terça-feira, 30 de agosto de 2011

O caso Dominique Strauss-Kahn revela o papel da Justiça na luta contra a violência às mulheres.

Por Renata de Lima Conde
Movimento Mulheres em Luta/São Paulo




Milhares de mulheres vem se manifestando em todo o mundo contra a violência sexual e contra os estupros, através da Marcha das Vadias, que explodiu a partir do argumento machista de um policial canadense que disse que os estupros que estavam ocorrendo eram culpa das mulheres que se vestem como “vadias”. No último final de semana, foi a vez de Belém do Pará fazer sua manifestação. Enquanto isso, o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn (DSK) achou na Justiça um importante aliado para inocentá-lo da acusação de estupro da camareira Nafissatou Diallo.

Esta foi corajosa e denunciou o caso em 14 de maio de 2011. DSK ainda era diretor do FMI, mas saiu do cargo em 18 de maio de 2011, antes de seu julgamento. Em 15 de maio de 2011 foi detido provisoriamente nos Estados Unidos. Foi solto na última terça-feira. Os advogados de Dominique conseguiram que a justiça o considerasse inocente, afirmando que houve uma “breve relação sexual entre os dois, mas não há como provar se foi forçada ou não” (jornal Metrô, 29 de agosto de 2011) e ainda avisaram que estão pensando em processar Nafissatou por ter feito a denúncia.

Strauss-Kahn é homem, branco, francês. Foi deputado e era um possível candidato à presidência da França em 2012. Nafissatou é guineana, latino-americana e camareira.

Ela avisou que não irá retirar a denúncia, reafirma a agressão. Nós estamos com ela. Se uma mulher afirma que foi agredida, é com ela que estamos. A justiça e peritos, infelizmente, estão comprometidos com uma classe social que se utiliza da opressão para continuar dominando.

A grande mídia afirmou durante todo esse período que Nafissatou apenas queria “tirar dinheiro” de DSK. Grande parte das notícias afirmavam inclusive que era uma prostituta. “O jornal The New York Post - que cita como fonte de sua versão somente 'uma pessoa próxima à investigação pela defesa', afirmou neste sábado que 'a mulher fazia trabalhos duplos como prostituta, cobrando em dinheiro por seus serviços aos hóspedes masculinos'. 'Há informações de que ela recebia gorjetas extraordinárias, se é que você me entende. E não era para trazer as malditas toalhas', disse o suposto informante não-identificado.” O nome da resportagem que inclui esta citação é:  “Strauss-Kahn: camareira queria lucrar com denúncia, dizem jornais”
(http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5218454-EI8142,00-StraussKahn+camareira+queria+lucrar+com+denuncia+dizem+jornais.html)

É importante notar que o machismo do nosso cotidiano cria uma permissividade para a violência, o machismo mais grave. A prostituição é um reflexo dessa opressão, que expõe a mulher à condição de mercadoria. Nessa condição a humanidade da mulher lhe é retirada. E a mídia e os advogados de DSK se apropriaram disso para dizer que Nafissatou é prostituta. Não existem provas desse trabalho de Nafissatou. Mas, ainda que ela fosse uma prostituta ela tem o direito sobre seu próprio corpo e pode se recusar a fazer sexo com alguém. O fato de ela ser prostituta não ameniza o fato de ela ter sido estuprada.

A nós não interessa sua profissão, sua moral, suas intenções financeiras. O fato é que os advogados de DSK e a grande mídia utilizaram de argumentos machistas para tirar a culpa de DSK, desmoralizando Nafissatou. Em nenhum momento se questionou a moral do homem que estuprou. Somente a da mulher que acusou.
“O juiz Michael Obus retirou na terça-feira as sete acusações formuladas contra DSK ao aceitar a recomendação do promotor de Manhattan, Cyrus Vance, que reconheceu que seu escritório seria incapaz de provar as acusações, 'além de toda dúvida razoável' por problemas de credibilidade da camareira” (em: EFE - Agência EFE).

O que mais assusta em todo esse caso é justamente toda a utilização de argumentos machistas para derrotarem a opinião de uma mulher. E o pior: com o consentimento da justiça, que os aceita como fundamentados.

É um reflexo nítido e claro de como o machismo no cotidiano, cada piada e julgamento das mulheres pautado nesses valores está permitindo que uma mulher seja agredida. Não aceitaremos nenhuma forma de machismo! Somos solidárias a toda mulher que enfrenta um homem!

Esse caso chega aqui no Brasil por linhas tortas e retas. Primeiramente, é bom lembrar que o FMI é o Fundo Monetário Internacional, que elabora os planos que atacam os trabalhadores no mundo todo. Este órgão submete toda a política que o governo Dilma aplica em nosso país. É um agente do imperialismo. Não é coincidência que um diretor seu seja protagonista de um estupro. O FMI nunca elaborou um programa contra a violência às mulheres e inclusive se utiliza disso para aprofundar a exploração da classe trabalhadora. Os salários das mulheres são mais baixos e seus empregos mais precarizados. Além disso, o machismo coloca homens trabalhadores contra mulheres trabalhadoras, o que enfraquece a luta contra a exploração.

Portanto, é preciso avançar na unidade entre homens e mulheres trabalhadores e trabalhadoras na luta contra toda a forma de opressão e exploração. É preciso fortalecer as mulheres para serem grandes lutadoras. Para isso, não aceitaremos nenhuma forma de machismo e nos solidarizaremos com todas às mulheres vítimas desse abuso!

