sexta-feira, 30 de setembro de 2011

1º Encontro Estadual do MML: uma vitória para a luta e a organização das mulheres em Minas e no Brasil!

Por Lívia Furtado, da Direção Executiva Nacional do MML


Desigualdades, direitos, indignação, sonhos. Esses são apenas alguns dos motivos que levaram as mulheres mineiras ao 1º Encontro Estadual do Movimento Mulheres em Luta, nos dias 24 e 25 de setembro, no município de Mateus Leme. Foram dois dias de debates sobre machismo, a condição da mulher nos dias de hoje, direitos e política para as mulheres e para os trabalhadores. O Encontro e seus resultados significam um passo importante para o Movimento Mulheres em Luta e a organização das mulheres, no estado e nacionalmente.

Participaram 117 mulheres de diferentes profissões e categorias, de 11 cidades mineiras. Estiveram representados 11 sindicatos, 4 oposições, além de movimento popular e entidades estudantis. Entre elas, professoras estaduais e municipais, trabalhadoras da saúde, bancárias, estudantes, metalúrgicas, servidoras e mulheres ligadas ao movimento popular. Muitas estavam ali discutindo, pela primeira vez, como o machismo e o capitalismo tornam suas vidas tão difíceis, e por que a condição feminina ainda é tão desigual no trabalho, em casa, nas escolas.

Após mesas de debate e grupos de discussões sobre saúde, direito à maternidade, mulher negra, mulher no trabalho, violência e sexualidade, a plenária final, no domingo, foi vitoriosa ao apontar a luta e a organização das mulheres como forma de vencer a situação de opressão e exploração em que elas vivem sob o capitalismo. O Encontro debateu o governo Dilma, o primeiro governo “feminino” na história do País, e que mantém a política de atacar duramente a classe trabalhadora e os serviços públicos, e enriquecer banqueiros e empresários. Diante desse fato, a conclusão das participantes é de que os movimentos de mulheres precisam ser independentes de governos e empresários e confiar apenas em sua luta e organização.

Nesse sentido, as mulheres presentes reafirmaram a concepção de um movimento de mulheres classista e independente e votaram por exigir de Dilma políticas efetivas em prol das mulheres e da classe trabalhadora, denunciando também os cortes de verbas no orçamento, a postura conservadora de Dilma em relação à legalização do aborto, as políticas assistencialistas desse governo, que não melhoram de fato a vida da população mais pobre, na qual a maioria são mulheres.

O Encontro também votou resoluções importantes para a organização estadual das mulheres, como uma Secretaria Executiva e uma coordenação com representantes estaduais, que se reunirá periodicamente. A orientação é que se construam grupos do MML nas cidades, sindicatos e locais de trabalho. As resoluções do Encontro apontam também as campanhas prioritárias em Minas Gerais e nas categorias, resumidamente:
universalização das vagas na Educação Infantil/creches públicas, com qualidade e funcionamento em todos os turnos;
todo apoio à luta das trabalhadoras da Educação Infantil por valorização e melhores salários;
luta por creches mantidas pelas empresas e universidades;
campanha pelo direito à licença maternidade de seis meses para todas as mulheres, obrigatória e sem isenção fiscal aos patrões;
luta contra o assédio moral e sexual nas empresas;
campanha “Trabalho igual, salário igual”, votada pela CSP-Conlutas.

A aliança com a classe trabalhadora como parte fundamental da luta das mulheres está expressa também nas resoluções. O MML é filiado à Central Sindical e Popular – Conlutas e participa de seus fóruns e campanhas, ao acreditar que só a luta conjunta de toda a classe pode levar a uma sociedade sem machismo e sem desigualdade.

Os resultados do Encontro já estão aí! No dia 27/09, o MML realizou sua primeira reunião em Divinópolis, tendo como pauta principal a situação da Educação Infantil naquela cidade. Em outubro, será realizado um Encontro de Mulheres em Itajubá, Sul de Minas. O que prova que lugar de mulher... é na luta!

Publicaremos em breve, no blog de Minas, as resoluções do Encontro na íntegra e um material com as discussões que foram realizadas lá. Acompanhem: www.mulheresemlutamg.blogspot.com.

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