quinta-feira, 11 de junho de 2015

COMBATER O ASSÉDIO SEM TRANSFOBIA!



Nós, do Movimento Mulheres em Luta, fomos entrevistadas pelo programa CQC sobre o tema do assédio e da violência sexual no metrô em São Paulo. Consideramos que dar visibilidade em um programa de TV ao assédio e à violência que as mulheres sofrem, na maioria das vezes de forma silenciosa, porque têm medo de denunciarem e de se exporem, é muito importante para alertamos a sociedade sobre o machismo e a violência, e sobretudo, para denunciarmos a negligência do governo de SP e da companhia do Metrô de SP, e exigirmos  providências imediatas como: a implementação de centros de referência nas estações em que as mulheres possam ser atendidas, a capacitação dos funcionários, a ampliação da rede de metrôs em SP, campanhas permanentes de conscientização, etc.

Porém, apesar do programa ter feito a denúncia do que ocorre no metrô e ter reconhecido o MML como movimento que luta contra o assédio, o CQC, da Rede Bandeirantes, tem uma linha editorial própria, quanto qualquer outro jornal. Neste sentido, nós do MML, consideramos que a matéria incorreu na transfobia ao utilizar uma transexual de forma humorística, à medida que zombou da condição da mulher trans, afirmando que na verdade ela é um homem que engana os outros homens no metrô. Isso não é verdade. As mulheres trans são mulheres e devem ser tratadas como mulheres, com respeito e dignidade. - Como todas as mulheres, as travestis e transexuais sofrem assédio cotidianamente no transporte público. 

As pessoas trans, inclusive, não são aceitas pela sociedade e vivem numa condição de marginalidade e violência todos os dias, nos diversos espaços da vida. São expulsas de casa, da escola, do trabalho, dos espaços de convívio através da violência. Não raramente, sofrem agressões e violência dentro dos próprios ônibus e metrôs. O MML defende as mulheres transexuais de toda forma de exploração e violência. Sem nenhuma sombra de dúvida, o assédio a uma mulher trans é tão grave quanto o assédio a qualquer mulher. Expor uma mulher trans a uma situação vexatória é reforçar a opressão que as mulheres trans já sofrem na sociedade, e por isso repudiamos esta conotação que o programa deu à matéria.

Link para o programa onde aconteceu a transfobia:



Um comentário:

  1. POR Muriel Alves:

    Renata Peron é minha mais nova musa. Ela é foda, sério. Você precisa conhecer. "Você morre porque você é travesti. Você morre porque você é gay. Você morre porque você é transexual. É por isso que você morre". Renata nao está exagerando. Ano passado o Brasil registrou uma morte a cada 28 horas dentro da comunidade LGBT.

    http://super.abril.com.br/comportamento/precisamos-falar-sobre-transexualidade#disqus_thread

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