Pelo fim da violência contra as mulheres!
Chega de abuso sexual!
Chega de estupro!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Neste domingo as mulheres tomaram as ruas em Belém do Pará!




A marcha das vadias de Belém aconteceu! Jovens, trabalhadoras, donas de casa, MULHERES que sofrem todos os dias com a opressão machista foram às ruas colocar suas bandeiras e suas reivindicações. Muitos homens também compuseram o ato, mostrando que o machismo não é uma luta de mulheres contra homens e sim uma luta política, de todos os trabalhadores, contra o sistema capitalista.

A unidade dos setores organizados de mulheres, refletidos nos vários coletivos presentes, assim como a presença de mulheres que não estão organizadas, mas que queriam se expressar em favor da luta da mulher foi fundamental para o sucesso da marcha. Mas unidade não significa anulação de um setor pelo outro.

Infelizmente, a democracia tão solicitada em nossa sociedade não se fez presente no ato. As falas de várias companheiras que questionaram as políticas do governo Dilma foram vaiadas e sufocadas pela bateria da “Marcha Mundial de Mulheres”. Essa postura é vergonhosa.

Nós do MOVIMENTO MULHERES EM LUTA DA CSP CONLUTAS estivemos presente na manifestação e ao som de palavras-de-ordem como “oh, oh Dilma, eu quero ver Maria da penha acontecer”; “oh, rede globo qual a piada, estupro é crime e não uma palhaçada” dentre outras, demos nosso recado e convidamos as mulheres ali presentes para construir um movimento feminista, classista e socialista. 

Por Movimento Mulheres em Luta Belém/PA

Confira mais fotos na página do Facebook: Mulheres em Luta

sábado, 27 de agosto de 2011

29 de agosto - Visibilidade Lésbica: Lutar contra o machismo e a homofobia.




O dia da visibilidade lésbica surgiu como parte da luta contra a homofobia e contra o machismo, uma combinação de opressões explosiva que proporciona para as mulheres lésbicas ou bissexuais situações constrangedoras de assédio e humilhação.

Apesar de a luta contra o machismo e a homofobia serem de todos os dias, o dia 29 de agosto marca as batalhas que são necessárias de serem dadas nesse sentido. Muitas mulheres homossexuais ou bissexuais sofrem com a enorme ocorrência de estupros corretivos.

Os estupros visam mudar a orientação sexual de mulheres que gostam de se relacionar com outras mulheres. Em Julho deste ano, o mundo olhou para a onda de estupros desse caráter que ocorreu na África do Sul. Os dados foram alarmantes: mais de 10 lésbicas vem sendo estupradas por semana, em estupros coletivos ou individuais e isso só na Cidade do Cabo, capital do país.

Esses casos são a expressão mais violenta de aonde pode chegar o ódio homofóbico e a violência machista. Para quem pensa que isso se localiza apenas na África do Sul, uma recente reportagem (“Gays são caçados nas favelas do Rio pelo tráfico e pela milícia”, escrita pelo jornalista Mahomed Saigg para o “O Dia”, do Rio de Janeiro, no dia 5 de julho) denunciou a situação da população LGBT nas comunidades mais pobres do Rio de Janeiro.

Uma ex-moradora que havia se mudado para o Morro da Providência para viver com sua namorada decidiu sair do local porque os bandidos ameaçavam estuprar as lésbicas. “Fazem um terror psicológico insuportável (...), dizem que a garota só se tornou homossexual porque não conheceu homens de verdade. E que darão ‘um jeito’.” A reportagem revelou outro caso, como o de Jucyara que chegou a ser espancada por dois homens.

A ideologia machista e homofóbica, muito aproveitada pelo capitalismo para explorar mais e para impor padrões de comportamento, colocam para as mulheres duas alternativas: uma é repressão da sexualidade das mulheres que as obriga a buscar um único e encantado homem a quem a mulher irá pertencer para o resto da vida. A outra alternativa é o tratamento das mulheres como pedaços de carne que devem servir aos prazeres sexuais dos homens.

As mulheres lésbicas, por romperem com essas vias que a ideologia machista e homofóbica impõe acabam por sofrer com suas vidas e com muito sofrimento essas conseqüências. Acreditamos que para essa ideologia acabar, precisamos atacar o sistema político, econômico, social e cultural que a perpetua: o capitalismo.

Como parte dessa luta, defendemos a ampliação dos direitos das mulheres e dos homossexuais. Acreditamos que a vitória conquistada com a aprovação para uniões estáveis homoafetivas deve se estender, ou seja, todos os direitos que são concedidos aos casais heterossexuais devem ser concedidos aos casais homossexuais. Acreditamos, assim, que o recuo de Dilma Roussef em relação aos kit’s anti-homofobia contribuíram para a perpetuação de ideologias que promovem a morte e o sofrimento de milhares de pessoas da comunidade LGBT no Brasil.

Se a homofobia fosse tratada como crime, como prevê o PLC 122, esses casos de estupros e de agressão teriam menos recorrência e o sofrimento de muitas mulheres estaria amenizado. Por isso, acreditamos que é fundamental que este projeto de lei seja aprovado em sua versão original e recusamos as negociações e alterações feitas como fruto de concessões à bancada evangélica.

Acreditamos que a luta da mulher lésbica é uma luta de toda a comunidade LGBT e de todos os setores oprimidos, junto com o conjunto da classe trabalhadora.

