quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Campanha de solidariedade ao Haiti pela retirada das tropas e por liberdade de organização sindical

Fora as tropas de Ocupação!                                      
Pelo livre direito de Organização Sindical!
No Haiti as tensões com a ocupação militar e a repressão para garantir a superexploração de seu povo continuam aumentando.

As últimas denúncias como o caso do estupro de um garoto por soldados uruguaios da ocupação militar, a perseguição e demissão dos companheiros que fundaram o SOTA, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Textil, e mesmo as recentes declarações  de representantes do governo brasileiro falando em preparar a retirada das tropas são expressão desta situação.

Aumentar as nossas iniciativas de denúncia do que vem acontecendo no Haiti e de solidariedade ao seu povo é uma tarefa fundamental em nossa postura internacionalista.

Enviamos abaixo dois pedidos de iniciativas imediatas.
Uma é a moção pedida pelos companheiros do Haiti em protesto à perseguição aos dirigentes do SOTA, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Textil, recem fundado.
 
A outra é a campanha pela imediata retirada das tropas do Haiti. Uma carta aberta está sendo assinada por diversas entidades em 40 países, encabeçada pelo Nobel argentino Adolfo Pérez Esquivel, é endereçada ao Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, ao dirigente da OEA, José Miguel Insulza e aos mandatários dos países que mantém tropas no Haiti. Além de Esquivel, outros prêmios Nobel também estão à frente da mensagem, são as britânicas Mariead Corrigan e Betty Williams.

As duas iniciativas são muito fáceis de serem feitas e também muito importantes para a luta contra a ocupação e de defesa do povo haitiano.

CAMPANHA 1 – Em defesa da livre organização sindical
Segue abaixo a moção pedida pelos companheiros do Haiti, para ser enviada em protesto contra a perseguição aos dirigentes do SOTA, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Textil, recem fundado. É muito importante que dirigentes e organizações que possam assinar e enviar o façam o quanto antes.

Em defesa do livre direito de Organização Sindical 
Fomos informado da prática anti sindical utilizada por vossa Companhia, membro da ADIH (Associação das Indústrias do Haiti), no último período. Liberdade de organização e associação é reconhecida na Constituição e no Código do Trabalho do Haiti. Os trabalhadores tem o direito de se associar ao sindicato de sua livre escolha. SOTA (Sindicato dos Operários Texteis de Abiman) é legalmente reconhecido pelo Ministério das Questões Sociais e do Trabalho. Em vossa empresa, trabalhadores tem sido ameaçados, intimidados e demitidos porque são membros ou simpatizam com a iniciativa de formar sindicato para defender seus direitos.
Queremos lhes fazer um chamado: cessem com essas práticas e cumpram com a legislação haitiana sobre relações de trabalho e o código de conduta das empresas. Principalmente a Gildan Activewear Corporation.

Exigimos:
- a reintegração imediata de todos os membros do Comitê Executivo do SOTA e os outros demitidos e o reconhecimento do SOTA como legitimo representante dos trabalhadores têxteis;
- que os empresários recebam o Comitê Executivo do SOTA para discutir todas as reivindicações dos trabalhadores de todas as empresas envolvidas;
- que o Ministério das Questões Sociais e Trabalhistas tome medidas no sentido de garantir o direito de organização sindical;
- que a Gildan Company solicite a todos os seus fornecedores no Haiti que façam declarações, verbal e por escrito, garantindo aos trabalhadores seu direito à livre associação sindical e à negociação coletiva com os empresários;
- que todas as empresas têxteis participantes da ADIH parem imediatamente com a perseguição aos trabalhadores bem como o método de listas contra os ativistas e sindicalizados.

