua, fundo de greve e protagonizaram o maior trancaço (fechamento dos portões de toda a universidade) dos últimos tempos. Foi feita também uma grande campanha de fundo de greve para ajudar os trabalhadores que tiveram o ponto cortado e se mantivessem na luta. O resultado dessa mobilização histórica foi a retirada do corte de ponto, com a justiça, através do TRT, determinando que a USP pague os dias descontados. Sabemos que não podemos confiar na justiça que está do lado dos patrões e pode até mesmo retirar essa concessão, portanto essa vitória foi fruto da força da mobilização dos trabalhadores.

 
A greve teve como uma de suas campanhas centrais a luta pela libertação de Fábio Hideki que foi solto pela força da campanha democrática impulsionada pelos trabalhadores. Também esteve ao lado dos metroviários em greve e apóia a luta contra as demissões e fez uma campanha de doação de sangue, mostrando que defende a educação e saúde à serviço da população, dando exemplo de uma luta não corporativa. A organização da greve - comando de greve, assembleias soberanas, reuniões nos locais de trabalho - tem priorizado que as mulheres estejam na linha de frente e defendido as demandas da população e das mulheres como a campanha da realização do exame de Papa Nicolau de 800 mulheres que estão na fila de espera do HU devido à falta de funcionários, e a campanha pela contratação de enfermeiras que será impulsionada pela Secretaria de Mulheres do Sintusp. 



Também foi grande exemplo a 2. passeata de bebês e crianças, organizada pelas trabalhadoras e trabalhadores da creche, que reuniu trabalhadores, estudantes e seus filhos, reivindicando mais creches, mostrando que apenas com a mobilização será possível garantir os direitos das mulheres trabalhadoras e da classe trabalhadora. 

 
Foi organizado também o "Cantinho das Crianças", que contou ativamente com a participação do grupo de mulheres Pão e Rosas, que integra o MML, durante assembleias e comando de greve para que as mulheres possam participar, mostrando que o capitalismo, os governos e patrões fazem com que as mulheres sejam exploradas no trabalho e também responsáveis pelas tarefas domésticas, impondo a dupla jornada de trabalho impedindo que as mulheres vivam a vida pública e possam se organizar.


O MML apoia esta greve para que ela triunfe e seja uma lição ao conjunto da classe trabalhadora! Nos somamos como parte da luta contra a desvinculação do Hospital Universitário da USP e em defesa do HRAC (Bauru), e para que as reivindicações sejam atendidas e não haja nenhuma punição aos trabalhadores em greve! 
 
Para contribuir com a campanha do fundo de greve e solidariedade da USP:
 
Banco do Brasil, Agência 7068-8,
Conta Poupança 5057-1 (Variação 51)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Secrets – "A vitrine da Sexualidade" ?

Nota do Movimento Mulheres em Luta São Paulo sobre o aplicativo Secrets

As tecnologias de comunicação virtual, da internet e do celular, estão mudando completamente as formas de interação social. Todos os dias surgem novos aplicativos (os Apps) onde cada usuário tem seu perfil ou página e pode ser quem é (ou quem gostaria de ser). Hoje, toda uma geração jovem cresceu já acostumada a usar tudo isso, e para elas/es essas redes sociais aparecem como o melhor meio de se relacionar, seja para fazer amigos, seja para namorar.


Recentemente um desses novos aplicativos de celular, o Secrets se tornou uma verdadeira mania entre as/os brasileiras/os. Ele funciona de forma simples, cujo propósito inicial seria qualquer um poder publicar o que quiser anonimamente, ou seja, um espaço para desabafos pessoais. Há vários processos na Justiça por violação de privacidade, pois o aplicativo Secrets recebeu várias denúncias de usuários que foram prejudicados por terem conteúdos sobre sua vida pessoal publicados por alguém não-identificado (já que é tudo anônimo). Ou seja, tornou-se também um espaço em que um usuário pode atacar outra pessoa, expondo-a e humilhando-a, colocando a privacidade das pessoas em risco. 


No caso das usuárias, isso tem aberto um grande espaço para opressão machista e difamação na rede.
Parte desse machismo ocorre porque o Secrets se tornou um mecanismo de paquera para muitas/os jovens, que o utilizam para enviar "cantadas" ou fotos íntimas para alguém em quem estejam interessadas/os. As/os adolescentes sentem com isso uma forma de se relacionar livremente, e fazem essa aproximação muitas vezes através da simples troca de fotos, e muitas mulheres enviam fotos de si mesmas de lingerie ou até nuas. Nesse caso, nossa crítica não é por serem as mulheres que estão tomando a iniciativa, mas queremos fazer o alerta de que isso tem colocado várias mulheres em risco, pois muitas vezes a mulher envia sua foto para um único usuário, e o cara posta isso e torna público, expondo e humilhando a mulher para qualquer um.