Pelo fim da violência machista e homofóbica!
Pela aprovação imediata do PLC 122!



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Movimento Mulheres em Luta participa da Marcha em Brasília que reuniu 20 mil trabalhadores de todo o país



No dia 24 de agosto, os movimentos sociais brasileiros estiveram presentes na Marcha para protestar contra a política econômica do governo Dilma e exigir mais investimento em Educação, através da luta pelos 10% do PIB para a Educação, além de mais investimento em Saúde, Moradia, Reforma Agrária, Direitos sociais, como a previdência, etc.

A Esplanada dos Ministérios foi tomada pela agitação da juventude que junto com funcionários públicos e professores compunham a coluna da campanha pelos 10% do PIB para a Educação Pública Já! O Movimento Mulheres em Luta fez parte dessa coluna, pois sua principal campanha, a luta por mais creches públicas, gratuitas e de qualidade, está relacionada também com a luta por ampliar o patamar de investimento em Educação.

Como revelou recentemente o Anuário das Mulheres Brasileiras, a falta de creches é a principal dificuldade para as Mulheres se manterem no emprego ou arrumarem emprego. Dessa forma, apresentamos na Marcha a exigência para que Dilma, a primeira mulher presidenta do país, atenda essa necessidade tão evidente das mulheres trabalhadoras brasileiras.

Acreditamos que o caminho de sua política econômica e o sentido dos investimentos da União, como revelou o Plano Brasil Maior, não vão permitir que suas promessas de campanha relacionadas à construção de mais creches sejam efetivadas. É por isso, que nos juntamos aos movimentos sociais que foram protestar em Brasília.

Participamos da Plenária da campanha pelos 10% do PIB e registramos a incorporação do MML nessa luta, afinal para as creches ampliarem com qualidade, é necessário que as trabalhadoras das creches sejam reconhecidas como professoras e que recebam como tal, o que demanda mais investimento em Educação Infantil, que segundo a Constituição de 88, também é de responsabilidade do Estado e uma etapa da Educação Básica da criança.

Depois da Marcha, nossos próximos passos é seguir a campanha por creches realizando seminários nos estados e realizando debates a partir da cartilha confeccionada pelo MML. Também queremos dar continuidade aos processos de mobilização através das campanhas salariais e da campanha Trabalho Igual, Salário Igual, junto à CSP Conlutas e entidades e oposições que a constroem.



  
Confira o panfleto que apresentamos na Marcha:




Basta de Mulheres Trabalhadoras Mortas! Legalizar e descriminalizar o aborto já!

No dia 18 de agosto, o Movimento Mulheres e Luta participou da Plenária Nacional da Frente contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto. Esta Frente é composta por uma série de movimentos de mulheres do Brasil e constitui uma importante unidade na luta por este direito. Considerando a ofensiva conservadora que o debate acerca da legalização aborto está recebendo, acreditamos ser fundamental fortalecer a unidade em torno a esta luta.

Levamos para lá a defesa de um feminismo classista, ou seja, construir lutas das mulheres, como a batalha pela legalização do aborto, junto à classe trabalhadora. Apresentamos a necessidade de o debate do aborto sair da esfera religiosa e passar a ser tratado com um debate de saúde pública, afinal e realização de abortos no país é uma realidade inquestionável. Assim, localizamos a importância de o orçamento da Saúde ser ampliado, movimento oposto ao que Dilma fez no início deste ano, que cortou mais 50 bi das áreas sociais.

Considerando a importância dessa luta se desenvolver junto à classe trabalhadora, com mulheres e homens de nossa classe, e com os métodos históricos de luta da classe trabalhadora, acreditamos que os encaminhamentos definidos na Plenária foram bastante limitados e buscam se aproveitar de espaços que não estão interessados em desenvolver os direitos das mulheres e da classe trabalhadora de conjunto.

A proposta da Marcha Mundial de Mulheres, da Articulação das Mulheres Brasileiras e da União Brasileira de Mulheres foi de aproveitar os espaços do Mercosul para que as possíveis decisões favoráveis ao aborto em países como Argentina e Uruguai influenciem esta decisão no Brasil.

Em primeiro lugar, o Mercosul, diferente de como foi e é apresentado pelos governos brasileiros, não é um espaço de integração latino americana. Ao contrário, é um Bloco Econômico que visa favorecer as empresas do país mais rico do bloco a abarcar o mercado interno de outros países, acabando com a soberania desses países. Em segundo lugar, as empresas do Brasil, o país mais rico do bloco, que são favorecidas pelo Bloco são em sua maioria empresas multinacionais, ou seja, o Mercosul é uma forma de os países mais ricos do globo seguirem dominando os recursos naturais, a mão de obra e o mercado interno das economias mais frágeis. Em terceiro lugar, por este caráter, é muito difícil que decisões políticas importantes como a legalização do aborto que venham a ocorrer na Argentina ou no Uruguai influenciem as decisões do Brasil, fundamentalmente porque pelo peso político e econômico do Brasil, ratificado por Blocos econômicos que favorecem essa sobreposição política e econômica, o sentido da influencia política é do Brasil para os outros países e não o contrário.

Isso demonstra que esta definição sobre como avançar na luta pela legalização do aborto não adianta muito. Achamos que a Frente deve seguir se articulando em torno dessa bandeira e deve fortalecer a mobilização e a discussão junto a classe trabalhadora. Articular no dia 28 de setembro (dia latino americano de luta pela legalização e pela descriminalização do aborto) atos nas capitais, que trabalhem na perspectiva de disputar a consciência da sociedade acerca do tema.


