segunda-feira, 29 de abril de 2019

Bolsonaro, tire as garras dos nossos corpos: o que não pode nesse país é incentivar a LGBTfobia e a prostituição!


Por Marina Cintra, MML São Paulo

No último dia 26, Bolsonaro deu mais uma de suas declarações que atacam diretamente os setores oprimidos da classe trabalhadora, disse que “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”.

Isso é um mais um absurdo, pois faz apologia ao turismo sexual de mulheres, e já sabemos que  exploração sexual  é uma realidade, com índices alarmantes de exploração sexual de crianças e adolescentes. As mulheres e crianças que estão na prostituição são vitimas cotidianamente de estupros e violência, que é totalmente naturalizado pela sociedade, tendo em vista que essas mulheres são vistas meramente como uma mercadoria.

As vítimas de exploração sexual são principalmente mulheres negras e pobres. A declaração de Bolsonaro aprofunda o machismo e o racismo, já que reproduz o olhar estruturado a partir da herança escravista brasileira que coloca a mulher negra como como um pedaço de carne, mero objeto sexual.  A declaração de Bolsonaro foi também LGBTfóbica, muitos LGBTs são jogados na prostituição por causa do preconceito, da dificuldade de arrumar empregos formais e da marginalidade, essa é uma dura realidade das mulheres trans, em que muitas estão na prostituição, onde ficam  vulneráveis a diversos tipos de violência cotidianamente. Além disso, o Brasil lidera o ranking dos países onde mais se assassinam pessoas LGBTs e a postura do presidente só reforça essa situação.   

Enquanto o desemprego e a violência contra as mulheres aumenta Bolsonaro mostra a que veio e confirma que esse governo é inimigo das mulheres trabalhadoras negras e não negras e de toda a população LGBT. 

Devemos lutar contra a violência as mulheres, pelo fim do turismo sexual, por uma política de geração de mais empregos,  em defesa das mulheres em situação de prostituição, contra a prostituição, para que todas as mulheres que estejam nessa situação possam ter acesso pleno ao emprego, sem precisar transformar-se me mercadoria para sobreviver.

Para isso, é necessário revogar a Lei da Terceirização e a reforma trabalhista, barrar de vez a reforma da previdência.  Precisamos de mais investimentos em políticas de combate a violência machista e a LGBTfobia, em educação, saúde, emprego. A necessidade dos setores oprimidos da classe trabalhadora é exatamente o contrário do que defende Bolsonaro: precisamos de um país que não seja rota do turismo sexual e onde as pessoas sejam livres para exercer sua sexualidade.  


 

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