Favor enviar emails para os endereços abaixo:
1)     Mr. Gerard APAID/GENESIS – gapaid33166@yahoo.com
2)     Mr. Charles Henry BAKER/ONE WORLD APPAREL – chbaker@pbapparel.com
3)     Mr. Richard COLES/MULTIWEAR -  rcoles@multitex.com
4)     ADIH - administration@adih.ht

Com cópia para:
Batay Ouvriye: batay@batayouvriye.org
CSP-Conlutas: dirceutravesso1@gmail.com

CAMPANHA 2 – Adesões à campanha pela retirada das tropas da ONU do Haiti
Até o dia 15 de outubro o Conselho de Segurança da ONU analisa a renovação do mandato da Minustah (tropas da ONU) no Haiti. Esta quarta-feira (5) foi a data escolhida por diversas entidades para ser um dia de luta contra a ocupação militar do Haiti. Centenas de organizações de quarenta países diferentes e três ganhadores do Premio Nobel da Paz divulgaram uma carta aberta à ONU em que exigem a imediata retirada das tropas do país caribenho. A nossa CSP-Conlutas, está entre as entidades signatárias. Mas é importante que diversas entidades se incorporem a essa campanha e assinem a lista pela retirada das tropas da ONU do Haiti.

As assinaturas do texto que segue abaixo, em espanhol, devem ser enviadas para haiti.no.minustah@gmail.com

Mais informações podem ser adquiridas no endereço: http://jubileesouth.blogspot.com/p/haiti-no-minustah.html

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Mulheres ecetistas fortalecem a greve dos Correios!

O salário dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios não cresceu com o mesmo ritmo do aumento do trabalho. Desde 2007, o número de trabalhadores contratados pela empresa vem diminuindo a cada ano, e da década passada para cá, a quantidade de objetos distribuídos por trabalhador da empresa também não parou de aumentar. 

Quanto mais precarizado o trabalho, mais mulheres fazem parte da categoria. O machismo e o preconceito fazem com que as mulheres tenham as piores condições de trabalho e os piores salários e as sujeita a situações de assédio moral e sexual nos locais de trabalho. Já foram dadas muitas batalhas e para que a ECT garanta punição dos autores desses casos, mas ainda são inúmeros os casos em que nada acontece e as trabalhadoras têm que levar para casa o desgosto da humilhação e do constrangimento.

Combinar esse trabalho duro com as responsabilidades domésticas que são impostas às mulheres é muito difícil. As mulheres realizam todos os dias uma dupla jornada de trabalho e não recebe nenhum direito que acabe com essa situação. Nesta greve, as ecetistas reivindicam o “auxílio creche” para todos os filhos e filhas até o 7° ano de vida e a transformação desse auxílio em “auxílio educação” após os 7 anos.

Essa batalha é muito importante, porque a dificuldade em garantir a matrícula dos filhos/as em creches ou escolas é um dos maiores motivos que fazem as mulheres largarem o emprego. Essa situação não pode continuar!

A primeira presidenta mulher do país está tratando as ecetistas com muito desrespeito, pois além de não garantir um reajuste digno e mais direitos para a categoria, está orquestrando a criação da Correios S.A., cuja conseqüência vai ser mais precarização, terceirização e menos direitos. Mesmo sendo mulher, Dilma virou inimiga das trabalhadoras dos Correios. 

A força da luta das mulheres tem condições que fazer a greve ficar cada vez mais forte. Neste dia 5 outubro, demos um demonstração de força junto com toda a categoria de que mesmo a direção querendo acabar com o movimento, nós vamos continuar resistindo.

Não podemos deixar o machismo e o preconceito dividir a luta, precisamos unir trabalhadores e trabalhadoras dos Correios contra o governo, verdadeiro inimigo que discrimina as mulheres e explora todos os trabalhadores.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Sobre as denúncias de pedofilia e abuso sexual em Bauru

Nos últimos dias, uma notícia tomou repercussão nacional: denúncias de pedofilia e abuso sexual a quatro jovens de Bauru. Na última sexta-feira (30.09), o acusado Sandro Fernandes e sua esposa, Fernanda Fernandes, foram presos. O primeiro, autor dos crimes. A segunda, por conivência e omissão. O caso, que ganhou repercussão na voz dos filhos e parentes, choca a todos.