Confira o panfleto que apresentamos na atividades:




   

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Marcha a Brasília reúne 20 mil e supera expectativas


 Movimentos sociais cobram mudanças na política econômica, investimentos em saúde, educação e reforma agrária.

A Marcha em Brasília, atividade convocada pela Jornada Nacional de Lutas, superou as expectativas e foi uma vitória do movimento dos trabalhadores organizados. Reuniu cerca de 20 mil lutadores que percorreram as ruas do centro da capital federal com faixas, bandeiras tremulando, bonecos, as mais diversas palavras de ordem e, o mais importante, muita disposição de luta.  Do estádio Mané Garrinha até o Congresso Nacional. Foram quase 5 km a pé depois de tantas horas de viagens de ônibus, com caravanas vindas dos mais diferentes pontos do país.

Os que estavam no caminhão de som comentavam que era impossível enxergar o final da marcha, cujo início ocorreu por volta das 10h e teve seu encerramento às 13h30.

Por algumas horas Brasília se tornou palco da vanguarda dos trabalhadores e categorias em luta desse país. Entre eles, metalúrgicos, petroleiros, professores universitários, trabalhadores dos Correios, profissionais da Educação, professores do Estado e do Município, servidores públicos federais, mineradores, bancários, rodoviários, estudantes, além de integrantes de movimentos populares do campo e da cidade, aposentados, movimentos contra a opressão da mulher, dos negros e negras e dos homossexuais.

O dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Sebastião Carlos, o Cacau, entende que a presença das diversas forças do movimento foi fundamental para o sucesso da atividade. “Ali em Brasília estavam movimentos que vêm lutando no país e a CSP-Conlutas teve um peso fundamental, por meio de suas categorias e movimentos organizados, para colocar 20 mil trabalhadores e estudantes em Brasília”.

Compareceram ao ato e pediram a palavra o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), João Antônio de Moraes, e também o secretário geral da CUT, Quintino Severo, num reconhecimento da importância da mobilização para enfrentar os planos do governo e construir a unidade de nossa classe em defesa dos direitos.

Após o encerramento do ato pelo dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luis Carlos Prates, o Mancha, os estudantes e professores se dirigiram para o MEC (Ministério da Educação); a Via Campesina foi para o Ministério das Comunicações e o MTL realizou manifestação no MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).


Os integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) foram para o Ministério do Esporte, ocupando o local com cerca de 1,2 mil pessoas. Cobraram providências contra os despejos e remoções que vêm ocorrendo por conta da Copa e Olímpiadas, conforme já havia denunciado um de seus dirigentes e membro da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Guilherme Boulos.

Categorias em campanha salarial e outros setores em luta promoveram atividades específicas por suas pautas de reivindicações. Às 15h aconteceu uma plenária pelos 10% do PIB para a Educação Pública, já!, convocada por todo o ato e reforçada pelo convite da presidente do Andes-SN e integrante da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Marina Barbosa.

Audiências – Desde a manhã de quarta-feira ocorreram diversas audiências com o governo e órgãos públicos. Essa foi uma mostra de que o governo foi obrigado a reconhecer a força do movimento.

Às 11h houve audiência com o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Às 11h30 foi a vez de representantes da marcha se encontrarem com o presidente da Câmara Federal, Marco Maia. Na parte da tarde houve audiências de professores e estudantes da Anel com o ministro da Educação, Fernando Haddad, e do MTST com o ministro do Esporte, Orlando Silva, para tratar dos despejos e remoções por conta da Copa e das Olímpiadas. Às 19h foi a última audiência do dia. Desta vez com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Aires Brito, para tratar de interdito proibitório e as indenizações de aviso prévio.

De acordo com o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, a presença diversificada de categorias em luta mostrou que é possível organizar mobilizações unitárias que denunciem e apresentem alternativas à política do governo Dilma Rousseff. “É preciso que o governo deixe de governar para empresários, banqueiros e empreiteiros e atenda aos interesses dos trabalhadores do país, direcionando verbas para saúde, educação e transporte públicos, verbas para a reforma agrária”.

O protesto também exigiu o fim da corrupção no governo, a prisão e confisco dos bens dos corruptos e dos corruptores.

A luta continua – Segundo um dos membros da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, Zé Maria de Almeida, haverá continuidade dessa iniciativa. “Nas próximas semanas as entidades e organizações que promoveram a Jornada Nacional de Lutas devem se reunir e discutir os próximos passos de uma luta unificada”, disse.

Para Zé Maria, a continuidade dessa mobilização é fundamental. Afinal, o governo não distribui os bônus do crescimento econômico para os trabalhadores. Agora, Dilma diz que o país vai enfrentar a crise, mas para isso é necessário diminuir o investimento nos serviços públicos, como saúde, educação, reduzir direitos e benefícios dos trabalhadores. Lembrou ainda que esse tipo de política está levando trabalhadores do mundo todo a se levantarem. “Basta olhar para a Europa e agora mesmo para o Chile que realiza uma greve geral de 48 horas”.

A marcha em Brasília foi o ponto alto da Jornada Nacional de Lutas, que teve início no dia 17 e vai até sexta-feira, dia 26. Passeatas, paralisações, assembléias, ocupações de terrenos e de terras e outras atividades em diversas categorias marcaram a Jornada.