O outro aspecto preocupante dessa prática é que essas redes sociais não têm filtros etários confiáveis. Muitas usuárias desse aplicativo são adolescentes que têm feito exatamente isso: postado fotos íntimas para paquerar, e suas fotos estão caindo com frequência na rede pública sem que elas tenham divulgado ou autorizado. Há meninas menores de idade sendo expostas a todo tipo de humilhação e opressão machista, desde os comentários maliciosos que se espalham na escola onde a garota estuda, até o risco de ter sua foto usada indevidamente por um pedófilo.
Assim como o MML já se colocou contra outros aplicativos que permitiam atitudes machistas, nos colocamos contra o aplicativo Secrets e qualquer outro que permita esse tipo de situação para suas usuárias.


Muitas jovens ao lerem esta nota podem pensar que somos conservadoras, caretas etc. Não se trata disso. Nós do Movimento Mulheres em Luta defendemos que as mulheres possam exercer sua sexualidade da forma como quiserem, mas queremos alertar dos riscos que a sociedade machista nos impõe e lutar contra isso. Infelizmente a sociedade ainda encara a mulher que tem iniciativa na relação como "oferecida" e culpabiliza a vítima quando esta sofre violência, seja física, psicológica ou sexual.
Sabemos como é especialmente difícil para as jovens viverem sua sexualidade: não há aulas de Orientação Sexual nas escolas, o atendimento à saúde da mulher no SUS é insuficiente, temos vergonha de falar sobre isso. Por um lado estamos cercadas de tabus e preconceitos: "seja certinha, não perca a virgindade, não fique com vários caras, não seja sapatão", nos responsabilizam pela gravidez (quando não é planejada), mas não há preservativos e anti-concepcionais à disposição, nem o aborto é legalizado. Por outro lado, há uma completa banalização e vulgarização de nossa sexualidade, pois o capitalismo se utiliza do machismo para lucrar: nossos corpos são vendidos em revistas, na mídia, a prostituição aumenta (especialmente a juvenil). Isso tudo nos deixa confusas sobre como agir e por isso muitas meninas encaram esse tipo de exposição como uma libertação.

O Movimento Mulheres em Luta está cotidianamente contra todas as formas de opressão: o machismo, o racismo, a LGBTfobia. As mulheres negras, lésbicas, bissexuais, transexuais, têm sua sexualidade ainda mais mercantilizada, vulgarizada, e oprimida. Não acreditamos que seja possível acabar com isso sem luta, queremos a libertação, inclusive sexual, para todas as trabalhadoras e jovens, trazendo os homens para lutar ao nosso lado contra o machismo, pois só assim as relações afetivas e sexuais se libertarão.


Nota do MML São Paulo, publicada no dia 3 de setembro na página:
 
https://www.facebook.com/sampamml/photos/a.241568706032026.1073741828.238897219632508/299367456918817/?type=1&notif_t=like 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Porque a CSP-Conlutas não participa do plebiscito sobre reforma política


Diversas organizações sindicais e populares, dentre elas a CUT, MST, UNE e CTB, estão empenhadas na realização de um plebiscito popular, durante os dias 1º e 7 de setembro de 2.014. A pergunta do plebiscito é a seguinte: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?”.

Essa proposta foi apresentada oficialmente pela presidente Dilma no calor das mobilizações de junho do ano passado e tinha como objetivo tirar o foco de atenção das mobilizações de rua e desviá-las para dentro do parlamento, fortemente questionado naquele momento pela mobilização popular. E buscava se apoiar no sentimento de repúdio da população à corrupção generalizada e aos desmandos das autoridades e dos políticos, para tentar vender essa reforma como uma se fosse solução para as mazelas que afligem a vida da população. Como todos nós sabemos as propostas de Dilma naufragaram naquele momento.

Agora, a proposta é requentada sob a forma de um plebiscito popular, mas que tem a mesma função da proposta original do governo: a de uma cortina de fumaça, para tentar desviar os trabalhadores da luta que pode – e deve – obrigar o governo a mudar o modelo econômico que aplica hoje, que atende tão somente aos interesses dos bancos e grandes empresas.

Nesse momento eleitoral tem ainda a função de criar a ilusão de que o governo Dilma gostaria de fazer as mudanças políticas que a população cobrou nas ruas, mas não as faz porque o Legislativo não deixa. A própria candidata Dilma utilizou esse argumento em recente debate na televisão.

Nós não somos contra a realização de consultas e plebiscitos populares como instrumentos de mobilização e diálogo com a classe trabalhadora. Já o fizemos em ocasiões como os plebiscitos sobre a Alca (Área de Livre Comércio da Américas), a propriedade da terra e a dívida externa, por exemplo.

Nós também consideramos importante promover mudanças no sistema político brasileiro, que é totalmente controlado pelos grandes grupos econômicos. É para esses grupos que o Legislativo elabora a maioria das leis e o Executivo governa. A redução dos salários dos políticos, a prisão e o confisco dos bens dos corruptos e corruptores; a proibição de financiamento das campanhas por empresas; a revogabilidade dos mandatos, dentre outras medidas, são de interesse dos trabalhadores.

Mas não é esse o debate que cumprirá o plebiscito e tampouco estará colocado numa eventual Constituinte exclusiva, como propõe os organizadores do plebiscito.