As denúncias foram formalizadas pela filha e pela cunhada, ambas com 18 anos, mas que supostamente foram violentas entre 8 e 16 anos e 10 anos, respectivamente. No decurso do inquérito, também se descobriu que a sobrinha de 13 anos e o filho de 9 anos  foram vítimas.  A descrição dos depoimentos, que a partir de sexta (30.09) seguem em segredo de justiça a pedido da defesa, foge a qualquer racionalidade. Conforme divulgado em reportagem do jornal Folha de São Paulo, de quinta feira (29.09), o filho de 9 anos alega que o pai teria “feito xixi branco em seu pé” – isso é só um exemplo.

A defesa, sob a responsabilidade do advogado Ricardo Ponzzeto, argumenta que os réus são inocentes, que as provas cabem às vítimas. Defende que os filhos estão fazendo isso contra os pais por motivações financeiras e que a menina de 18 anos conseguiu convencer a todos porque fez teatro em uma excelente escola. Argumento frágil e que menospreza a inteligência dos envolvidos e investigadores, dá a impressão de um artifício para defender o quase indefensável.

O processo de investigação está em curso, mas desde já nos solidarizamos às vítimas e ao sofrimento retido por anos, escondido e sufocado em nome da “preservação da família”. Afinal, de que família estamos falando, em que os filhos se tornam posse dos desejos dos pais?  Em que a hipocrisia e a violência contida parecem ser a ordem de funcionamento? A quem serve esse tipo de família?

Não serve à nossa classe. A pedofilia é condenável por si só.  Não somente  porque fere as regras de convivência, mas porque é uma relação entre desiguais. Vítimas e acusados não estão no mesmo plano de desenvolvimento e responsabilidade. A crueldade é maior quando ocorre no âmbito doméstico, entre pais e filhos. É o abuso do corpo e da confiança.

O grau de degeneração moral que toma conta da nossa sociedade, em que as mulheres são vistas como mercadorias, em que a cada duas horas uma é morta,  vítima de violência,  ou os filhos são vistos como posse dos pais, inclusive, para satisfazer todos os seus desejos, é parte da barbárie capitalista, mas não exclui a responsabilidade individual dos acusados.

O histórico de militante de esquerda e advogado de renome em Bauru não pode ser motivo para diminuir ou relativizar as investigações. Defendemos a criminalização e a prisão de Sandro e  Fernanda. Esperamos que as investigações sejam levadas até o final. Por se tratar de pessoas públicas e com prestígio é necessária uma severa e ampla investigação dos fatos. Restando comprovadas as denúncias, a punição tem de ser  exemplar.  

O capitalismo produz resultados perversos na relação entre os seres humanos. A degradação da moral, a perda de referências e a falência da institucionalização da família patriarcal como sinônimo de felicidade são parte desse processo. A hipocrisia da moral burguesa em que “vale tudo” é o sustentáculo de denúncias tão cruéis é parte de uma sociedade que produz indivíduos e atos assustadores.

Uma sociedade diferente é necessária. E, na luta pelo socialismo, está colocada a luta contra essas condutas, que nos dividem e oprimem. Não é possível libertar os trabalhadores oprimindo a outros, sejam eles homens, mulheres ou crianças. Repudiamos a pedofilia, o estupro e a violência e defendemos severas punições para tanto. Não vamos esperar o socialismo para combater este tipo de atitude. Mas nossa luta não acaba aí. É preciso uma sociedade socialista, em que o ser humano deixe de ser mercadoria e objeto forçado do desejo de outros.

- Pela criminalização da Pedofilia e da violência contra mulheres e crianças!
- Pela investigação e punição de Sandro e Fernanda!
- Pela luta contra a opressão e a moral burguesa, para construir uma sociedade socialista!

Movimento Mulheres em Luta CSP Conlutas

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

1º Encontro Estadual do MML: uma vitória para a luta e a organização das mulheres em Minas e no Brasil!

Por Lívia Furtado, da Direção Executiva Nacional do MML


Desigualdades, direitos, indignação, sonhos. Esses são apenas alguns dos motivos que levaram as mulheres mineiras ao 1º Encontro Estadual do Movimento Mulheres em Luta, nos dias 24 e 25 de setembro, no município de Mateus Leme. Foram dois dias de debates sobre machismo, a condição da mulher nos dias de hoje, direitos e política para as mulheres e para os trabalhadores. O Encontro e seus resultados significam um passo importante para o Movimento Mulheres em Luta e a organização das mulheres, no estado e nacionalmente.