A Jornada Nacional de Lutas foi organizada pela CSP-Conlutas e diversas entidades, entre elas o MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, COBAP – Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas, Via Campesina, MTL – Movimento Terra, Trabalho e Liberdade, Resistência Urbana, Intersindical, CNESF – Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais, CONDSEF – Confederação Nacional dos Servidores Federais, ANDES – Sindicato Nacional, FENASPS – Federação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social, SINASEFE – Nacional, ASSIBGE – Sindicato Nacional, CPERS – Sindicato, ANEL – Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre e várias outras entidades de base de vários estados do país.

As bandeiras da Jornada Nacional de Lutas:

- Defesa da aposentadoria e da previdência pública / fim do Fator previdenciário;
- Aumento geral dos salários;
- Redução da Jornada de trabalho sem redução salarial;
- Contra os cortes do orçamento / defesa do serviço público e dos direitos sociais do povo brasileiro / Combate à corrupção;
- Suspensão do pagamento da dívida externa e interna aos grandes especuladores;
- Em defesa da educação e da saúde pública;
- Em defesa dos servidores públicos;
- Em defesa do direito à moradia digna / Terra para quem nela trabalha, reforma agrária já;
- Nenhum direito a menos / Contra a terceirização e a precarização do trabalho;
- Contra as privatizações / Defesa do patrimônio e dos recursos naturais do Brasil;
- Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais;
- Contra o novo Código Florestal / Em defesa do meio ambiente;
- Contra toda forma de discriminação e opressão.

retirado de www.cspconlutas.org.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

24 de agosto: Movimento Mulheres em Luta na Jornada Nacional de Lutas





No dia 24 de agosto, o Movimento Mulheres em Luta vai estar presente na Manifestação em Brasília que é parte da Jornada de Lutas que começou no dia 17. Estaremos lá para levar as bandeiras de luta das mulheres trabalhadoras.


Vamos apresentar nossa campanha e nossas reivindicações por mais creches públicas, gratuitas, de qualidade e em período integral para todas as crianças de 0 a 5 anos. Vamos também apresentar a campanha nacional Trabalho Igual Salário Igual, para aproximar mais e mais mulheres trabalhadoras para a luta durante as campanhas salariais deste segundo semestre.


Você, Mulher em Luta, leve sua faixa e sua camiseta do Movimento, para deixar a Marcha da Jornada Nacional de Lutas toda lilás, com as cores e as reivindicações das mulheres trabalhadoras.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Nas campanhas salariais, lutar por salário igual, para trabalho igual!




Na última reunião da Coordenação Nacional da CSP Conlutas, esta campanha foi encaminhada com o objetivo de combater a diferença salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, LGBT e heterossexuais. Os dados comprovam que mulheres, negros/as e LGBT recebem os piores salários e estão nos postos de trabalho mais precarizados.

A campanha conta com uma pauta de reivindicações para ser incluída nas pautas das campanhas salariais deste segundo semestre, em que metalúrgicos, petroleiros, trabalhadores da construção civil, correios, etc entrarão em mobilização para reajuste de seus salários.

O debate sobre opressões realizado na reunião da Coordenação Nacional demonstrou como é importante a incorporação dessas reivindicações, para que um setor importante e expressivo de nossa classe fortaleça as lutas do conjunto dos trabalhadores.

TRABALHO IGUAL, SALÁRIO IGUAL!
Negros, Mulheres e LGBT na luta dos trabalhadores por:

1.   Aumento geral dos salários. Equiparação salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, LGBT e Heterossexuais;
2. Creches em período integral para todos os filhos da classe trabalhadora;
3. Licença maternidade de seis meses para todas, sem isenção fiscal, rumo a 1 ano. Licença paternidade de 30 dias;
4. Reconhecimento do cônjuge homossexual: direitos iguais para uniões homoafetivas.
5. Criminalização da Homofobia: aprovação do PLC 122 original;
6. Combate ao Racismo institucional  do estado brasileiro. Titulação para as terras dos quilombos;
7. Cotas raciais nas universidades; Implementação da Lei 10.639 (ensino obrigatório de História da África)
8. Pelo fim do assédio moral e sexual.
9.Fortalecer as organizações de base (CIPAS, Delegados/as sindicais etc) como instrumentos da luta contra o machismo, o racismo e homofobia.

Movimento Mulheres em Luta participa de Plenária Nacional da frente Pelo Direito ao Aborto




No dia 18 de agosto, o Movimento Mulheres em Luta e a CSP Conlutas participarão da Plenária Nacional da Frente pela Legalização e descriminalização do aborto, da qual fazemos parte junto com diversas entidades e movimentos ligados às lutas das mulheres.

O Movimento Mulheres em Luta vai denunciar a postura que a presidenta Dilma Roussef teve durante o processo eleitoral do ano passado, em que tratou um direito tão justo à vida das mulheres como moeda de troca. Vamos apresentar a necessidade de o aborto ser descriminalizado e legalizado imediatamente, afinal basta de mulheres mortas por abortos clandestinos.

Marcaremos presença também para repudiar as tentativas de criminalizar as mulheres com o projeto de lei que visa retroceder nas conquistas que já tivemos em relação ao aborto – legalizado em casos de estupro.

Vamos defender as mulheres trabalhadoras que são as que mais sofrem com a criminalização dessa prática, afinal o aborto já é legalizado para as mulheres ricas que têm condições de pagar abortos em clínicas caríssimas e de máxima segurança.

