sábado, 3 de junho de 2017

Quem o Machismo estuprou hoje?

Por Wellingta Macedo, do MML e QRC Pará

Após 01 ano das manifestações contra a cultura do estupro, já tivemos 11 casos de estupros coletivos no Brasil



De todas as violências que o Machismo, enquanto ideologia de uma sociedade opressora à Mulher, pode provocar, sem dúvida alguma, o Estupro é umas das mais perversas, mais cruéis, das que deixa mais sequelas psicológicas e em muitos casos, fazendo vítimas fatais. No Brasil de hoje, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes e muitas delas, quando fazem a denúncia, já haviam sido estupradas anteriormente. E o dado mais revelador e chocante: A maioria de seus agressores são pais, namorados e amigos próximos.

Num país onde a cada 11 minutos, uma mulher é estuprada e em que a Cultura do Estupro está enraizada na sociedade de uma forma que banaliza esse tipo de prática, uma nova modalidade dessa situação terrível vem crescendo, infelizmente, com frequência: O Estupro Coletivo. Casos que ilustram e choca o quanto essa prática vem crescendo de maneira horrenda não faltam. Ano passado, o Brasil se chocou com o caso da menina do Rio de Janeiro estuprada por 33 homens que não contentes em realizarem essa violência descomunal, ainda filmaram tudo e postaram nas redes sociais. Com certeza por acreditarem na impunidade que cerca casos como esse, visto que por conta do Machismo, a “culpa” sempre cai em cima da vítima. De lá pra cá, já foram 11 casos semelhantes.

Na manhã desta sexta-feira, 2, foi a vez de Belém do Pará acordar chocada com a notícia de um Estupro Coletivo ocorrido no bairro do Aurá, em Ananindeua, região metropolitana da capital paraense. Uma adolescente de 16 anos foi estuprada por pelo menos, 8 homens. Segundo familiares da adolescente, a jovem sofre com feridas e dores no corpo, além de estar completamente abalada, graças aos traumas físicos e psicológicos sofridos no incidente.  E esse não é o primeiro caso de Estupro coletivo ocorrido no estado, o que demonstra que esta prática tem sido recorrente e que as autoridades e órgãos competentes responsáveis pela proteção à Mulher, pouco ou nada tem feito para coibir esse tipo de caso.

Num momento de profunda crise política em nosso país, em que nossa classe e, sobretudo as Mulheres de nossa classe, vêm sofrendo com os ataques de Temer aos seus direitos como a tentativa de aprovar Reformas como a da Previdência e trabalhista; Num momento em que o Congresso corrupto quer ressuscitar o projeto de lei do Estatuto do Nascituro que é um ataque machista institucional do Estado contra os direitos reprodutivos das Mulheres e o direito a decidir sobre o seu corpo, casos como esses no Pará e no Rio de estupros coletivos chocam o país não só pela violência em si da prática mas por conta também da normatização da violência sexual contra à Mulher pela mídia e pela cultura popular. A objetificação do corpo da Mulher passa a ideia de que não somos seres humanos. Por isso inclusive ser a Mulher Negra, que historicamente teve seu corpo animalizado pela sociedade machista e racista, ser a principal vítima de Estupro no Brasil.


Só um governo da classe trabalhadora, formado por conselhos populares pode dar conta de acabar com o Machismo, essa ideologia perversa onde a cultura do Estupro se apoia. Tendo a Mulher da Classe à frente, como protagonista de sua luta contra o Machismo e pela sua emancipação sexual, bem como pela sua emancipação enquanto ser humano não explorado e nem oprimido, libertando também toda a sua classe!

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