Participaram 117 mulheres de diferentes profissões e categorias, de 11 cidades mineiras. Estiveram representados 11 sindicatos, 4 oposições, além de movimento popular e entidades estudantis. Entre elas, professoras estaduais e municipais, trabalhadoras da saúde, bancárias, estudantes, metalúrgicas, servidoras e mulheres ligadas ao movimento popular. Muitas estavam ali discutindo, pela primeira vez, como o machismo e o capitalismo tornam suas vidas tão difíceis, e por que a condição feminina ainda é tão desigual no trabalho, em casa, nas escolas.

Após mesas de debate e grupos de discussões sobre saúde, direito à maternidade, mulher negra, mulher no trabalho, violência e sexualidade, a plenária final, no domingo, foi vitoriosa ao apontar a luta e a organização das mulheres como forma de vencer a situação de opressão e exploração em que elas vivem sob o capitalismo. O Encontro debateu o governo Dilma, o primeiro governo “feminino” na história do País, e que mantém a política de atacar duramente a classe trabalhadora e os serviços públicos, e enriquecer banqueiros e empresários. Diante desse fato, a conclusão das participantes é de que os movimentos de mulheres precisam ser independentes de governos e empresários e confiar apenas em sua luta e organização.

Nesse sentido, as mulheres presentes reafirmaram a concepção de um movimento de mulheres classista e independente e votaram por exigir de Dilma políticas efetivas em prol das mulheres e da classe trabalhadora, denunciando também os cortes de verbas no orçamento, a postura conservadora de Dilma em relação à legalização do aborto, as políticas assistencialistas desse governo, que não melhoram de fato a vida da população mais pobre, na qual a maioria são mulheres.

O Encontro também votou resoluções importantes para a organização estadual das mulheres, como uma Secretaria Executiva e uma coordenação com representantes estaduais, que se reunirá periodicamente. A orientação é que se construam grupos do MML nas cidades, sindicatos e locais de trabalho. As resoluções do Encontro apontam também as campanhas prioritárias em Minas Gerais e nas categorias, resumidamente:
universalização das vagas na Educação Infantil/creches públicas, com qualidade e funcionamento em todos os turnos;
todo apoio à luta das trabalhadoras da Educação Infantil por valorização e melhores salários;
luta por creches mantidas pelas empresas e universidades;
campanha pelo direito à licença maternidade de seis meses para todas as mulheres, obrigatória e sem isenção fiscal aos patrões;
luta contra o assédio moral e sexual nas empresas;
campanha “Trabalho igual, salário igual”, votada pela CSP-Conlutas.

A aliança com a classe trabalhadora como parte fundamental da luta das mulheres está expressa também nas resoluções. O MML é filiado à Central Sindical e Popular – Conlutas e participa de seus fóruns e campanhas, ao acreditar que só a luta conjunta de toda a classe pode levar a uma sociedade sem machismo e sem desigualdade.

Os resultados do Encontro já estão aí! No dia 27/09, o MML realizou sua primeira reunião em Divinópolis, tendo como pauta principal a situação da Educação Infantil naquela cidade. Em outubro, será realizado um Encontro de Mulheres em Itajubá, Sul de Minas. O que prova que lugar de mulher... é na luta!

Publicaremos em breve, no blog de Minas, as resoluções do Encontro na íntegra e um material com as discussões que foram realizadas lá. Acompanhem: www.mulheresemlutamg.blogspot.com.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

28 de Setembro: Dia Latino Americano e Caribenho de Luta pela Legalização e Descriminalização do Aborto

Chega de trabalhadoras mortas!
Legalizar e descriminalizar o aborto  já!