Também estaremos lá para denunciar a política econômica do governo, que está cortando dinheiro das áreas sociais e anunciando planos que enchem mais ainda os cofres de banqueiros, latifundiários e empresários. Para isso, vamos apresentar a necessidade de estarmos em Brasília no dia 24 de agosto no Ato da Jornada Nacional de Lutas

Chega de sufoco, basta de violência!



Diante dos recorrentes ataques as mulheres no metrô de São Paulo, nós do Movimento Mulheres em Luta e da Secretaria de Assuntos da Mulher do Sindicato dos Metroviários, estamos chamando uma reunião com todas as entidades, para debater o tema e nos pronunciarmos diante de mais esta forma de violência machista.


Reunião
Dia: 16 de agosto – terça-feira
Hora:19:00hs.
Local: Sinsprev – Rua Antonio de Gadoy, 88 – 2º andar.

Reunião Coordenação Nacional da CSP Conlutas




RELATÓRIO DA REUNIÃO DA COORDENAÇÃO NACIONAL DA CSP-CONLUTAS Central Sindical e Popular
Belo Horizonte - MG - 05, 06 E 07 DE AGOSTO DE 2011

I - Debate sobre Opressões
O debate foi organizado em duas mesas. A primeira contou com as presenças da professora da Unicamp, Cláudia Mazzei, do presidente da Associação da Parada LGBT de São Paulo, Ideraldo Beltrame, do Deputado Federal pelo PSOL\RJ, Jean Willys e pelo professora da UFMA, Rosenverck Santos.
Na parte da tarde o debate sobre opressões seguiu com membros da CSP-Conlutas, representando cada setorial: Douglas Borges (LGBT), Janaína Rodrigues (Mulheres) e Júlio Condaque (Negras e Negros).
Após o debate foi aprovada a resolução abaixo:
RESOLUÇÃO DA CAMPANHA: CHEGA DE PRECONCEITO. TRABALHO IGUAL, SALÁRIO IGUAL!
1- A classe trabalhadora é composta por diversos segmentos: mulheres, homens, negros, LGBTs. O capitalismo utiliza as diferenças que existem em nossa classe para aumentar a exploração;

2- O machismo, a homofobia, a transfobia e o racismo são ideologias utilizadas para justificar a negativa de direitos e sustentar a diferença salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, heterossexuais e LGBTs;

3- O ingresso desses setores no mercado de trabalho, cada vez mais crescente, não garantiu o fim do preconceito ou a igualdade de direitos. Mulheres, negros e homossexuais continuam sendo vítimas da violência institucional. São as principais vítimas do assédio moral e sexual. Os casais homoafetivos não têm garantidos os mesmo direitos previdenciários e trabalhistas para o cônjuge;

4- As mulheres, os negros e os setores LGBTs estão nos piores postos de trabalho, ganham os piores salários e são parte significativa dos empregados precarizados ou informais e, também, dos desempregados;

5- Além das demandas gerais, os negros, as mulheres e os homossexuais têm demandas específicas que precisam ser incorporadas nas pautas de reivindicações de nossas entidades, para que possamos incorporar todos os setores da classe e sermos vitoriosos na luta contra os patrões;

6- Com o refluxo das lutas da classe trabalhadora e o avanço do neoliberalismo, tem avançado a consciência reacionária e com ela a naturalização do preconceito de modo geral;

7- Com o avanço da crise econômica internacional os setores oprimidos têm servido para balizar o parâmetro salarial e de direitos, rebaixando de modo geral as condições de vida da classe. É preciso que o movimento sindical incorpore esses temas, que por muitos anos ficaram relegados aos guetos, porque as reivindicações dos oprimidos são também reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras;

8- É preciso travar uma luta interna em nossas entidades, combatendo todas as formas de discriminação, criando espaços de organização dos setores oprimidos e, para fora, levando suas reivindicações junto com a pauta geral da classe, combatendo de conjunto a opressão e a exploração.
Tendo isso em vista, a Coordenação Nacional da CSP-CONLUTAS resolve:
1 – Aprovar a campanha: “Chega de Preconceito. Salário Igual, Trabalho Igual! – pelo fim da discriminação e exploração”. A campanha é composta por um cartaz com as principais reivindicações dos setores de negros, mulheres e LGBT que deve ser levadas às entidades, para incorporá-las nas pautas de reivindicações do segundo semestre;
2 - Apoiar-se nas Cipas, delegados e representantes sindicais, além de outras formas de organização nos locais de trabalho, para desenvolver a campanha, pois eles podem ser um instrumento poderoso de combate à opressão;
3 - Reafirmar a posição congressual da entidade de incorporar a luta dos setores oprimidos, criando espaços nas entidades próprios para isso.

