domingo, 24 de abril de 2016

Basta de violência contra a mulher. Basta de naturalizar o machismo!

Temos visto circular nas redes sociais, um vídeo em que o apresentador Ratinho chuta uma caixa de papelão. embaixo da caixa estava a assistente de palco Milene Pavorô. O golpe visivelmente atingiu a moça que saiu do palco bastante constrangida.
Sem nenhum tipo de preocupação, Ratinho ainda queria mantê-la na apresentação, como se nada tivesse acontecido. diante da sua saída, ameaçou dizendo que " providências serão tomadas, ela vai pra rua".

Como é possível em emissora de TV, o machismo ser reproduzido de maneira tão descarada? a naturalização da violência contra a mulher ser incentivada e tratada como piada?

Você deve achar que todo mundo ficou indignado né? Só que não, os comentários na internet são " Nada demais, é papel dela no programa" ou " foi tudo ensaiando. Ela tá bem". Até um cometário da própria Milene foi postado onde ela afirma que não foi nada demais. Não me admira que ela tenha minimizado, certamente seu emprego estava em risco.

Mas, não ficaremos caladas. Essa reprodução sistemática do machismo e da violência é o que faz do Brasil o 5º país onde mais se matam mulheres; que faz com que mais da metade das mulheres já tenham sido alvo de assédio moral ou sexual, em seu local de trabalho; que faz com que a cada 2 minutos 5 mulheres sejam violentamente agredidas em nosso país.

Não vamos aceitar, são as mulheres trabalhadoras, pobres e das periferias as principais vítimas dessa naturalização e da falta de investimento dos governos nas políticas de combate a violência contra a mulher.

Desde 2013, nós do Movimento Mulheres em Luta, desenvolvemos uma campanha nacional de combate a violência machista. Uma das ações foi coletar assinaturas em um abaixo assinado que exigia a aplicação de 1% do PIB nas políticas de combate a violência. Apresentamos também um projeto do que seria possível fazer, na época,com o orçamento. Uma das medidas seria um conjunto de campanhas informativas e de conscientização para serem veiculadas nos meios de comunicação sobre o que é o machismo, seus desdobramentos e a necessidade de combatê-lo. 

Porém, o que estamos vendo acontecer é exatamente o contrário. Ao longo de todo o ano de 2015 em várias cidades foram votados planos municipais de educação nos quais foi retirado o termo identidade de gênero e proibiu-se qualquer possibilidade de discutir a opressão de gênero, o machismo. 

Diante disso, travamos uma luta árdua para não permitir o retrocesso em nossos direitos. Exigimos a punição ao apresentador ratinho e exigimos mais investimento público nas políticas de combate a violência machista!

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Mulheres, é preciso resistir aos ataques em nossos direitos e derrotar o projeto que sucateia os serviços públicos!

NÃO AO  PLP 257/16! NÃO VAMOS PAGAR PELA CRISE!

Por Ivanilda Reis, coordenadora da FASUBRA e membra do MML RJ

Em um País em que menos de 4% de tudo que se arrecada é destinado ao investimento com Políticas Públicas, em que  aumenta a cada dia o número de  famílias que são mantidas financeiramente por mulheres, uma sociedade machista na qual as mulheres recebem até 30% menos que os homens e apenas 5% ocupam cargos de chefia, não há dúvida de que todos os projetos de retirada de direitos atacam com mais intensidade as mulheres trabalhadoras.

Por não existirem políticas públicas que garantam creche públicas suficientes, parte do salário é destinado para este fim. A tripla jornada é uma realidade na vida das mulheres, pois ainda hoje lhe é cobrada a responsabilidade pela educação dos filhos e os afazeres domésticos. Estas mulheres ainda precisam atender a exigência do mundo do trabalho e estudar, se qualificar cada vez mais. 

Diante desta realidade o PLP 257/16- Projeto de Lei de Autoria do Executivo, que faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo Dilma no final de 2014, que traz medidas que visam manter o congelamento de juros e amortização da dívida ao sistema financeiro e aumentar a arrecadação da União, atingem diretamente o serviço público e programas sociais, mas ao ser aprovado, trará danos ainda mais nefastos para as mulheres trabalhadoras.

A não realização de concursos públicos como prevê o PLP 257/16, significa na prática mais sucateamento em todos os serviços públicos utilizados pela população. Tornando ainda mais difícil, por exemplo, o atendimento especializado para as mulheres na rede pública. Além de ser mais um limitador para a entrada das mulheres no mercado de trabalho, visto que os concursos são uma forma de superar avaliações machistas e racistas como ter que responder a quesitos de boa aparência ou a investidas de assédio sexual.  