No Brasil, por ano, mais de 200 mil mulheres morrem ou ficam com seqüelas por realizarem abortos clandestinos. 1 em cada 7 mulheres realiza aborto. Há uma realidade em nosso país, inquestionável, de que muitas mulheres abortam. O Estado deve direcionar essa realidade para uma situação digna, em que as mulheres não precisem morrer, ou carregar problemas de saúde para o resto da vida.
A maioria dos representantes do Estado brasileiro são responsáveis por essa cifra de morte de mulheres. As conseqüências dessa postura é a legalização do aborto para as mulheres ricas e a proibição para as mulheres pobres, ou seja, mais um motivo de mortes e de situações difíceis e humilhantes.
O governo do PT está em seu 3º mandato e o que vemos é um retrocesso das conquistas que existem neste aspecto. A prática segue sendo tipificada como crime no código penal, e os casos de exceção relacionados ao estupro e a risco de vida da mãe, sofre ameaças do Projeto de Lei nº 478/07 (deputados do PT e PHS) que quer criminalizar a prática também nesse caso.
O projeto Rede Cegonha ajuda na criminalização das mulheres que venham realizar a prática do aborto, pois propõe um cadastro nacional de mulheres grávidas. As conseqüências disso é o controle de quem está grávida e de quem concluiu a gravidez até o final.
Essas propostas conservadoras encontraram eco com a postura que Dilma Roussef, a primeira mulher a presidir o país, teve nas eleições do ano passado. Um direito tão caro à vida da mulher foi utilizado pela presidenta como moeda de troca para conseguir os votos e se eleger.

- Educação sexual e anticoncepcionais para não abortar e aborto legal, gratuito e seguro para não morrer!
- 6% do PIB para a Saúde Já!
- Não ao PL 478/07!

Neste dia 28, precisamos fazer essa ecoar essa luta em favor das mulheres que morrem ou ficam com seqüelas porque a prática do aborto é criminalizada. Em muitos países, como em Portugal, as mulheres tiveram essa importante conquista e “não saíram abortando por aí”, como se fosse um método contraceptivo. A conseqüência da legalização são mais vidas preservadas. O Estado deve garantir todas as orientações sobre os métodos contraceptivos e o aborto legal para que as mulheres que optem pelo aborto possam fazer de forma gratuita e segura. Para isso, é necessário ampliar o investimento em saúde pública, para que os hospitais públicos tenham condições de implementar as melhorias significativas no que tange à Educação Sexual e às condições necessárias para realização de abortos seguros.

Creches em período integral públicas, gratuitas e de qualidade!

Ao mesmo tempo em que os governos criminalizam a prática do aborto, as mulheres trabalhadoras não recebem condições para exercer o direito à maternidade. Esse drama é tão evidente em nosso país, que o recente Anuário das Mulheres Brasileiras revelou que a maior dificuldade para as mulheres conseguirem emprego, ou se manterem nele é a falta de creches.

Cerca de 84% das crianças de 0 a 6 anos estão fora das creches. Somado a isso, a situação de trabalho das professoras da Educação Infantil é cada vez pior, afinal este ofício não é encarado como profissão de professora. O compromisso de Dilma de construção de mais de 6000 novas creches até 2014 já está atrasado. Em 2010, o Projeto Proinfância do governo Lula também não cumpriu as metas previstas.  

Conheça o Movimento Mulheres em Luta  da CSP Conlutas

Somos um Movimento de Mulheres Classista e Feminista. Lutamos pelo fim da opressão às Mulheres e acreditamos que isso só é possível através da organização classista com o conjunto da classe trabalhadora. Acreditamos que a luta contra o machismo não pode estar separada da luta contra o capitalismo, sistema que explora e oprime as mulheres trabalhadoras. Por isso, construímos uma alternativa de organização independente dos governos e dos patrões.

Não temos ilusões de que todas as mulheres são aliadas. As mulheres burguesas defendem os seus interesses de classe, que na maioria das vezes está na contramão dos interesses das mulheres trabalhadoras. Acreditamos no caminho das lutas e não no caminho da subserviência aos governos em troca de migalhas que apresentam aos setores oprimidos. Queremos a libertação completa da classe trabalhadora, única forma de acabar com a exploração e opressão das mulheres.

