sábado, 22 de novembro de 2014

Consciência Negra, Feminista e Classista!



Nesse dia 20 de novembro nós do Movimento Mulheres em Luta fomos para as ruas em todo o país nos atos e intervenções, marchando pelas periferias para  trazer à tona a memória de referências de luta contra o racismo, o preconceito e a exploração. Zumbi dos Palmares simboliza isso, mas ao seu lado, sempre estiveram guerreiras mulheres, como Dandara e Luiza Mahin,  que transformaram o sofrimento causado pelo racismo, o machismo e a exploração em força para a luta.



Esses exemplos de mulheres precisam ser reconhecidos e apresentados a todas as mulheres trabalhadoras do nosso país. Nós, mulheres negras, por essa história de exclusão, recebemos menores salários, ocupamos os piores postos de trabalho, somos maioria dentre as mulheres que sustentam sozinhas suas famílias.

Diante do genocídio que nossa juventude sofre, são também as mulheres negras as mais atingidas, porque perdem seus filhos ou filhas para a violência policial que toma conta das periferias das grandes cidades brasileiras.

A violência contra a mulher, que mata milhares de mulheres em nosso país e no mundo, também nos tem como alvo. Somos 60% das mulheres que sofrem violência doméstica. Também somos quem mais morre com a realização dos abortos clandestinos. Se essa prática fosse de responsabilidade dos hospitais públicos, veríamos menos mulheres morrer nessas situações.

Não é possível que não reconheçamos uma relação sobre a nossa presença em todas essas duras realidades. Reconhecemos que a cor de nossa pele, a história de nosso povo negro, é uma história marcada pela exploração e pelo preconceito, que faz com que sejamos as maiores vítimas dos problemas sociais que persistem em nosso país. E nós, mulheres negras, combinamos essa história com a história de superexploração das mulheres, sob a ideologia machista que nos trata como  seres inferiores.

Datas como o 20 de novembro deve servir para erguermos a cabeça. Ter orgulho da nossa história de resistência e fazer presente essa garra para os embates presentes. Sem nos deixar iludir pela presença de mulheres ou negros e negras nos postos de comando político dos países. Porque somos negras trabalhadoras, e precisamos de políticas e programas condizentes com a retirada de nosso povo dessa situação.

É exatamente porque sofremos com as amarras do preconceito que quando saímos para a luta, garantimos muito mais força para as lutas do conjunto da classe trabalhadora. É preciso ter consciência negra, classista e feminista, no dia 20 de novembro, no 25 de novembro e em todos os dias do ano!





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