segunda-feira, 21 de maio de 2012

Patrões da Construção Civil de Fortaleza humilham e discriminam as mulheres operárias


Movimento Mulheres em Luta, Fortaleza- CE
 
Nas duas últimas semanas uma forte greve parou a cidade de Fortaleza. A greve dos trabalhadores da Construção Civil não é feita só pelos homens do setor, entre eles na Praça Portugal, nas passeatas e nos piquetes é possível encontrar mulheres que lutam e que querem mostrar a sua situação nos canteiros de obras.

A Construção Civil é historicamente um setor dominado pelo trabalho masculino. No entanto, nos últimos anos, o número de mulheres que trabalham emassando, rejuntando e limpando os apartamentos cresceu estrondosamente.

Essas operárias, apesar de fazerem um serviço especializado ganham como serventes, quando os homens que fazem o mesmo serviço ganham como meio profissionais. Muitas se quer recebem a  produção chegando a amargar uma diferença de 50% a menos de salário que um homem na mesma função. Nesta campanha salarial a categoria foi à luta exigindo da patronal a classificação das mulheres. 
 
Os patrões dizem que não há problemas com as mulheres no setor. Se não há problemas por que todas as mulheres emassadoras são serventes?
 
As empresas usam as desigualdades do sexo feminino para oprimir e explorar ainda mais as trabalhadoras, pagando um salário menor às mulheres. Dizem que elas são contratadas somente para fazer a limpeza quando na verdade fazem outros serviços, afirmam que pagam menos porque a mão de obra delas é mais abundante no mercado e jogam até a culpa nas ausências que as mulheres têm quando acompanham os filhos e familiares ao médico.

Nos canteiros de obras não há banheiros femininos e muitas reclamam de sofrerem assédio sexual dos superiores. Na greve é sempre o momento em que os chefetes apelam obrigando as mulheres a se esconderem nos vestiários para trabalharem sozinhas dentro das obras.

Contra toda essa humilhação e a discriminação as mulheres do setor se uniram aos homens e dão uma lição de luta a cada uma de nós.
 
Nós do Movimento Mulheres em Luta apoiamos incondicionalmente essa luta e chamamos a todas as trabalhadoras a se somarem nessa corrente de solidariedade. Vamos de mãos dadas exigir:

- A classificação das mulheres da Construção Civil! Salário igual, para trabalho igual!
- Pelo fim da terceirização da mão de obra das mulheres nos canteiros!
- Vestiários e banheiros exclusivos para as mulheres!
- Creches gratuitas e em período integral para todos os filhos e filhas da classe trabalhadoras

Confira abaixo o texto do panfleto distribuído para as mulheres da categoria!

PELA CLASSIFICAÇÃO DAS MULHERES DA CONSTRUÇÃO CIVIL!
SALÁRIO IGUAL, PARA TRABALHO IGUAL JÁ!
As mulheres hoje representam 46% dos trabalhadores do Brasil. À maioria delas recebem baixos salários e mesmo executando as mesmas tarefas que os homens, continuam recebendo menos que eles.
     É o caso do trabalho das mulheres na construção civil. A maioria das trabalhadoras do setor da construção civil executa tarefas de meio profissional (emassamamento) e recebem como servente. Além disso, muitas não recebem produção, são obrigadas a fazer horas extras sem receber por elas. As condições nos canteiros de obra para as mulheres também não são boas: faltam banheiros e vestiários exclusivos para elas, além de, na maioria das vezes, trabalharem trancadas dentro dos apartamentos.
     É preciso libertar as operárias da construção civil destas condições e para isso é preciso unidade entre homens e mulheres em greve para derrotar os planos dos patrões.

Dilma e Luiziane estão do nosso lado?
Pela segunda vez na história, Fortaleza é governada por uma mulher. Luizianne prometeu um governo diferente, com atenção voltada às mulheres trabalhadoras. Mas, depois de 8 anos de governo o hospital da mulher ainda não está pronto e as creches foram fechadas.
Nosso país pela primeira vez é governado por uma mulher. Dilma conquistou uma grande popularidade entre os trabalhadores e a esperança de que suas vidas melhorariam. Mas, Dilma vem ajudando os patrões da construção civil a manter seus lucros recordes, explorando mais os trabalhadores. Em março, a presidenta vetou a lei que exigia a aplicação de multa as empresas que pagavam salários inferiores às mulheres que cumpriam a mesma função dos homens.
É por isso que afirmamos que essas mulheres não estão do nosso lado. Só podemos confiar na força do conjunto dos trabalhadores.

Queremos:
·         Pela classificação das mulheres da construção civil! Salário igual, para trabalho igual!
·         Pelo fim da terceirização da mão de obra das mulheres nos canteiros!
·         Vestiários e banheiros exclusivos para as mulheres!
·         Por creches gratuitas e de qualidades para os filhos da classe trabalhadoras!


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