O Movimento Mulheres em Luta é uma alternativa de organização classista e feminista para as mulheres trabalhadoras. Venha construir e fortalecer essa alternativa! Venha ser também uma Mulher em Luta!

domingo, 18 de setembro de 2011

A Miss Universo e as Mulheres Angolanas: Nada em Comum.



No dia 12 de setembro, o mundo olhou para o concurso de beleza que elege a mulher mais bela do universo. Segundo sua auto-apresentação, este histórico concurso, que hoje é dirigido pela Miss Universe Organization, de propriedade de Donald Trump, conhecido milionário norte americano, busca avaliar além da beleza das mulheres, suas “capacidades de liderança e inteligência”, para difundir valores como a paz pelo mundo.

Essa concepção do concurso foi se transformando ao longo dos anos de uma possibilidade de ingresso no mundo das celebridades de Hollywood (este era o prêmio das edições do meio do século para cá) para a “luta” pela paz ao redor de nosso planeta. Perguntamos, no entanto, por que tanta rigorosidade estética para se escolher uma mulher capaz de difundir a paz? E mais, perguntamos onde estiveram as Misses Universo sob o acontecimento de guerras tão questionadas pelo mundo, como a invasão norte americana no Iraque e no Afeganistão?

O concurso em questão reforça e difunde a idéia de que as mulheres devem ter um padrão de beleza e ainda demonstra que, na sociedade machista em que vivemos, quando se trata de avaliação física e estética, as mulheres podem ser protagonistas, em outros momentos, é muito difícil existirmos como figura central.

Esta última edição recebeu uma atenção particular do Brasil. Em primeiro lugar, porque sediou o evento e depois porque a Miss Brasil chegou muito perto do título, ficando em terceiro lugar. A Miss Brasil é eleita ao disputar o título com as representantes de todos os estados brasileiros. Para se eleger a Miss de algum estado, há uma disputa entre diversas garotas de cada estado. Atentamos para um fato curioso de que as meninas que concorreram para o título de Miss Bahia eram em sua maioria garotas brancas, em um estado que é majoritariamente negro.

Apesar de a Miss Universo de 2011 ser negra – fato que ocorre pela 3° vez – não há como não reconhecer um padrão de beleza que é perseguido na avaliação das meninas que concorrem ao título. A maior parte das concorrentes e das vitoriosas ao longo da história são mulheres brancas, com um padrão marcadamente europeu, o que é expresso no caso acima citado em relação à eleição da Miss Bahia e mesmo pela quantidade de mulheres negras que venceram o concurso ao longo da história.

Ainda assim, o impacto da vitória de uma negra sobre as mentes mais conservadoras é bastante forte. Assim que anunciada a vitória de Leila Lopes, representante de Angola, a internet foi palco de declarações absurdamente racistas e fascistas contra a recém vitoriosa do concurso. Repudiamos veementemente esse tipo de prática.


No entanto, reconhecemos que o racismo que a atual miss Universo sofreu não passa nem perto do racismo e da humilhação que sofrem a maior parte das mulheres angolanas. Toda a Imprensa saiu em defesa de Leila Lopes e até denunciou as declarações racistas. No entanto, nenhuma imprensa defende ou se preocupa com a situação das mulheres angolanas, cujo índice de desemprego atinge 79%. A Miss Universo não é analfabeta como as 70% de mulheres de seu país. A cada 100 mil bebês que nascem no país, cerca de 1500 mães morrem, em função das péssimas condições de saúde e saneamento básico de Angola. Leila Lopes dificilmente passará por isso.

Essa situação é conseqüência de séculos de opressão e exploração do povo negro angolano, que hoje está em várias partes do mundo tendo sua mão de obra super explorada pela sua condição de negros e imigrantes, fato agravado ao se tratarem de mulheres.

A vitória da angolana no concurso de beleza mais conhecido do mundo reflete um abismo cruel entre a situação da maior parte das mulheres angolanas, trabalhadoras e pobres e uma ínfima minoria que pode ter tudo o que quer, inclusive a coroa da Miss Universo. Apesar de também estar submetida ao racismo, Leila Lopes está muito mais “protegida” do que as mulheres angolanas.

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Chega da violência contra as mulheres!

Chega da violência contra as mulheres!