domingo, 13 de março de 2016

Nota do Movimento Mulheres em Luta sobre o 8 de março em São Paulo

O Movimento Mulheres em Luta (MML) é um movimento de mulheres classista, nascido em 2008, filiado à CSP-CONLUTAS. Nosso objetivo é lutar contra o machismo e a exploração, para unificar a classe em defesa dos seus interesses. Lutamos pelo  fim do capitalismo e pela construção de uma sociedade socialista. Nossos aliados estratégicos são as mulheres e homens da classe trabalhadora.
Desde 2011, temos construído atos unitários de 8 de março em São Paulo, a partir de eixos de acordo, com liberdade para expressar opiniões divergentes.  Neste ano, o governismo dividiu o ato ao meio, com duas colunas que marcharam para lados opostos. O ato paralelo, classista e independente, contou com 2 mil pessoas, com a participação de entidades filiadas à CSP-CONLUTAS e partidos políticos do campo da esquerda, como PSTU, PSOL, MRT e PCB
A ruptura se deu porque PT e PCdoB colocaram seus aparatos na rua para defender o governo e o Lula, transformando o ato num palanque “contra o golpe e pelo Fica Dilma”. Isso estava totalmente em desacordo com a unidade para lutar, que se dava em base aos seguintes eixos: contra a reforma da previdência e o ajuste fiscal, o combate à violência e a defesa da legalização do aborto que ficaram só no papel. 
Somos oposição de esquerda a Dilma do PT, pois consideramos que governa para os patrões e empresários. Dilma fechou a Secretaria de Promoção às mulheres, que investiu apenas R$ 0,26 centavos por mulher para combater a violência, que não avançou na legalização do aborto. E, agora, para jogar a conta da crise nas costas das trabalhadoras, pretende aumentar a idade da aposentadoria para as mulheres.
Não confiamos na oposição de direita também. O PSDB, de Aécio e Alckmin, e o PMDB de Temer e Cunha, nunca atenderam aos interesses das trabalhadoras, pelo contrário, são agentes de projetos que aumentam a opressão e a exploração da classe.
O golpe que existe é contra as mulheres trabalhadoras. PT, PMDB e PSDB disputam o governo, mas estão juntos na hora de colocar a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Não aceitaremos que rasguem nossos direitos.  Acreditamos que o gênero nos une na condição de mulher, mas a classe nos divide, por isso, as mulheres da burguesia, que nos exploram, e as que estão a seu serviço não são nossas aliadas.
Declaramos esse posicionamento no carro de som, dizendo que era preciso pôr para fora Dilma, Cunha, Temer, Cunha e Aécio, pela mobilização dos trabalhadores. A resposta foi a truculência. Desde a organização, que tentou arrancar o microfone da mão de nossa companheira Silvia Ferraro, da executiva nacional do MML e filiada ao PSTU, até as agressões físicas de dirigentes homens da CUT às nossas companheiras embaixo do carro de som.
A declaração da Marcha Mundial de Mulheres (MMM) sobre o ato em São Paulo nega que tenha existido a usurpação do ato pelas correntes governistas. Limita-se a dizer que a conjuntura é complexa e que as entidades pró e contra o governo deveriam se entender em nome da luta das mulheres. Retira-se da responsabilidade pelo ocorrido, comporta-se como se fosse uma briga entre diferentes correntes políticas, quando na verdade o que ocorreu foi o sequestro do ato e um ataque violento a uma mulher trabalhadora, além do cerceamento do direito à liberdade de expressão.  O curioso é que um dos eixos da marcha era a democracia para lutar!
Condenamos veemente o uso político do ato em favor do governo, consideramos gravíssimo o silêncio da MMM frente a agressão da companheira.  Exigimos que a secretaria de mulheres da CUT e a MMM se pronunciem: estão de acordo que homens agridam mulheres no ato do 8 de março?
Seguiremos na luta contra a opressão e a exploração. Não iremos ao ato do dia 13 do PSDB e nem ao 18 ou 31 do PT. Nossa próxima luta é no dia 01 de abril junto ao Espaço Unidade de Ação. Se a MMM realmente defende as mulheres, que rompa com o governo e venha ser parte de uma luta classista e independente dos governos e patrões.
Contra Dilma, Cunha, Temer e Aécio!

Basta das trabalhadoras pagarem pela crise!

2 comentários:

  1. a representante da mulheres em luta disse numa reportagem q os homens q deveriam provar a sua inocencia em uma acusaçao de eatupro e nao a mulher q deveria provar q ele é culpado

    mas uma pergunta q NUNCA ouvi uma feminista responder.. e se a acusaçao for falsa?? se o homem n conseguir provar sua inocencia vai preso mesmo assim?

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    1. Esse posicionamento advém da certeza da mulher em sua superioridade moral, todas nós sabemos que na vida real a probabilidade de a acusação ser falsa é quase nula (e digo quase para ser generosa), e que a mulher é não só insultada como sofre duas vezes ao ter que "provar" (o que nada mais é do que uma chance de livrar o estuprador da culpa). Além disso, mesmo se a acusação for falsa, sempre existe uma motivação, um ato machista, uma agressão por trás. Portanto, não bosteje nessa página, defensor de estuprador e machista.

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Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

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Chega da violência contra as mulheres!

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