O PLP 257/16 prevê ainda um grande ataque as mulheres com as mudanças na Aposentadoria, acabando com a diferença de tempo de trabalho para a aposentadoria, em relação ao homem e aumentando ainda mais o tempo de permanência no trabalho para que se tenha direito a aposentadoria. Um verdadeiro ataque a um direito conquistado pelas mulheres na luta.

Esse projeto é uma resposta do governo Dilma, com o apoio da oposição burguesa, para os grandes empresários, banqueiros e todos aqueles que se beneficiam da exploração da mão de obra dos trabalhadores. E  prevê, entre outros;

  •            Não concessão de aumento de remunerações dos servidores a qualquer título, ressalvadas as decorrentes de atos derivados de sentença judicial e previstas constitucionalmente;
  •             Elevação de contribuições previdenciárias dos servidores para 14%;
  •          Reforma do regime jurídico dos servidores ativos, inativos, civis e militares para limitar os benefícios, progressões e vantagens;
  •              Vedação da criação de cargos, empregos e funções ou alteração da estrutura de carreiras;
  •              Suspensão da admissão ou contratação de pessoal;
  •             Implementação de programas de Desligamento Voluntário e Licença incentivada de servidores e empregados.
  •              Redução de 10% da despesa mensal com cargos de livre provimento.


Não vamos pagar pela crise! Esta é a única resposta que nós, mulheres, que somos maioria entre o funcionalismo público e também entre os usuários dos serviços públicos, junto com o conjunto de trabalhadores temos que dar nas Ruas. Temos que ocupar as mobilizações convocadas pelo conjunto dos servidores públicos e com nossas bandeiras, protestarmos contra este ataque aos nossos direitos. Só com uma forte mobilização, uma construção de uma greve geral, barraremos este e outros projetos que retiram direitos dos trabalhadores.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Moção pela retirada das punições à Adriana Stella e anulação da Sindicância

O Movimento Mulheres em Luta se solidariza à companheira Adriana e se soma ao manifesto dos trabalhadores da universidade de Campinas




A Assembleia Geral dos Trabalhadores da Unicamp vem manifestar irrestrito apoio e solidariedade à funcionária da Unicamp e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), e da fasubra Adriana Cristina de Toledo Stella, vítima de assédio moral em seu local de trabalho e de sindicância que determinou sua punição por não se calar e denunciar seu chefe assediador.

Adriana Stella sofreu assédio moral por seu chefe que repetida e sistematicamente a hostilizou, ridicularizou, inferiorizou, e culpabilizou por sua gravidez e sua atuação sindical junto à categoria.

Há exatamente um ano, a Assembleia Geral dos Trabalhadores da Unicamp já aprovou uma moção de apoio e retirada das punições. No mesmo ano, o tema das punições e perseguições aos ativistas foi alvo de debate com a Reitoria na Campanha Salarial. A Universidade assumiu que a prática de assédio moral é constante e assinou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público para coibir essa prática. O Reitor, chegou a assumir publicamente em reunião realizada junto ao STU que o processo de Adriana foi conduzido de forma irregular e que, portanto, deveria ser considerado como nulo.

Mesmo assim, passado quase um ano do processo que ficou engavetado na Reitoria desde abril de 2015 até o início do ano de 2016, ao início da Campanha Salarial deste ano a Reitoria encaminha ao STU comunicado informando que a sindicalista Adriana receberá as punições. Além de não cumprir o que o Reitor publicamente expressou em reunião gravada e não cumprir o TAC, a Reitoria se utiliza de métodos coercitivos para amedrontar os trabalhadores da Unicamp ao punir uma trabalhadora que denuncia o assédio.

A prática da Reitoria reforça que aqueles que não se calam e lutam contra o assédio e perseguição serão duramente punidos, como forma "exemplar" de calar a voz dos trabalhadores desta Universidade. Em época de Campanha Salarial, a Reitoria reforça ainda mais que irá perseguir aqueles que lutam.

A Assembleia Geral dos Trabalhadores da Unicamp considera grave a perseguição institucional e a tentativa de punição exemplar de uma trabalhadora que ousou não se calar frente ao assédio! Por isso, exige a imediata retirada das punições e anulação da Sindicância.




Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

Chega da violência contra as mulheres!

Chega da violência contra as mulheres!