II - Reunião do Setorial de Mulheres
1) Campanhas Salariais e Jornada de Lutas
a) Construir e fortalecer a campanha Trabalho Igual, Salário Igual:
· Aprovar a confecção dos cartazes com este eixo e com os eixos específicos de cada setor.
· Discutir nos sindicatos que a luta pela licença maternidade de seis meses, sem isenção fiscal, assim como a licença paternidade e a luta pelo auxílio creche sejam incorporadas nas pautas de reivindicação das campanhas salariais.
· Utilizar os cartazes e outros materiais como instrumentos dessa campanha.

b) Participação e construção da Jornada de Lutas
· Apresentar a campanha de creches nessa Jornada
· Levar materiais do Movimento, como cartazes, faixas, panfletos, etc.
· Incorporar a coluna da campanha dos 10% do PIB para a Educação
· Participar da Plenária da campanha ao final da Manifestação

c) Outros encaminhamentos:
· Estudar a nova proposta de Reforma da Previdência e avaliar o grau de ataque sobre as mulheres
· Fazer um levantamento da quantidade de delegacias de Mulheres distribuídas pelo país e a partir daí dar respostas políticas
· Moção de solidariedade às dirigentes sindicais da confecção feminina de Fortaleza.

2) Campanha Nacional por Creches
· Seguir a campanha de creches, utilizando a Cartilha como instrumento.
· Incentivar os sindicatos a adquirirem a cartilha para trabalhar com a base das categorias e subsidiar a luta por creches nas campanhas salariais.
· Realizar Seminário nos Estados, com base nas lutas por creches das categorias e com base nas lutas das trabalhadoras das creches.
· Encaminhar uma lista na reunião da CSP Conlutas para que os sindicatos façam seus pedidos de cartilha.

3) Plenária Nacional pela Legalização e descriminalização do aborto
· Aprovar a participação da CSP Conlutas nessa Plenária, apresentando o programa classista de luta por este direito
· Realizar um estudo sobre os países que aprovaram a legalização do aborto, particularmente de Portugal, para dar subsídio à luta aqui no Brasil.

4) Informes dos Estados
Setembro 2011:
· 24 e 25: Encontro Estadual do Movimento Mulheres em Luta, Minas Gerais.

· Ainda sem data: Seminário Estadual de Creches no Rio de Janeiro.

O SIGNIFICADO DO DEBATE DE OPRESSÕES NA REUNIÃO NACIONAL DA CSP-CONLUTAS EM BH/MG



Por Rosenverck E. Santos
Prof. da UFMA
Coordenador do Movimento Nacional
Quilombo Raça e Classe – MA

         
Emocionante, educativo, instrutivo e muito mais... Estas são as conclusões de quem teve a oportunidade histórica de participar da reunião nacional da CSP-CONLUTAS em Minas Gerais, onde se debateu e apontou ações para o encaminhamento da luta contra todas as formas de racismo, machismo, homofobia e demais atos de discriminação e preconceito.
         
Todas as adjetivações acima citadas poderiam ser exemplificadas pelas palestras que ocorreram, pelas intervenções lúcidas e brilhantes de vários dirigentes sindicais e intelectuais orgânicos de nossa classe, como também pela disposição de todas e todos em participarem de um debate que durou um dia inteiro na mais alta qualidade. Poderiam, também, ser exemplificadas pelo simples fato da CSP-CONLUTAS dedicar-se a debater um tema que historicamente foi considerado secundário pelas demais centrais sindicais e organismos políticos de nossa classe, ou mesmo na acertada campanha “TRABALHO IGUAL, SALÁRIO IGUAL” que será desenvolvida pela central e demais sindicatos e movimentos filiados a ela. Mas não foi esses fatores – apesar de também sê-los – que tornou este encontro histórico e emocionante!
                        
Uma das atitudes que mais chamaram a atenção foi a fala de muitos senhores sindicalistas – petroleiros, metalúrgicos, etc. – já aposentados que expressaram a singularidade do momento em que vivíamos e que era necessário rever nossas atitudes, nossos programas e nossas ações, afim de construirmos um novo referencial de movimento sindical em nosso país. Imagine a carga ideológica – racista, homofóbica e machista – que estes senhores foram vitimados ao longo de seu processo de militância sindical e experiência de vida e que naquele instante eles buscavam extirpar reivindicando o debate, a luta contra as formas de opressão da sociedade brasileira e exigindo a melhoria de nossos programas de luta. Expressaram a necessidade de voltar para seus Estados e suas categorias e iniciar um trabalho de base visando modificar a mentalidade dos demais companheiros. Por si só estes acontecimentos já teriam tornado este encontro vencedor! Mas, teve muito mais.
                        
A CSP-CONLUTAS reforçou a necessidade da aliança inquebrável da luta contra a exploração e opressão de forma conjunta, unitária e central. Expressou a vontade de todas as entidades filiadas em – urgentemente – empreender ações concretas na defesa da classe trabalhadora em suas múltiplas diversidades reconhecendo que a classe trabalhadora tem cor, gênero e orientação sexual, portanto, vítima também de uma série de mecanismos alienadores e opressores os quais devemos destruir.
                        
A CSP-CONLUTAS reforçou a tese de que a luta contra o racismo, a homofobia e o machismo deve ser travada nos marcos da sociedade capitalista de forma intransigente e sem recuos, mas tendo a certeza de que a solidariedade de classe e com os demais povos do mundo, bem como a transformação da sociedade e construção do socialismo é o primeiro passo fundamental na destruição integral das formas de exploração e opressão que atingem a classe trabalhadora.
                        
Enfim – apenas como um passo pequeno, mas fundamental – a CSP-CONLUTAS construiu mais um capítulo de sua história marcada por ousadia, inovação, democracia e verdadeira disposição em destruir a sociedade capitalista construindo um mundo onde qualquer forma de hierarquia e desigualdades sejam eliminadas, materializando as palavras do grande Solano Trindade que por meio de um poema singelo expressa o que a CSP-CONLUTAS quer edificar:


Quando eu tiver bastante pão
Para meus filhos
Para minha amada
Pros meus amigos
E pros meus vizinhos
Quando eu tiver
Livros pra ler
Então eu comprarei
Uma gravata colorida
Larga
Bonita
E darei um laço perfeito
E ficarei mostrando
A minha gravata colorida
A todos os que gostam
De gente engravatada....