Aliás, o cenário eleitoral aponta para a continuidade do domínio dos banqueiros, latifundiários e demais corporações econômicas no novo parlamento a ser eleito. Não existe democracia de fato na eleição dos parlamentares. A maioria dos deputados e senadores é eleita pelo poderio econômico de quem financia as suas campanhas. São poucas as exceções que expressam movimentos genuinamente populares e conseguem chegar ao parlamento.

Portanto, não podemos dar aos parlamentares, que serão eleitos com as regras antidemocráticas atuais, nenhuma carta branca para reformar o sistema político, nesse momento. O mais provável numa Constituinte, na correlação de forças atual no Congresso Nacional, é que se imponha um retrocesso ainda maior às poucas conquistas democráticas que ainda temos.

O plebiscito não cumpre, portanto, um papel progressivo. Mais confunde do que esclarece. Não tem nenhuma relação com apontar uma saída que questione o modelo econômico atual, que promova as mudanças que as manifestações de rua trouxeram à tona.

Aliás, nem mesmo diz quais seriam as mudanças que a reforma política deveria fazer, o que mistura as proposta dos setores de esquerda e democráticos com as propostas da direita, que também quer uma reforma para diminuir a participação popular e o direito de representação ou mesmo existência de partidos de esquerda que tem conteúdo ideológico e programático.

Por essas razões, a Coordenação Nacional da CSP Conlutas, reunida em São Paulo entre os dias 29 e 31 de agosto, reafirma a posição de não apoiar nem participar desta iniciativa do Plebiscito chamado pelas centrais e demais organizações que apóiam o governo Dilma.

Essa posição será amplamente divulgada pelos nossos meios de comunicação (página na web, boletins eletrônicos, materiais impressos) e será ainda levada aos candidatos e candidatas à presidência da república para que se posicionem sobre o tema.

São Paulo, 31 de agosto de 2014
Coordenação Nacional da CSP Conlutas

Retirado do link:





Porque a CSP-Conlutas não participa do plebiscito sobre reforma política

01/09/2014

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“Você é a favor de uma Constituinte exclusiva e soberana do sistema político?” Esta é a pergunta que será encaminhada no plebiscito popular promovido por diversas organizações sindicais e populares, dentre elas, a CUT, MST, UNE e CTB, durante os dias de 1 a 7 de setembro de 2014.

Essa proposta foi apresentada pela presidente Dilma no calor das mobilizações de junho do ano passado com o objetivo de desviar o foco de atenção das mobilizações de rua para o parlamento, fortemente questionado naquele momento em decorrência da corrupção generalizada e aos desmandos das autoridades e dos políticos. Naquele período a proposta não teve eco.

Agora, apresentada em forma de plebiscito popular, tenta desviar os trabalhadores da luta que pode – e deve – obrigar o governo a mudar o modelo econômico que aplica hoje, que atende tão somente aos interesses dos bancos e grandes empresas.

A CSP-Conlutas não é contra a realização de consultas e plebiscitos populares como instrumentos de mobilização e diálogo com a classe trabalhadora. São exemplos os plebiscitos sobre a Alca (Área de Livre Comércio da Américas), a propriedade da terra e a dívida externa.

A Central também considera importante promover mudanças no sistema político brasileiro, que é totalmente controlado pelos grandes grupos econômicos. É para esses grupos que o Legislativo elabora a maioria das leis e o Executivo governa. A redução dos salários dos políticos, a prisão e o confisco dos bens dos corruptos e corruptores; a proibição de financiamento das campanhas por empresas; a revogabilidade dos mandatos, dentre outras medidas, são de interesse dos trabalhadores.

Mas não é esse o debate que cumprirá o plebiscito e tampouco estará colocado numa eventual Constituinte exclusiva, como propõe os organizadores do plebiscito.

Aliás, o cenário eleitoral aponta para a continuidade do domínio dos banqueiros, latifundiários e demais corporações econômicas no novo parlamento a ser eleito. Não existe democracia de fato na eleição dos parlamentares. A maioria dos deputados e senadores é eleita pelo poderio econômico de quem financia as suas campanhas.

Portanto, não podemos dar aos parlamentares, que serão eleitos com as regras antidemocráticas atuais, nenhuma carta branca para reformar o sistema político, nesse momento. O mais provável numa Constituinte, na correlação de forças atual no Congresso Nacional, é que se imponha um retrocesso ainda maior às poucas conquistas democráticas que ainda temos.

O plebiscito não cumpre, portanto, um papel progressivo. Mais confunde do que esclarece. Não tem nenhuma relação com apontar uma saída que questione o modelo econômico atual, que promova as mudanças que as manifestações de rua trouxeram à tona.

Por essas razões, a Coordenação Nacional da CSP Conlutas, reunida em São Paulo entre os dias 29 e 31 de agosto, reafirma a posição de não apoiar nem participar desta iniciativa do Plebiscito chamado pelas centrais e demais organizações que apoiam o governo Dilma.

Leia a resolução da Coordenação Nacional na íntegra:

http://cspconlutas.org.br/2014/09/resolucao-sobre-o-plebiscito-por-uma-constituinte-que-faca-a-reforma-politica/
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Porque a CSP-Conlutas não participa do plebiscito sobre reforma política

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Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

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Chega da violência contra as mulheres!

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