quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Plenária Nacional do MML organiza forte intervenção no 08 de Março

NENHUMA A MENOS. NENHUM DIRETO A MENOS! 
GREVE GERAL JÁ CONTRA AS REFORMAS E A VIOLÊNCIA!

No último sábado, 04 de fevereiro, mulheres de 11 estados e diversas categorias se reuniram em São Paulo para compartilhar as experiências de luta em suas cidades e organizar a participação do MML nas manifestações do 08 de Março- Dia Internacional de luta das mulheres. Além de membros da Executiva Nacional e Estaduais do MML, grupos organizadores locais do MML, participaram representantes da ANEL, Quilombo Raça e Classe, Quilombo Brasil, ANDES/SN, Sindconir/RJ, Sindpetro AL/SE, Sindunifess/PA, Sindscope/RJ, setorial lgbt da CSP Conlutas, SIMPERE/PE, Sindmetal/SJC, Sind. Construção civil/CE. 

Iniciamos a reunião a partir de uma avaliação do aprofundamento da crise econômica no Brasil, e da piora nas condições de vida da classe trabalhadora, principalmente refletida na vida das mulheres. Desemprego, violência, feminicídio, governos com política de ódio contra os setores oprimidos e corte nos orçamentos das políticas para esses setores. Os ricos e seus governos representantes seguem com a política de retirada de direitos justamente desses setores mais explorados entre os trabalhadores (mulheres, negros, lgbt’s, imigrantes,etc.).

Companheiras dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais que sofrem com a forte crise de orçamento relataram as dificuldades de atraso nos salários e como tem sido as manifestações que exigem os direitos dos trabalhadores.  

Outro tema importante que emocionou a todas presentes foi o relato de Conceição, mãe de uma filha Trans que impactou-se com o dado de que uma pessoa Trans tem expectativa de vida de 35 anos. Ela compartilhou com o plenário o preconceito e as dificuldades que enfrenta com a filha e disse ainda que sua participação no movimento também tem o objetivo de apoiar a luta LBT.

Esse e outros dados evidenciaram o aumento dos índices de violência contra as mulheres, sendo as negras as principais vítimas. Uma vez que elas correspondem a 64% das vítimas de assassinato por agressão no país.  

Contudo, elas também são, junto com as mulheres não negras, as principais protagonistas da resistência que a classe trabalhadora e a população pobre vêm mantendo, no último período. Manifestações como a marcha de mulheres contra Trump que levou 3 milhões de pessoas às ruas nos Estados Unidos e impulsionou marchas em mais de 50 países é só um dos exemplos de iniciativas de luta das mulheres.  

Também tiveram importância na conjuntura atual, as manifestações de “Ni Uma a Menos” na argentina que levou a 01 dia de paralisação nacional, a greve de mulheres na Polônia contra ataques ao direito ao aborto legal. A greve de operárias têxteis na Índia contra mudanças na previdência.  No Brasil, as mulheres estiveram a frente das ocupações de escola, das lutas por moradia, foram as primeiras a exigir o Fora cunha, denunciaram a cultura do estupro e a negligência dos governos, além de serem linha de frente nas greves de diversas categorias.

Maria Ivanir, diretora do Sindicato da Construção civil de Fortaleza, é uma dessas mulheres e afirma que esse ano vai para a mesa de negociação na campanha salarial exigir o salário igual para trabalho igual, negado as mulheres do setor.

  

Greve Internacional de mulheres deve impulsionar a greve geral no Brasil!

Frente a esse cenário, a construção do 08 de Março ganha um caráter internacional e se apresenta como um importante espaço de unidade das lutas das mulheres trabalhadoras e jovens. Intelectuais feministas como Angela Davis e Nancy Fraser, conhecidas pela defesa dos direitos civis e das mulheres nos Estados Unidos, lançaram um manifesto conclamando uma greve internacional de mulheres que combata o machismo e todas as formas de opressão, mas que também se coloque contra a política neoliberal de retirada de direitos e precarização das condições de vida dos trabalhadores.

No Brasil, essa política se expressa na reforma da previdência que vai impor para as mulheres, uma jornada de trabalho ainda mais extenuante, além de vários outros prejuízos. Além da retirada de verbas das políticas públicas que poderiam coibir a violência e o machismo. Contudo, não são medidas iniciadas de agora, mesmo no governo da primeira mulher presidente tivemos muitos ataques e retirada de direitos e para avançarmos em nossas conquistas é preciso não esquecer que Dilma nunca representou as mulheres trabalhadoras.

Por isso, como parte da construção dessa greve internacional der mulheres, devemos impulsionar também em nosso país a construção de uma greve geral, que derrote o governo Temer e barre suas reformas. Essas foram as tarefas que assumiram as mulheres presentes em nossa plenária nacional. Voltar para os Estados, organizar as mulheres pela base e construir importantes manifestações no 08 de Março que apontem a continuidade da luta e resistência.
Contamos com você para estar ao nosso lado!              

Veja todas as resoluções da plenária abaixo:

·         Participar das reuniões gerais de construção do 8/3, procurando construir a unidade entre as organizações, desde que não haja mudanças nas definições tomadas coletivamente quanto ao eixo, caráter e objetivo dos atos.
·         Nas cidades em que não haja reuniões amplas de construção do 8/3 que o MML possa impulsionar essa organização.
·         Construir atividades próprias do MML para envolver e preparar nossa base para as manifestações e aproveitar para explicar a reforma da previdência e o aprofundamento da violência, no intuito de ganhar as mulheres trabalhadoras para a necessidade de construção de uma greve geral no país, que possa derrotar o governo Temer e os ataques aos direitos da classe trabalhadora.
·         Utilizar o eixo “Nenhuma a menos, Nenhum direito a menos. Greve geral já contra as reformas e a violência”!.  Todas contra Trump!
·         Aproveitar a preparação do 8/3 para iniciar uma forte campanha contra a reforma da previdência e trabalhista, atuar em parceria com a CSP-Conlutas.
·         Nos Estados em que seja possível, realizar atividades sobre a resistência da mulher palestina e organizar uma coluna de mulheres imigrantes e refugiadas nos atos de 8/3.
·         Manter as intervenções do MML nos pré-carnavais denunciando o machismo e os ataques sofridos pelas mulheres.
·         Preparar um material nacional que não seja muito pesado e possa dialogar com o conjunto das mulheres trabalhadoras e jovens, atentando-se para a forma e atratividade do mesmo.
Outros encaminhamentos:
·         
  •       Desenvolver o tema da gordofobia e tirar políticas de combate a esse tipo de opressão;
  • ·    Desenvolver o tema das mulheres encarceradas e buscar intervir na defesa de seus direitos;
  • ·         Incorporar a luta das mulheres LBT’s dando visibilidade as suas pautas;
  • ·    Atentar para que os textos da CSP-Conlutas expressem as necessidades e a luta das mulheres
  • ·       Organizar, junto com o ANDES/SN, uma intervenção na CSP-Conlutas que dê destaque a luta contra o assédio moral e sexual nos locais de trabalho e ativismo. 
  • ·  Moções de apoio: à ocupação da creche da USP, aos trabalhadores em greve do Supermercado SETA e à ocupação Vila Itália (S José do Rio Preto) que corre risco de despejo.
  • ·         Convocar a reunião da executiva Nacional para final de março ou início de Abril.






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