Confira as Resoluções do Seminário de Creches



No dia 02 de junho, em São Paulo, foi realizado o 1° Seminário de Creches, articulado pelo Movimento Mulheres em Luta e pelo GT de Mulheres da CSP Conlutas.

O objetivo do Seminário era debater com profissionais, estudiosos e usuários, a situação que se encontram as creches no país, visando dar continuidade ao principal eixo de luta do MML, votado no II Encontro de Mulheres da então Conlutas, a Campanha Nacional por Creches.

Participaram deste Seminário, 36 companheiras e um companheiro de 4 estados e 10 Entidades.

Resoluções:

1 - A luta por  creches é conjunta e combinada entre usuários e trabalhadores;

2 - Nosso objetivo: 100% de crianças de 0 a 5 anos e creche, em tempo integral e de qualidade;

3 - Queremos educação integral, gratuita e de qualidade.
Um direito das crianças e das mulheres. Um dever do Estado!;

4 - Contra os cortes de verbas no orçamento da educação.
Orçamento aprovado é orçamento gasto!;

5 - Pelos 10% do PIB para a educação e prioridade absoluta no execução do orçamento para a educação infantil;

6 - Ampliação imediata da oferta de vaga em creches e pré-escolas.
Nenhuma criança fora da escola!;

7 - Para as mães estudantes, queremos: permanência com condições para deixarem seus filhos e licença maternidade;

8 - Creche para todas as crianças com mães que estão inseridas no mercado de trabalho, e também para as que não estão.

9 - Qual creche exigimos:
a- que desenvolva a capacidade cognitiva, motora e relacional;
b- com alimentação de qualidade;
c- com profissionais capacitadas, com salários dignos e condições de trabalho;
d- com serviço de saúde e
e - com prestação de serviço em tempo integral.

10 - Formas de luta:
a- Acionar os instrumentos jurídicos, combinado com:
b- Mobilização;
c- Nos locais de trabalho: auxílio creche que garanta uma creche de qualidade;
d- Nos sindicatos: que passe a constar em todas as pautas de reivindicações.

11 - Tranformar o Seminário em um vídeo e em uma cartilha;

12 - Reproduzir o Seminário nos estados.

OBS: o vídeo será elaborado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos;
A cartilha será elaborada pelo ILAESE através da companheira Èrika, com a colaboração da equipe: Ana Rosa, Monica, Luci, Suzana. e Eliana.

Movimento Mulheres em Luta e Setorial de Mulheres da CSP-Conlutas.

4 em cada 10 mulheres já foram agredidas







Estudo mostra que 25,9% destas mulheres foram vítimas de seus maridos ou ex-maridos dentro e fora de casa



Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. 
O número consta do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O anuário reúne dados referentes à situação das mulheres no País. Os números sobre a violência doméstica, por exemplo, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com as informações da Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%.

Ainda segundo os números da Pnad de 2009 incluídos no anuário, de todas as mulheres agredidas no País, dentro e fora de casa, 25,9% foram vítimas de seus cônjuges ou ex-cônjuges.

Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres apontam ainda que o número de atendimentos feitos pela Central de Atendimento à Mulher Ligue 180 cresceu 16 vezes de 2006 para 2010. Em 2006, foram feitos 46 mil atendimentos. Já no ano passado, foram 734 mil. Desse total, 108 mil atendimentos foram denúncias de crimes contra a mulher. Mais da metade desses crimes eram casos de violência.

Mercado de trabalho
O anuário informa ainda que a falta de creches é um dos maiores entraves para que as mulheres aumentem sua participação no mercado de trabalho.

Segundo o estudo, em 2009, 58,8% das mulheres com mais de 16 anos, que fazem parte da população economicamente ativa (PEA) do Brasil, tinham um trabalho. Já entre os homens com mais de 16 anos, esse percentual chegava a 81,5%.

A diferença, segundo a pesquisa, deve-se, em parte, à deficiência da infraestrutura dedicada à mulher. As creches, por exemplo, atendiam só 18,4% das crianças até 3 anos de idade em 2009.

"A carência dessa política pública (creches) é um impeditivo para que a mulher tenha sua independência econômica que o trabalho propicia", afirmou o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, durante a apresentação do anuário.

O levantamento é uma compilação de dados de várias pesquisas feitas sobre as condições de vida das mulheres brasileiras. Da publicação, constam estatísticas sobre oito temas. Entre eles, saúde, educação, violência, política e trabalho.

Lúcio disse que, em todas as áreas, existe diferença entre a situação de homens e mulheres. "As mulheres são maioria em número, mas são minoria no aspecto sociológico", analisou, lembrando que a população feminina representa mais da metade do total de habitantes do Brasil, mas, tem qualidade de vida inferior a dos homens.

De acordo com o anuário, as mulheres estudam um ano a mais que os homens. Entretanto, recebem salários que representam só 56% do que ganham os trabalhadores do sexo masculino.


Notícia retirada de: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1006478, via blog da ANEL Ceará

Campanha Nacional contra a violência à mulher trabalhadora

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Chega da violência contra as mulheres!

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