terça-feira, 25 de julho de 2017

Supervisor ameaça agredir trabalhadora dentro da empresa e Vale perde o processo em primeira instância!

Nota do Sindicato Metabase Inconfidentes
Os trabalhadores e trabalhadoras sofrem na pele a criminosa prática da Vale de assédio moral. No entanto, na semana passada, os(as) operários(as) tiveram uma importante vitória parcial: A Vale foi derrotada em primeira instância em processo contra um supervisor que assediou moralmente Fátima Cunha, trabalhadora da Vale na Mina de Fábrica e diretora do nosso Sindicato.
No caso, o supervisor Reginaldo Gonzaga Melo disse que iria “quebrar a cara” da companheira Fátima caso ela não se calasse. Além de assédio moral gravíssimo, tal ameaça expressou a prática anti-sindical e machista da empresa, pois o Reginaldo disse isso porque Fátima luta em defesa dos trabalhadores. A Vale ainda tentou acobertar o supervisor, fazendo uma homenagem a ele dias antes da audiência, tentando fazer o sujeito se sair como boa gente. Absurdo completo!
Este senhor já tinha histórico de assédio pra cima dos trabalhadores e, mesmo conhecendo os limites da justiça e entendendo que se trata de uma vitória parcial, este ocorrido ensina uma importante lição para os(as) operários(as): É possível e mais que necessário lutar contra o assédio moral!
O que é o assédio moral?
Assédio moral é crime e é caracterizado pela exposição constante e repetitiva a situações de humilhação no ambiente de trabalho. Ou seja, é uma prática comum dos chefes e superiores e que gera uma série de consequências negativas à saúde e bem estar do trabalhador. Segundo psicólogos, o assédio moral leva o trabalhador a uma desestabilização emocional, gerando sentimentos de raiva, medo e ansiedade.
Os patrões usam o machismo para dividir a classe e desmoralizar as trabalhadoras
O ocorrido com a companheira Fátima é um caso claríssimo de como as grandes empresas se usam do machismo para dividir e desmoralizar a classe trabalhadora. O supervisor não ameaçou nenhum dos outros diretores homens, ameaçou a mulher. E a ameaçou numa das formas mais vis do machismo: a violência física. É sempre bom lembrar que a cada 1h30min morre uma mulher vítima de violência, e que a grande maioria das vítimas é da classe trabalhadora. O objetivo dele era desmoralizar a companheira, tirá-la das fileiras dos que lutam contra a exploração da Vale.
Esta é também a demonstração de que o machismo só é bom para os patrões e que a classe trabalhadora deve se unir, homens e mulheres, para combater o machismo. Os trabalhadores que são machistas acabam fazendo o jogo dos patrões, pois isso desmoraliza uma parte da nossa classe e a torna mais frágil para combater a exploração. Precisamos de unidade da classe trabalhadora contra o machismo e a exploração!
As empresas praticam assédio moral de propósito!
Não é só a Vale! Empresas da região como CSN, Ferrous, Gerdau, etc. utilizam o assédio como uma política de gestão. É assim porque o assédio é uma ferramenta que os patrões utilizam para intimidar trabalhadores(as) a produzirem dobrado.
Além disso, o assédio também serve para as empresas gerarem transtornos que dificultam a organização da categoria para lutar contra os desmandos dos patrões. Assim, a Vale tem a obrigação não só de pagar sua condenação no processo de assédio, mas também de rever suas práticas!
É possível lutar contra o assédio!
É necessário denunciar, mas não podemos confiar nas empresas e nem em seus chefetes. Fale com o Sindicato sempre que ocorrer uma prática de assédio com você mesmo ou contra algum colega de trabalho.
Além disso, sempre que for possível, é importante juntar provas do ocorrido, como testemunhas e tudo que possa servir para usarmos contra essa prática das empresas e de seus chefes. Essas são armas que poderiam, por exemplo, ser úteis em um processo, além de outras iniciativas de combate à prática.
O papel dos cipeiros
Outro fator muito importante é o papel dos cipeiros. Quanto mais cipeiros combativos e de luta nós tivermos, melhor. Estes camaradas podem e devem combater as práticas de assédio, assim como fizeram no caso da companheira Fátima.


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